segunda-feira, 6 de maio de 2013

Vans Tour 2013: Pennywise, A Wilhelm Scream, Authoroty Zero & Godfarts em Barcelona 03/05/2013 - Sala Razzmatazz - Barcelona/Espanha



Para quem vinha reclamando da falta de shows ou, pelo menos, a falta de autorização para invadir o pouco que a cidade de Barcelona nos ofereceu nos primeiros 90 dias de 2013, até que tivemos um mês bastante ocupado.

Tudo começou no inicio de Abril com Rocket From The Crypt, passou por Extreme Noise Terror, Appraise e seu hardcore local, se estendeu até o Comeback Kid com o vocalista original e finalizou com Pennywise que também celebrava o retorno de sua voz original.

Porém, antes da grande atração, tivemos um rápido encontro com Nuno Pereira, vocalista do A Wilhelm Scream que abria a noite junto outras duas bandas.

A primeira a entrar em cena foi a Godfarts. Banda local e figurinha carimbada nas aberturas de shows organizados por Hardcore For My Nose (promotora). É bom acompanhar de perto o crescimento da molecada. Há poucos anos eram adolescentes em forma pura, recém saidos da infância e brincado de tocar punk rock. Hoje já podemos ver uma banda infinitamente mais solida do palco.

A segunda a dizer "hola" para o público foram os americanos do Authority Zeropara o lançamento do interessante The Tipping Point e é de se confessar que a banda começa a ter um espaço garantido entre o público que cantava e vibrava com a atuação dos rapazes no palco. Um bom show apesar de curto. Destaque total para Jason DeVore nos vocais, não por sua voz mas sim por atitude no palco.

O mesmo podemos dizer de A Wilhelm Scream e do já comentado vocalista Nuno Pereira, pois não só o rapaz tem movimentação voraz no palco como também o quarteto que o acompanha. Robinson no baixo é uma atração à parte. Num setlist mais generoso, não só de tamanho mas também pela quantidade de músicas já conhecidas e cantadas em coro pelo público, o quinteto de Boston mostrou e demonstrou a que veio, suando a camisa com músicas como "Mute Print", "Australias", "The Horse" e "Me Vs. Morrissey in the Pretentious Contest", entre outras. É realmente impressionante ver como gostam de estar no palco, o entrosamento é perfeito.

Da última vez que o quarteto de Hermosa Beach visitou a cidade condal, estava representado por Zoli ao microfone, vocalista do Ignite. Enquanto uns torciam o nariz, outros aceitavam como a melhor das opções na tentativa de manter a banda em atividade. Naquela ocasião, o público vibrou, saltou, entrou na energia positiva que Zoli transmitiu e até classificou o disco lançado naquela aventura e o já comentado show, como bom. Porém era nítida, a sensação de que algo não encaixava. Ainda mais conhecendo o trabalho posterior de Jim Lindberg e reconhecendo que nosso frontman em questão ainda tinha muito punk rock californiano para oferecer.

Pois bem, tão repentina quanto sua saída foi seu retorno, ainda que ambas de maneira inexplicada, ou melhor, mal explicada. Não nos interessamos por fofocas e somente focamos no que podem nos oferecer como formação e uma vez mais tudo que foi oferecido, foi absorvido ao máximo. Desde a boa sensação ao escutar a bandeira subir atrás da bateria, digo escutar pela vibração do público já que estávamos em uma posição pouco favorável no momento, até o muito obrigado de despedida sob a trilha sonora de "Bro Hymn". Foram vários os momentos que levantaram o público numa noite memorável.

Abrindo o set com "Wouldn't it be Nice", que para muitos dos presentes foi a primeira música que se escutou do Pennywise na vida, já que a mesma é responsável por abrir auto intitulado disco. Já estava claro que a apresentação seria em alto estilo. Jim, como sempre, apresentando boa forma e sua inconfundível maneira de atuar com o microfone em mãos, boné negro e camisa com referências ao surf. Fletcher não ficava atrás mas forma física definitivamente não é com o cidadão que está cada vez maior, para os lados.

Na seqüência, um par de músicas de Straight Ahead com "My Own Country" e "Can't Believe", a noite estava ganha e o público insano. Por um momento achei que meia sala Razzmatazz quisera invadir o palco para stage dives, talvez pelo baixo nível de idioma estrangeiro na cidade, o mesmo não entendia que a própria banda não estava de acordo com tal pratica.

O que vimos e escutamos deste ponto até o encerrar com a já comentada "Bro Hymn" foi um desfile de clássicos como "Society", "Broken", "Same Old Story" e não somente da banda em questão como também vários covers, incluindo "T.N.T." do AC-DC. Além deste, tivemos algo de Nirvana, Ramones e Black Flag com "Gimme Gimme Gimme" além dos tradicionais Minor Threat e seu auto-intitulado tema e "Stand By Me" de Ben E. King que foi gravado num EP há anos atrás, ou melhor décadas. O que mais chamou a atenção do público para o cover do Minor foi a presença de Jason DeVore e Nuno Pereira dividindo o microfone com Lindberg, a versão ficou insana. Ainda sobre o setlist foi perceptível a não inclusão de músicas de Reason To Believe e The Fuse, ambos foram citados por Jim como estopim de sua saída e a insatisfação de grava-los em seu momento.

Qual será o novo passo do Pennywise? Não sabemos. Mas de momento, está bom assim. Esperamos que insatisfações e diferenças tenham mesmo ficado de lado.

O virar de página é o melhor remédio.
Enviado por Mauricio Melo



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