Não que tenha sido um desastre, mas estava programada para o Sant Jordi Club, um lugar bem maior que a tradicional sala Razzmatazz. Por falar nela, a Razzmatazz é a antiga sala Zeleste onde foi gravado Loco Live dos Ramones e o video oficial do Sepultura na turnê do disco Arise, Under Siege, entre outros.
A expectativa era grande porque os californianos visitavam Barcelona pela primeira vez como atração principal nestes vinte anos de carreira. Em sua única visita até então, tinha sido como banda de abertura para o Rage Against the Machine no ano de 1996, na época lançando o aclamado " and Out Come The Wolves".
Por que a queixa da tecnologia se é com ela que trabalhamos atualmente? Porque há pouco mais de uma semana o Blink 182 visitou a cidade condal e tocou exatamente no mesmo recinto (enorme) anteriormente reservado ao Rancid. Raciocinando um pouco parece absurdo que um pop punk besteirol tenha cacife para tanto, mas sim que tem, e isso vem acontecendo há tempos como por exemplo ter o Bad Religion abrindo para o Rise Against, uma piada. Talvez a enxurrada de bandas e música ao acesso de todos tenha sido fundamental para a falta de fidelidade dentro da cena.
Por outro lado, a única coisa que podemos reclamar da Razzmatazz na noite de ontem foi a gratuita sauna que recebemos durante o show. À parte disto tivemos uma acústica perfeita e uma iluminação melhor ainda, como particularmente nunca tinha visto na Razz, como chamamos por aqui. Não poderia ser para menos já que o setlist oferecido pela banda foi digna de uma celebração. Ver direto da barricada como Tim Armstrong entrava com sua descascada guitarra puxando "Radio Havana" deixando louco todos os skinheads e mods que estavam no local com suas camisas polo Fred Perry e suas botas Dr. Martens, seguindo com "Roots Radicals" e na sequência com a inesperada "The Way I Feel" ambas do já citado ."..and out Come The Wolves" é algo único. Do mesmo álbum escutamos de Matt Freeman os primeiros acordes de "Journey to the end of the East Bay", vale citar que Freeman é sem sombra de dúvidas um dos melhores baixistas da cena. Saindo da barricada em direção ao segundo andar da sala foi possível ver como a pista se tornava um pandemónio com "Maxwell Murder" e Freeman confirmando seu posto com aquele solo no meio da música, quer dizer, um deles já que durante toda a apresentação foram vários.
A banda permaneceu no palco por uma hora e meia e neste tempo a atracão sonora foi à base de ska com "I Wanna Riot" e "Hooligans", punk com "It's Quite Alright" e punk rock com "Salvation". Sem detalhar que ainda tivemos "Fall Back Down", "Time Bomb", "Old Friend" e muito mais. Como escrevi anteriormente, uma verdadeira celebração de uma já considerada lenda do punk/rock/ska. Comparem com quem quiserem mas a verdade é que Rancid só existe um.
Promotor: Cap-Cap
Confira fotos desse show, por Mauricio Melo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário