sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

The Gaslight Anthem Em Barcelona/Espanha 07/07/2011 - Sala Apolo - Barcelona/Espanha


Fim da turnê

"Muchas Gracias Barcelona and see you next year!" Se despedia assim metade em castelhano metade em inglês após a execução "Great Expectations", esgotado mas sem perder a marcante simpatia que o acompanha, Brian Fallon, vocalista do The Gaslight Anthem que encerrou em Barcelona uma extensa turnê. E para este grande finale a banda presenteou seus fans barceloneses com quase duas horas de concerto. Na noite anterior a banda fora de abertura para o Foo Fighters num ginásio repleto em Madri.

Entendendo The Gaslight Anthem.

Há pouco mais de dois anos, quando "The 59 Sound" foi publicado, um amigo italiano me apresentou a banda e o mesmo me enviou "The American Slang" meses antes do lançamento para ir "amaciando" a idéia. A grande verdade é que para muitos, e isto concluímos com parte da imprensa que estava em Barcelona, é que o TGA não é uma banda que apaixona na primeira audição, é necessário alguns truques para que isso aconteça. Sabe aquela freqüente estória do menina bonita com um rapaz comum ou vice-versa mas que resulta num casal apaixonado? é quase isso. Durante o show, no pool de imprensa, se escutava de tudo um pouco. Que faltam guitarras no som da banda ou "bem, ainda não me convenceram" e um ainda arriscava "tenho que escutar melhor os discos" ou até mesmo que o show seja muito limpo. Realmente, quando se escuta por primeira vez o The Gaslight Anthem, a sensação que temos é que não passa de uma banda comum, realmente desperta pouco. Até que um companheiro, que também teve a oportunidade de conhece-los em pessoa deu a pista, o segredo está na interpretação das canções, não são músicas e sim canções, apontou para o peito e disse, "te toca aqui dentro". Existe um conjunto de coisas que os deixam em destaque e principalmente as letras, quando se escuta alguma canção do TGA acompanhada de sua devida letra, alguma delas estará escrita para você e a partir deste momento você passa a entender por completo o porque de tanta badalação em cima dos americanos e seu Jersey Shore Sound. The Gaslight Anthem definitivamente não é uma banda punk e nem querem ser uma, são um grupo de rock, uma música sua e que necessita ser entendida para ser apreciada.

Pessoas comuns.

Estar com um artista pode ser o céu e o inferno. Normalmente são muito tranquilos, alguns simpáticos e tudo depende da quantidade de entrevistas dada naquele dia e o cansaço do mesmo para que o rendimento da conversa seja melhor. Com The Gaslight Anthem a quantidade parece ser indiferente, a disposição é a mesma. Mesmo enquanto estavam numa primeira entrevista Fallon tem a simpatia de olhar para o lado e te cumprimentar como se fosse um velho amigo. Após cada entrevista e cada encontro te agradece com um verdadeiro sorriso, sem falsa modéstia. Tudo isso te faz a acreditar que o sucesso obtido é merecido, somente as pessoas boas devem merece-lo e talvez este seja mais um dos motivos de que a imprensa se renda ao grupo. Após um bate-papo sob um intenso calor o bom humor sobressai e de quebra todos acabam participando de entrevistas de outras revistas, como um grande bate-papo.


O show em Barcelona.

Ainda não consiguimos entender o público em Barcelona, que, muitas vezes sai na frente na descoberta de artistas independentes e muitas outras deixa a desejar. Enquanto o The Gaslight Anthem lota todas as casas de show que vem passando, incluindo a Brixton Academy de Londres, em Barcelona vimos uma Sala Apolo praticamente pela metade. Foi surpreendente ver como ainda haviam entradas à venda no dia do show mas nada que abalasse a atitude de Brian, os dois Alex e Benny. Na verdade quem perdeu foi quem não esteve na Apolo no último 7 de Julho, dia do primeiro show deles em Barcelona e como já comentamos encerrara a turnê com um show que quase não faltou nada, digo quase porque se pudéssemos reclamar de algo pediríamos um pouco mais de iluminação para as fotografias já que nas condições impostas foi quase um milagre o que conseguimos. Após entrar em cena com uma instumental de "Jungleland" de Bruce Springsteen abriram o set com "High Lonesome" de sua obra maior "The 59 Sound", que por sinal foi tocado praticamente por completo durante o show, isso mesmo, do segundo album da banda, somente "Casanova Baby" foi excluida.

Apesar do já comentado público reduzido o que esteve presente não decepcionou, um verdadeiro fanatismo e devoção misturado a suor devido as altas temperaturas de Barcelona nesta semana de verão europeu. Com "Stay Lucky" e "Even Cowgirls Get Blues" a resposta do público foi tão insana que os "obrigou" a incluir no setlist pérolas "Bring it On", "American Slang" e "Miles Davis & The Cool" que inexplicavelmente estavam de fora. Já para criar um momento mais íntimo Brian e seus companheiros puxaram "The Diamond Church Street Choir" e com um imenso sorriso seguiram conduzindo seu "Old White Lincon". Podemos afirmar com convicção que "59 Sound" é o verdadeiro hino deste grupo, era possível ver pessoas emocionadas na sala.

Para descontrair, Brian (sempre muito comunicativo) confessou suas engraçadas limitações com o idioma espanhol. É claro que músicas do primeiro álgum, "Sink or Swin", não poderiam ficar de fora, muito menos "Wooderson" e sua pegada magistral, assim como "We came to Dance" e um momento bem acústico com "The Navesink Banks" e "Blue Jeans & White T-Shirts", a banda faz um repasso de tudo, Cash, Springsteen e claro eles mesmos com "The Queen of Lower and Chelsea". Também tivemos tempo para as novidades com "Biloxi Paris" e o cover do Pearl Jam com "State of Love and Trust".

Antes de finalizar com "Great Expactations" já comentada no início de tudo a escolhida foi "The Backseat" que naturalmente possui todo este clima de despedida.

De momento é esperar disco novo, visita ao Brasil, novas visitas a Espanha e que continuem sendo pessoas reais como as que tivemos a oportunidade de conhecer, enquanto isso o que fica na mente é..."we use to drive all night, all over the town...".

Confira abaixo mais fotos deste concerto.
Enviado por Mauricio Melo

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