quinta-feira, 14 de agosto de 2008

The Cure 4 Tour 2008


Vinte e um anos se passaram desde a primeira visita do Cure ao nosso país, em 1987, no Maracanãzinho, o que seria então o meu primeiro show ao vivo. Um reencontro com a 'Cura' se deu no extinto Hollywood Rock, desta vez em 1996. Uma vez mais, e em uma década diferente, tenho uma nova oportunidade de presenciar esta incrível banda. O tempo passa rápido, porém, para alguns, parece não passar.
Por Maurício Melo
THE CURE
Palau Saint-Jordi, Barcelona
10/3/2008
Texto Maurício Melo


Ao longo de mais de três décadas de carreira e com o tanto de hits que colecionam, não seria difícil de imaginar se o show do Cure seria bom ou ruim, esse 'jogo' já estava ganho, difícil mesmo era saber qual tática seria adotada para a vitória. Porém, o talentoso (quase cinqüentão) Robert Smith, que continua com sua melancólica voz mais afinada do que nunca, não decepcionaria. Voando alto em composições inesquecíveis e dando rasantes nos mais variados sucessos, deixou seu público esgotado, e com certeza, agradou a gregos e troianos.
A abertura da noite ficou por conta do 65 Days of Static. A grande curiosidade é que tocam um estilo industrial/experimental, somente instrumental, algo bem diferente que valeu a pena conferir. Com uma formação bem atraente, com Simon Gallup no baixo e Porl Thompson na guitarra (que tiveram participações em grandes discos da banda ainda nos anos 80), e ainda Jason Cooper na bateria (na banda desde 1995), o Cure nos dias de hoje pode dar-se ao luxo de sair em tour sem ao menos lançar um novo disco, o que, aliás, não acontece desde Bloodflowers (2000).
4 Tour 2008 é o nome e já basta para que os ingressos se esgotem da noite para o dia, deixando bem claro que não estão tocando em simples salas, mas em ginásios com capacidade para quinze ou vinte mil pessoas, o que demonstra que a banda tem seu reconhecimento pra lá de merecido dentro da história. Meia hora antes do início, o que se ouvia no ginásio era a reprodução de ondas do mar ao invés de um típico DJ. Na platéia, mistura de novos e velhos (velhos, não, originais seria a palavra mais correta) seguidores, aguardavam com ansiedade o início da noite. Os 'originais', bem mais a caráter que os novos.
O show começa com a bela “Plainsong (Desintegration)”, emocionando os mais eufóricos, foi como dar boa noite tranquilamente, contendo a euforia sem deixar de lado a beleza e alegria, como um apaixonado brinde. Com um jogo de luz perfeito, o que é corriqueiro em seus shows, e um telão de fundo com projeções que variavam entre desenhos, fotos ou até imagens de alguns clipes, foram aos poucos satisfazendo os presentes.
A obscura “Prayers For Rain” vem logo em seguida, e daí em diante foram alternando entre “Love Song”, “Friday I´m Love”, “High”, “The Blood”, “The Baby Scream”, “Lullaby” (com teias e aranhas no telão), ou seja, ótimas músicas que não foram single de rádios e outras que sim, até chegar ao set dos 80, uma seqüência com “Inbetween Days”, “A Forest”, “Play For Today”, “Primary”, “Let´s Go To Bed”, “The Walk” e “A Night Like This” e... fim? Nem pensar! Ainda faltavam hits e mais hits.
Mr. Smith e cia. não estavam dispostos a encerrar a noite àquela altura. Uma hora mais de sucessos alternados até um tímido boa noite e em seguida retornada para o primeiro dos três bis, incluindo nesta reta final clássicos como “Close to Me”, “Push”, “Boys Don´t Cry”, “Jumping Someone Else´s Train” (com a alucinante projeção do clipe ao fundo), “The Love Cats”, fechando com “Killing An Arab” depois de mais de três horas de concerto. O jogo foi ganho de goleada.
Também publicado em http://www.portalrockpress.com.br/ e http://www.revistaparadoxo.com/

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