Para encerrar nossa semana, destacamos o show do Samiam. Apresentação precedida de um bom bate-papo com todos os membros do grupo, em breve revelado aqui mesmo no Zona Punk. Fato curioso e que pode deixar muitos de vocês aborrecidos com quem escreve estas linhas é que, justamente no mesmo 23 de Outubro, o que significa o mais recente domingo, o Sick of it All também visitou Barcelona para um show que prometia ser histórico, já que tocavam no pequeno e já tradicional Estraperlo Club del Ritme de Badalona, que se situa ao lado de Barcelona. Daí surgem as perguntas, "como alguém pode deixar de assistir ao show do Sick of it All para ir ao Samiam?". Pergunta nada difícil de responder. Quem acompanha nossas jornadas na Espanha sabe que ano passado, na mesma data, tivemos o New York United que além do S.O.I.A. Também contava com a presença do Madball e que além desta, também estivemos no Hellfest 2010 de cara com os hardcores. Já o Samiam era algo inédito à meus olhos. Faço das palavras da cançao que abriu o set as minhas, "I've been waiting so long..." de "80 West" do recém lançado Trips.
Mas antes de chegar ao show principal temos que destacar as boas bandas de abertura. A primeira Bullit, proveniente de Sant Feliu de Guixols/Girona, um município catalão, considerado aqui como um "pueblo" próximo à Barcelona, o que deixava o trio sentindo-se em casa. Apesar do curto tempo dedicado aos grupos de abertura como bem conhecemos, tiveram tempo de repassar músicas de seu disco de estréia, Square Wheels e apresentar as do novo, Love or Die.
E a "inauguração" da noite não parou por aí, como segunda opção tivemos o respeitado Eric Fuentes junto à seu novo projeto, El Mal. Escrevo como respeitado porque na Espanha Eric tem uma carreira pra lá de respeitável construída com seu antigo grupo, The Unfinished Sympathy. Porém este projeto apresenta um Fuentes mais punk do que seu antigo grupo que mistura post-punk com melodias pintadas de surf-music. Assim como o Bullit, Eric Fuentes & El Mal fez um excelente show, apenas com uma vantagem sobre o primeiro, mais público dentro da pequena sala.
Como já adiantamos aqui, "80 West" abriu o show do Samiam, deixando o público com um imenso sorriso. Em nosso encontro pré-show o grupo revelara que metade da apresentação seria dedicada ao novo disco, e assim foi.
Já na segunda chamada foi a vez de "Clean Up the Mess", outra música com refrão pegajoso e na ponta da língua dos presentes ajudando e muito a Billy Bouchard que além de baixista se dedica aos backing vocals. E para fechar o cartão de visita do disco Trips, veio na seqüência "September Holiday".
Mudando de disco mas não de intensidade entra "Sunshine", apesar de lá na memória ter o S.O.I.A em mente, não pude me arrepender, seria injusto com tal apresentação tão dedicada dos californianos diante de seu honesto público.
Com a seqüência de "Wisconsin", "Mexico" e "Mud Hill" o grupo deixava claro que seu show seria em blocos por disco, já que todas estas pertencem ao Astray mas quebrou as expectativas com soltaram "Stepson" pertencente ao longínquo Clumsy.
Do quinteto que esteve no palco somente o baterista Chalie Walker é o recém chegado. Sean Kennerly e Billy Bouchard se revezam entre os vocais de apoio e chegam mais próximo possível de seu público. Sergie Loobkoff, um dos principais compositores do grupo e também responsável pelas artes gráficas que incluem as capas de seu grupo, é mais reservado, técnico, o que não chega a desagradar o público.
Outro detalhe que chamou a atenção foi a boa forma vocal de Beebout, não deixando à desejar em nenhum momento.
Como se aproximava o momento das despedidas, conseqüentemente se aproximava o momento das músicas que levaram o Samiam ao reconhecimento nos anos 90 e "She Found You" foi a escolhida para abrir o momento passando por "Super Brava" que fez um duo de ritmo com "Dead" e "El Dorado" ambas do disco novo, que para muitos é considerado um dos discos do ano no estilo.
Porém o que o público queria era uma despedida com "Factory" e claro, "Full On" deixando o público bastante emocionado, com direito à stage-dives, dando o tom de festa e despedida ao mesmo tempo.
Ao final de tudo, reunido com representantes de outros veículos especializados em música, havia uma troca de olhares e todos pensando a mesma coisa, "se corrermos...chegaremos à tempo de ao Sick of it All?". Descemos à toda velocidade as escadarias e cada um foi para um lado, em direção as suas viaturas e meios de transportes viáveis.
O final da noite? Vocês decidem!
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