domingo, 17 de agosto de 2008

Bad Religion - Grafin comanda rebanho em Barcelona.

Bad Religion
Cidade: Barcelona
Data: 18/06/2008
Local: Sala Razzmatazz
Promotora: Cap-Cap.


Texto e foto: Mauricio Melo


A Cap-Cap manteve a fama de trazer a terras espanholas excelentes bandas e mais uma vez não decepcionou. Ao ser anunciado para meados de Junho, em meio a zilhões de festivais, um show do Bad Religion com a pequena desculpa de estar lançando New Maps of Hell, logo veio a dúvida: valeria à pena mesmo já tento assistido aos californianos em outras oportunidades?




Pobre do insano que ainda pode fazer esta pergunta, a única resposta viável esmaga aos ouvidos nos primeiros acordes de "21st Century Digital Boy", o quinteto - que as vezes se torna um sexteto com a participação pra lá de especial de Mr. Brett - demonstra toda a experiência de quem é ícone do punk-hardcore-melódico Made in California. "New Dark Ages" do último disco veio logo em seguida, deixando claro que o Bad Religion não é banda de um único integrante, fica nítida a participação de todos, Jay Bentley se tornou um dos maiores baixistas (não vocalista) a ter postura de frontman, é incrível a participação dele nas músicas, segurando as bases com tranquilidade, experiência e com uma cara de satisfação de um principiante.




Para deixar claro que o setlist seria de A a Z, logo tocaram "Suffer" que para os fãs mais antigos dispensa qualquer comentário. Ainda marcaram presença "Stranger Than Fiction", "No Control", "Come Join Us", "Big Bang", "News From the Front", "You", "Recipe for Hate" entre outras, é impossível relatar com exatidão a seqüência de clássicos executados pela banda. Greg Hetson parecia ter molas nos pés e decolava de um lado a outro com sua guitarra, Brian Baker perfeito nas bases e o atual baterista Brooks Wackerman fez um excelente trabalho apesar do forte calor local e do visível desgaste sofrido por ele durante a apresentação. O que dizer de "I Want to Conquer The World" seguida de "Let Them Eat War" esta última do álbum The Empire Strikes First, só pelos títulos já sabemos que mensagem Mr. Greg Graffin quer passar, apesar desta última ser mais leve do que a anterior. Por falar nesta figura chamada Grafin, é impressionante a postura e a simplicidade deste frontman que segue a risca sua ideologia de não querer se tornar nenhum ícone ou símbolo dentro da música mesmo já o tendo feito, deixando claro que suas palavras são mais importantes do que sua imagem. Qualquer outro frontman que tivesse o peso e a importância deste estaria (como muitas bandas) associando sua imagem para conseguir patrocínios, marcas de roupa ou produtos personalizados. Não no caso Graffin, uma pessoa simples, com roupas simples, que sobe ao palco com uma incrível serenidade e despeja protestos em forma de poesia e punk rock. Muitas vezes parece um pastor comandando seus fiéis de uma "má" religião, e podem ter certeza, seus seguidores são fiéis. O que ficou nítido na última música da noite "Sorrow", que apesar de ser bem leve tem uma letra à altura, que faz muita gente pensar enquanto Grafin canta "Well then I do imagine there will be sorrow", seu rebanho o acompanha com "Sorrow no more!".

Mais fotos sobre o show em www.flickr.com/photos/mauriciomelo


Também publicado por Rock Brigade.

Nenhum comentário: