quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Noel Gallagher @ Barcelona 2012

O óbvio se confirmou na noite do último domingo 4 de Março de 2012. Noel Gallagher visitou a cidade condal e reivindicou seu verdadeiro posto de líder e compositor de uma das bandas mais importantes da música nos últimos vinte anos, Oasis.

Quando, no final da década passada após uma briga em que Liam supostamente quebrou uma das guitarras de Noel minutos antes de uma apresentação em Paris no festival Rock en Seine e que foi a gota d'água para o fim da banda dos irmãos Gallegher, poucos puderam acreditar que esse fim fosse verídico. Porém, quando "quebra guitarras" anunciou seu novo grupo, clipe e disco poucos meses após a nota oficial que concretizou o fim do Oasis, acreditamos que sim, era um fim e um novo início para ambos. Liam como sempre foi esperto, o Beady Eye lançou um disco de rock, básico, com os mesmos membros de sua antiga banda, na verdade um único cambio que foi a mudança de guitarrista, o principal. Ao escutar o novo "Oasis" ficou aquela sensação de que faltava aquele acabamento num bruto diamante apesar de todos considerarmos um bom disco. A banda ganhou as capas de revistas, fez vários shows em diferentes continentes, etc. Mas ao final todos se perguntavam: Onde está Noel? Será que não terá vida após sua banda? Impossível! Já que todos sabíamos que a diferença entre os irmãos era grande. Um com muita postura, atitude e aquela imagem, necessária, arrogante. Digo necessária porque o mundo do rock tem que possuir todas as personalidades para poder seguir adiante, existe o louco, o drogado, os simpáticos, os gênios e os arrogantes, entre outros. O outro possui quase que as mesmas habilidades do irmão, porém com algo mais, o poder da criatividade.

O porque do texto ter começado com o óbvio se confirmou se encaixa na criatividade de Noel. Liam sabia que se lançasse um disco após seu irmão, poderia ser abertamente e, porque não, duramente criticado. Saiu na frente e conquistou seu território sabendo que Noel viria logo atrás. Antes mesmo de chegar em Barcelona os rumores já corriam solto dizendo que os dois agradavam em sua proposta mas que um brilhava mais intenso que outro e não necessitamos dizer quem. A dimensão do novo projeto de Noel começou a ganhar mais notoriedade quando a MTV britânica exibiu seu primeiro video clipe que já se notava algo muito maior do que imaginávamos até que fosse revelado o que realmente era, um curta-metragem com direito a três músicas do mesmo, foi de tirar o chapéu. 

Talvez por tudo isso descrito acima e muito mais é que ao passar na porta da sala Razzmatazz na tarde de domingo (uma da tarde para ser mais exato) já existia uma fila bastante considerável para um show que começaria as nove e numa sala tamanho médio como a que é. Mais tarde, prestes a abertura oficial das portas por volta das 19:30 a mesma fila dava volta no quarteirão, algo atípico para o local. 


A apresentação começou com uma versão sampleada de "If I had a Gun..." exibindo num telão ao fundo o nome de sua banda. Noel soube dar desde o princípio o que seus fãs queriam, músicas do Oasis. Abriu com "(It's Good) To Be Free" que até então é uma sobra de estúdio incluida no disco "Masterplan" e que para quem sabe ler, qualquer pingo é letra, o título diz tudo. 

Na sequência "Mucky Fingers" também do Oasis. E não demorou para que músicas de seu primeiro álbum solo começassem a soar pelos quatro cantos do recinto. A verdade é que seus novos acordes parecem velhos conhecidos, seu estilo se exalta e o público canta junto. Não foi difícil de ver camisas do Manchester City e bandeiras da inglaterra sendo exibidas ao protagonista no momento de "Everybody's on the Run" e "If I had a Gun..." oficialmente tocada e a apresentação já pode ser considerada como uma das melhores do ano e aproveitando para dedicar aos amigos de sua cidade natal, Manchester, situados ao fundo da sala uma versão totalmente acústica de "Supersonic". Para levantar o público após suas versões acústicas tivemos "Whatever" e "Little by Little" antes de "The Importance of Being Idle" sem contar que seu disco em solitário foi totalmente tocado. 

Assim mesmo da maneira descrita e escrita, entre uma canção e outra de seu lançamento atual, músicas do Oasis, algo que seu irmão não inclui em suas apresentações deixando claro que sua antiga banda é coisa do passado. Noel faz questão de exibi-las e com orgulho, orgulho de quem as criou e que agora mais do que nunca, e não sabemos por quanto tempo, sente a necessidade de mostrar quem realmente manda nas seis cordas, aproveitando a deixa para finalizar com "Don't Look Back in Anger" e um Noel Gallagher bem diferente daquela imagem de bad boy criada há alguns anos. O vimos bem tranquilo, relaxado e até certo ponto comunicativo com o público. Um show que vale à pena.

O que não vale à pena é se estressar com a Live Nation Espanha que em quase seis anos na vivendo aqui jamais respondeu um de meus pedidos de imprensa, peço desculpas a quem estiver lendo isto, o site nada tem a ver com minha queixa, é pessoal. Talvez possamos aprender com eles, de uma maneira ou de outra. Quero dizer que ou nos tornamos uma mentalidade limitada e quando realizarmos eventos no Brasil eliminamos a imprensa internacional do mapa ou evoluimos e abrimos as portas para que a notícia de um evento ganhe destaque internacional. Particularmente prefiro a segunda ainda que a Live Nation Espanha prefira a primeira. Com eles e muitos outros é assim, não importa a dimensão de sua cobertura o que importa é fazer o jabá pra eles, ou seja, basta ser um blogueiro pé-rapado local para estar selecionado à seus eventos e não importa que você tenha algum reconhecimento ou repercussão em outro país, sendo assim sou sempre ignorado. Talvez meu currículo seja ruim, meu histórico muito mal e perco lugar para os blogueiros locais...

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