domingo, 9 de maio de 2010

Vans Tour 2010



Vans Tour 2010 - Pennywise, Strike Anywhere & A Wilhelm Scream
Local: Apolo A - Barcelona.
Data: 06/05/2010
by Mauricio Melo

A Primavera em Barcelona ainda dá seus primeiros passos e nem soltou todos os pólens de suas árvores como de hábito mas a temporada de shows está mais quente do que nunca. A já tradicional Vans Tour caprichou na melodia deste ano e trouxe um dos ícones do punk rock, se é que podemos dar algum estilo ao Pennywise, já passa pela minha cabeça que o nome da banda é um formato de música. Porém, é óbvio que não eram os únicos donos da festa, outras duas bandas estiveram à altura e fizeram apresentações de tirar o fôlego. A Wilhelm Scream, que chega ao Brasil em Junho para aguardados shows e os também respeitados Strike Anywhere.
À excessão do Pennywise, ambos grupos mencionados ateriormente apresentam lançamentos recentes. O primeiro com um EP auto-intitulado e o segundo, "Iron Front", dois discos do ano anterior porém bastante frescos aos ouvidos do público que lotou o tradicional teatro Apolo A. Há quatro anos em Barcelona poucas vezes vi um show do estilo pendurar a placa "sold-out" na porta. O público tinha seus motivos para tal, além dos já citados (motivos, é claro) com relação aos outros grupos, o Pennywise não pisava na cidade há muitos anos e desta vez apresentava Zoli do Ignite como novo frontman e tudo contribuiu um pouco.
Horas antes da apresentação, logo após a passagem de som, tivemos a oportunidade de encontrar os integrantes das bandas Strike Anywhere e A Wilhelm Scream e a rapaziada está banstante ansiosa com relação aos shows no Brasil e América do Sul. Ao comentar com eles que a recíproca do público brasileiro é verdadeira pude sentir uma ponta de "inveja" (positiva) dos Striker's, talvez por também desejar estar nesta festa. Nuno Pereira está super empolgado por ter a oportunidade de livre comunicação com o público, já que, como muitos sabem ele é filho de portugueses e fala nosso idioma com aquele sotaque lá da terrinha.
O dia ainda estava claro do lado de fora e dentro do teatro e chegava o primeiro ato da noite, a sala já recebia um bom público e a banda de Boston tinha quarenta minutos para cumprir sua missão e assim foi. Exibindo uma energia e velocidade impressionante o A Wilhelm Scream fez um show na medida, sem cansar o público e deixando o mesmo com saudade instantânea quando a apresentação chegou ao fim. Músicas que merecem destaque e que certamente estarão no setlist brasileiro são "The King is Dead", "Me vs. Morrissey in the Pretentiousness Contest (The Ladder Match)" ambas do Ruiner. Não podemos deixar de lado também "The Horse" do álbum Career Suicide e do lançamento mais recente "Skid Rock" mereceu nossa atenção.
Quando o Strike Anywhere chegou ao cenário, encontrou um público ainda aquecido e não foi difícil de manter ou até mesmo de subir o nível com músicas como "I'm Your Opposite Number" e "Sedition", ambas de lançamentos recentes e o vocalista Thomas Barnett provando que tamanho não é documento com bastante movimentação e total integração com público. "Lights Go Out" de Exit Englist foi outro destaque na apresentação.
Chegava enfim o grande momento da noite. Os reis de Hermosa Beach estavam prontos para subir no palco e matar de vez a saudade e curiosidade do público. Muita gente se perguntava se a fusão Zoli/Pennywise iria dar certo, os mais curiosos com certeza buscaram na web vídeos e fizeram comparações antes de assisti-los ao vivo, etc, etc. Porém ao começar a apresentação com "Peaceful Day" todos os temores começaram a se dissipar com a mesma velocidade dos riffs da guitarra do grandalhão Fletcher e logo em seguida uma declaração de Zoli deixou bem claro sua posição na banda, "é um prazer estar cantando na banda da qual sempre fui fã", não é necessário tantas palavras para avaliar. A grande verdade é que o Pennywise perdeu seu vocalista, Jim LIndberg simplesmente deixou a banda e Zoli que pertence a uma das bandas mais respeitadas do circuito não necessita se promover com esta participação. Ao assistir o "novo" frontman levando, e muito bem, músicas como "Society", "Fight Till Die", "Dying to Know", "Searching", "Same Old Story", um clássico após outro, se jogando na galera em "Fuck Authority" ficou nítido que o posto foi preenchido por alguém infinitamente capacitado e que na verdade tem méritos de sobra para isto com seu carisma que vem desde o Ignite, com seus discursos pacíficos apoiando a organização Sea Shepherd e mesmo com todo seu vigor físico chega ao final das canções ofegante, deixando claro que se dedica ao máximo e que não quer decepcionar. Ainda que um fã tenha gritado a meu lado "não vai dar certo!" nos primeiros segundos da apresentação, o mesmo veio admitir mais tarde que tudo se encaixou perfeitamente numa noite que já entrou para a história. Vale ressaltar também que a maioria das músicas foram dos discos mais antigos, além das citadas também marcaram presença "Greed", "Can't Believe it", ambas de Staight Ahead e até "Homesick", pedida através de um cartaz lançado no palco por um fã. Dos álbums From Ashes, The Fuse e Reason to Believe pouco ou nada foi tocado, destes álbuns somente "Something to Live For" deu as caras. O fim da noite todos já imaginávamos, Bro Hymn com uma múltidão no palco.
Assistindo a um show como este, com a banda revigorada e sabendo que este ano lançam disco novo, podemos ter a garantia que teremos Pennywise por muitos anos.

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