sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Por trás do Monstro Invisível


O novo clipe d’O Rappa, "Monstro Invisível", dirigido e realizado pelo casal Gustavo Melo e Luciana Bezerra, concorre ao VMB como melhor clipe do ano. Ambos fazem parte da primeira safra da escola de cinema do Grupo Teatral Nós do Morro (RJ). Seus professores, Rosane Svartman (Como Ser Solteiro No Rio De Janeiro) e Vinicius Reis (Saens Pena, a Estação Final).

"Monstro Invisível", o novo clipe d’O Rappa"Monstro Invisível" é considerado pela própria dupla como o milagre mais recente realizado pelo núcleo de cinema. "Foi uma correria, filmamos em apenas dois dias, mas ficou emocionante", contam Gustavo e Luciana. "O clipe ficou bem doc e só foi possível por causa das infinitas parcerias, toda a galera do Nós, a montagem hipnótica do italiano Alessio Slossel". Slossel chegou no Nós há oito anos e ficou no grupo. Contaram ainda com a parceria da produtora El Desierto, que através da amizade do Diretor de Arte, Pedro Rossi, convidaram dois coletivos cariocas de grafiteiros e interventores intitulados "Nacão" e "El Ninho": Gais, BIG, Mateu Velasco e Pedro Rossi. As artes dos cartazes foram interpretações dos próprios para a música "Monstro Invisível": "A banda deu total liberdade, confiou no nosso trabalho". O Rappa já teve três clipes com elenco do Nós do Morro (Minha Alma, O que Sobrou do Céu e O Salto) e agora veio a oportunidade da direção e realização. O diretor de fotografia André Lavaquial é o diretor do curta brasileiro mais badalado em Cannes este ano: "Som e o Resto". O clipe tem as participações de Jonathan Azevedo/Negueba (7 Minutos de Cavi Borges), Kikito Junqueira (Cidade de Deus e Era uma Vez) e Marcelinho Mello (o Sandro, de Ônibus 174, de Bruno Barreto) e foi filmado no Rio de Janeiro, do Centro ao subúrbio, passando por bairros da Nova Holanda, Penha e Brás de Pina.

Sobre Gustavo Melo:Gustavo passou a infância e adolescência no subúrbio da Leopoldina, mais precisamente no bairro de Brás de Pina, onde desde criança devorava quadrinhos. Com o passar dos anos, virou cinéfilo consideravelmente conhecido e reconhecido nas vídeolocadoras do bairro.Pouco mais adiante, seu bairro natal e principal fonte de inspiração até os dias atuais se tornaria pequeno. Somado a alguma resistência familiar, em 1997 foi morar no morro do Vidigal, Zona Sul, para estudar e fazer parte do Núcleo de cinema do Grupo Teatral Nós do Morro, coordenado pelos cineastas Rosane Svartman e Vinícius Reis. Um ano depois passou a dar aula de cinema como multiplicador para jovens e adolescentes. Em 1998 participou do Projeto "Estereótipos", desenvolvido em intercâmbio através da Comunidade Européia com cinco países: Alemanha, Brasil, Colômbia, França e Portugal. Fez parte da equipe de Roteiro e Direção.Em 1999 recebeu o prêmio de roteiro da Riofilme, com o curta-metragem O Jeito Brasileiro de ser Português e fez a sua tão sonhada estréia na direção. Dib Lutfi, o fotógrafo histórico do movimento Cinema Novo fez a fotografia do curta.Em 2000, trabalhou com mais cinco roteiristas no longa metragem Abalou - Um Musical Funk, premiado pelo MINC no concurso de roteiros. Em 2002 fez a adaptação do livro Nação Crioula, de José Eduardo Agualusa, para um longa a ser dirigido por Blisário Franca. Participou de outros curtas como o Mina de Fé, de Luciana Bezerra (melhor curta metragem no festival de Brasília, convidado do festival Clermont-Ferrand de 2004), que também já rodou o Brasil e Europa sendo exibido nos mais diversos festivais.Também ganhou prêmio de Melhor Texto no primeiro Festival Carioca de Esquetes de 2003. Foi um dos seis roteiristas no Workshop de Roteiros para Sitcom, coordenado por Debbie Allen, Michael Ajawke Jr. e Bentley Evans. Teve sua estréia como autor teatral com a peça Biografia (não-autorizada) de uma família. Publicou ainda o conto Dois Irmãos, na Revista Piauí, em dezembro de 2006. Em 2004 foi um dos premiados com o roteiro Picolé, Pintinho e Pipa, no concurso de editais no MINC, realizando assim seu segundo curta metragem em 35mm. Picolé, Pintinho e Pipa recebeu o prêmio ABD&C (1º Festival Visões Periféricas/2007/RJ) e continua sendo convidado no Brasil e no exterior. Trabalhou também em documentários como A Cobra Fumou, além de dar seus primeiros passos em vídeoclipes com o rapper Macarrão e música eletrônica de RRamos.Recentemente, co-dirigiu o filme/documentário (22 minutos) Minha Área, que foi exibido em alguns festivais no Brasil, entre eles o tradicional Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro.O rapaz não parou por aí. Já tem em seu calendário Dia de Visita, roteiro de longa metragem produzido em parceria com Cavi Borges, a ser produzido ainda este ano pela CAVIDEO, e A Distração de Ivan, prêmio de Roteiro pela Petrobrás recebido em 2007, para um curta-metragem a ser realizado ainda em 2008, cujo roteiro teve mais uma vez seu bairro natal Brás de Pina como fonte de inspiração - assim como em outras ocasiões, boa parte das filmagens será feita no local, mais precisamente na casa de sua avó materna, onde passou parte de sua infância.A ida de Gustavo ao Nós do Morro não lhe rendeu somente aventuras cinematográficas. Lá também encontrou Luciana Bezerra, atriz, roteirista, diretora e mãe – e casou-se com ela. Os dois dividem sonhos, frustrações, realizações, idéias e um filho.


O LINK PARA VISUALIZAR A VERSÃO OFICIAL DO CLIPE NO YOUTUBE É ESTE - http://br.youtube.com/watch?v=C1jrGzvpodU

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