sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

The Gaslight Anthem em Barcelona/Espanha 08/11/2012 - Sala Apolo - Barcelona/Espanha

E lá estávamos nós, as 21:00 deste 8 do Novembro para nosso reencontro com os americanos do The Gaslight Anthem. Apenas um ano e quatro meses após nosso primeiro encontro com direito a cobertura completa, sessão de fotos, mensagens em video e outras coisas mais para, desta vez, conferir de perto o lançamento de Handwritten. Da vez passada foi o final da turnê de American Slang, vimos uma banda cansada mas sem perder o otimismo, paciência e claro, a vontade de tocar por mais de duas horas suas canções, naquele que foi o último show após meses de viagem

Curiosidade era a palavra da vez. Como estaria a banda em inicio de turno? Como se encontra o grupo que estreia disco numa multinacional? O que havia mudado, se é que algo mudou? Todas as respostas chegaram com os primeiros acordes de "Mae", assim mesmo, sem acento. Mas não pensem que foi assim de fácil chegar até a Sala Apolo e cobrir o show.

Antes, tivemos que passar pelo crivo da Live Nation Espanha que passa uma imagem toda profissional mas na grande verdade beneficia sua panela de meia dúzia de grandes nomes da fotografia e deixa de lado muita gente séria com vontade de trabalhar. Nós, é claro, pertencemos ao segundo grupo. Chega de dar créditos a quem não merece e vamos ao que interessa. 



Como havia dito lá em cima, os rapazes abriram a noite com a tranquila "Mae", com luz baixa e inteligentemente fazendo com que a ansiedade do público e os ânimos não explodissem aos primeiros acordes da noite, pelo menos isso parecia. Porém o que saltou à vista neste momento foi o quinto elemento em cima do palco, isso mesmo, o The Gaslight Anthem vem em formato de quinteto para esta tour. Com Ian Perkins do projeto paralelo de Brian e Alex, The Horrible Crowes. A dupla recrutou o guitarrista que também divide vocais com Fallon. O público, pelo menos o da linha de frente aceitou com emoção a primeira música da noite mas vibrou em definitivo na sequência com "'59 Sound" e "Handwritten", títulos do segundo e quarto álbum respectivamente, deixando claro que o grupo não queria conter ânimos e sim gerar mais expectativa. Enquanto "Old White Lincoln" era executada deixávamos a barricada de fotógrafos e saíamos em busca de um seguro e confortável abrigo para o resto da jornada que conteve ainda na primeira parte temas como "I'd Called you Wood, Joe" e "Angry Johnny and the Radio" seguida de "Film Noir" para desta vez sim, relaxar o público. Talvez parte dele (o público) já estivesse relaxado e em muitas ocasiões, em excesso. Da metade da sala Apolo para trás, a sensação era de que estávamos numa festa, com uma bandinha tocando ao fundo tentando animar aos festeiros. Muito bate-papo, cerveja na mão e uma pose de "estou aqui porque é a banda da moda…" , a ponto de Fallon em mais de uma ocasião comentar que não se importava com as vozes que eram escutadas durante músicas mais lentas, o que na verdade deveria incomodar o rapaz mas como não perde o bom humor e compostura disse que para ele "soava como música". O que se notou deste segundo público foi a reação em músicas consideradas hits como "American Slang" e "Great Expectations" que fizeram parte de um grande finale e que traduz o que foi o show por parte do quinteto. Em cima do palco vimos além de Brian e Ian já comentados por aqui, os guitarristas Alex (Rosamilla e Levine) junto a Benny na bateria suando a camisa, com muito bom humor e fazendo de com que "Miles Davis & The Cool" e "The Queen of Lower Chelsea" emocionasse os verdadeiros fãs da banda, estes sim, situados mais próximo ao palco. E antes da já comentada despedida do palco após duas horas de apresentação tivemos "Here's Looking at You, Kid" e "Blue Dhalia". E para os que buscavam mais emoção a recompensa veio no cover "Changing of the Guards" do Bob Dylan, que na voz de Brian e nos riffs de Alex foi de deixar qualquer um com lágrimas nos olhos, ainda que não para todos… a juventude de fones de ouvido se perguntava se era música nova.

Após matarmos nossas curiosidades iniciais e conferir mais uma vez esta excelente banda de rock, temos a sensação de que muito em breve já não teremos a oportunidade de vê-los em salas de pequeno/medio porte, os rapazes estão no caminho certo, subindo um degrau de cada vez. Já sabemos como Brian Fallon pensa, não é preciso ver toda a escadaria, apenas os primeiros degraus e os cinco que vem por diante. E para aqueles que tentam definir a banda ou associa-la à algum estilo, por favor desista. The Gaslight Anthem é definitivamente uma banda de rock, puro e simples, tocado por jovens de boas intenções, com muito talento, carisma e sem intenção de serem rock-stars. Fica a receita.
Enviado por Mauricio Melo

Confira fotos desse show, por Mauricio Melo:

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