quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

The Pains Of Being Pure At Heart Em Barcelona 13/01/2012 - Sala Razzmatazz 2 - Barcelona/Espanha

Abrimos o ano de 2012 com a apresentação do The Pains of Being Pure at Heart. Não foi na primeira, nem na segunda e tampouco na terceira tentativa que conseguimos conferir tal apresentação, porém na quarta passagem do grupo pela cidade condal. Em 2009 durante o festival San Miguel Primavera Sound o quinteto nova iorquino apresentava até então seu primeiro e auto-intitulado álbum.  Naquela ocasião acabamos deixando escapar a apresentação por estar diante do Tokyo Sex Destruction, grupo espanhol que é comparado ao melhor momento do The International Noise Conspiracy e até mesmo MC5. A apresentação dos espanhóis era tão boa que esquecemos que os americanos do Pains estavam logo ao lado. Após esta o grupo passou por Barcelona duas vezes mais e não conseguimos "invadir" dito show.

Desta vez não houve recusa e nosso pedido foi aceito. Apesar de ser uma Sexta-feira 13 o público não temeu o azar, já que por aqui se celebra a Terça-feira 13. Isso mesmo, espanhol é assim, não comemora Natal mas celebra dia de Reis como se fosse, e a sexta é terça-feira 13.

Num princípio parecia até que não daria público mas pouco antes da apresentação a sala já dava sinais de cheia. Liderados por Kip Berman e sua Fender Jaguar o quinteto abre a apresentação com a música título de seu segundo disco, "Belong", lançado ano passado e considerado um dos melhores do ano no gênero e responsável por colocar o grupo em definitivo como o da "moda", para toda uma geração.

Não só a guitarra de Kip é a mesma como a atuação no palco se parece com a de Oliver Ackermann, também vocalista e guitarrista de uma banda nova iorquina chamada A Place to Bury Strangers. Seu trejeito shoegazer de distorcer os riffs chama bastante atenção enquanto os outros integrantes mais se concentram em tocar. Kip também se comunicou e bem, ainda que de maneira bastante básica, em castelhano enquanto a tecladista Peggy Wang se derretia à Barelona em inglês mesmo. Na sequência tivemos "This Love is Fucking Right!" e "Heart in your Heartbreak" que podemos considerar um verdadeiro hit ao olharmos a reação do público diante desta. Por momentos me senti num verdadeiro show dos anos 80, aquele som característico, com a bateria marcada e seca, um baixo também marcado e guitarrinhas distorcidas além do teclado.  Um público com suas camisas xadrez, calças Levi's slim fit e óculos Ray Ban.  A sensação aumentou quando "The Tenure Itch" foi tocada.

Apesar das músicas serem parecidas entre si, o grupo tem a fórmula e a medida exata de não se tornar cansativo e isso fica nítido em "Heaven's Gonna Happen Now" e "Come on Saturday". A essas alturas já podíamos ver a camisa de Berman ensopada de suor por sua dedicação no palco. Até mesmo a música que leva no nome da banda e que pertence a um EP (também auto-intitulado) foi tocada no final depois de "My Terrible Friend".

Para o bis a banda reservou "Contender" que foi executada por um Kip Berman em solitário além de "Say No to Love" e "Strange", a mesma que encerra do disco Belong e que tem mesmo cara de fim de festa. Um excelente show para um bom público com aspecto de Primavera Sound, já podemos ir aquecendo.
Enviado por Mauricio Melo

Confira fotos desse show, por Mauricio Melo:

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