domingo, 17 de agosto de 2008

Napalm Death - Religião? No Thanks!




Poucas bandas conseguiram fazer o que reis do grindcore fazem até hoje: seguir fiéis à sua própria invenção, demonstrando que está longe de ter um fim. Vinte e seis anos após sua formação e de apresentar ao mundo uma verdadeira revolução da música extrema, o Napalm Death tem quinze álbuns lançados e nenhum membro original na banda.
Por Mauricio Melo
NAPALM DEATH
Sala Mephisto, Barcelona / Espanha
19/5/2008


Quase três décadas de brutalidade
Mauricio Melo, texto e fotos

O Napalm Death tem quinze álbuns lançados em sua larga e sólida discografia, sendo dois deles ao vivo (sem contar EPs ou coletâneas), nenhum membro original na banda, mas uma formação sólida desde Utopia Banished. Antes deste álbum somente o baterista Mick Harris era membro original desde a gravação de Scum. Depois de Utopia a única baixa foi de Jesse Pintado que, antes das gravações de The Code is Red... Long Live the Code, deixou o grupo após mais de uma década para se dedicar ao projeto paralelo Terrorizer. Faleceu logo após as gravações do segundo disco deste projeto, Darker Days Ahead.
Com Shane Embury no baixo (o único a ter alguma participação nas gravações de Scum, sem ser então integrante oficial do grupo), Mitch Harris na guitarra, Danny Herrera na bateria e com o incrível Mark Barney Greenway nos urros, o Napalm Death visitou Barcelona uma vez mais na última segunda-feira 19 de maio na sala Mephisto, em um show que não precisamente faz parte da turnê de lançamento do álbum Smeal Campaign mas um show "avulso, que vale de aquecimento para o próximo disco.
Pelo que já adiantou Barney em alguns momentos de comunicação com o público, entram em estúdio ainda este ano e o tema, que não poderia fugir ao perfil do grupo, será sobre política e religião, lembrando ainda que a banda uma postura totalmente anti-guerra e participa de campanha em projetos em defesa dos animais.
Utilizando a mesma vinheta de abertura do último álbum, Smeal Campaing, "Weltschmerz", seguida de "Sink Fast, Let Go", "Instinct of Survival" (do álbum Scum) e "Unchallenged Hate" (do segundo disco, From Enslavement to Obliteration), que fez os fãs mais antigos enlouquecerem. Com "Suffer The Children", de Harmony Corruption, a banda confirmou que o setlist seria recheado com clássicos de cada álbum. "Continuing War on Stupidity" foi a única do bom álbum Order of the Leech e "Necessary Evil", do Enemy of the Music Business.
Barney parece sempre estar levando descargas elétricas e algumas vezes perde o fôlego com seus discursos políticos ou anti-religiosos e até contra punks nazistas, antes de anunciar a cover dos Dead Kennedys "Nazi Punks Fuck Off!", deixando o "Fuck Off!!!" pra galera berrar - o que dá mais méritos ao grupo, pois além de criar um estilo musical próprio, conseguiu ganhar respeito de todas as cenas underground, seja entre os fãs de death metal, hardcore e até do próprio grind, sendo uma das poucas do gênero convidadas a participar de tributos a bandas punk/hardcore como o Sick of it All e o citado DK.
Falando nisso, eles também gravaram um tributo às bandas que os influenciaram, Leaders Not Followers Pt.2, que inclui covers do Discharge, Agnostic Front e Cryptic Slaughter, porém nenhuma cover deste álbum entrou no setlist, o que certamente daria um tempero a mais.
Ainda marcaram presença as músicas "Scum", "Life", "The Kill" e a relâmpago "You Suffer", todas do disco Scum. Já na reta final "I Abstain", do Utopia Banished, e "Siege of Power" (Scum). Fim de noite e se despedem com um até breve, deixando claro que Barcelona estará incluída na rota de próxima turnê sem sombra de dúvidas.
Mais fotos sobre o show - www.flickr.com/photos/mauriciomelo
Também publicado por www.portalrockpress.com.br , www.revistaparadoxo.com e Rock Brigade.

Nenhum comentário: