sexta-feira, 24 de abril de 2009

Oasis lota ginásio em Barcelona


Texto e foto: Mauricio Melo

Com entradas esgotadas há várias semanas, O Oasis fez somente dois shows em terras espanholas, o primeiro em Barcelona, dia 13 de fevereiro, e o segundo na noite seguinte, em Madri. Apesar da organização só liberar credenciais para a imprensa local, este repórter brasileiro conseguiu assistir ao show pagando 40 Euraços de entrada, e ainda driblou a segurança para entrar com a câmera na mão. E quer saber? Valeu a pena. Os Galleghers não decepcionaram antigos e novos fãs, público que variava entre quarentões e adolescentes.

Como de hábito, a música de abertura foi Fuckin In the Bushes, que abre o disco Standing on the Shouder of Giants [2000], levando o público a saltar como se a banda já estivesse no palco. Ao entrar, e antes mesmo de qualquer comunicação com a platéia, soam os primeiros acordes de Rock and Roll Star, a primeira música do álbum de estréia Definitely Maybe [1994]. O que vem a calhar: faz sentido abrir um show com um refrão que diz "Tonight I'm a Rock 'n' Roll Star", embora na época do lançamento, somente os próprios Gallaghers devessem acreditar no próprio futuro.

Lyla vem logo em seguida, esta de um álbum mais recente, Don't Believe the Truth [2005] e a partir de aí começavam as excelentes projeções nos quatro telões de alta definição situados ao fundo do palco, algo parecido ao utilizado pelo U2 na turnê do Elevation. As projeções mudam a cada música e nunca se repetem, mas na verdade é tudo uma colagem de imagens com o mesmo perfil do clipe de Shock o Lightining - tocada após Lyla, pertencente ao disco Dig Your Soul [2008].

Quando não tem colagens, o que entra em cena é a imagem de cada integrante nos mesmos telões, à parte do baterista e o tecladista que na verdade são músicos convidados. A grande curiosidade destas projeções no entanto, é que muitas vezes somente aparecem imagens de Liam e Noel, e propositalmente um de frente para o outro. Mas pelo menos no telão eles não brigam.

Apesar de disco novo no mercado, nem todas as músicas deste foram tocadas. Além da já mencionada Shock of the Lightning, também estiveram na set list Bag it Up, e as “Beatles total” I'm Outta Time [Get Off Your], Falling Down, Waiting for the Rapture [muito bem levada por Noel] e Ain't Got Nothin'. Ao perguntar se na platéia existiam britânicos e ser muito bem respondido, Liam dedicou Cigarettes and Alcohol aos compatriotas, esta do primeiro disco que também teve Slide Away, deixando as tradicionais Shakermaker e Live Forever para uma próxima oportunidade.

De Heathen Chemistry [2002] somente a curtinha Songbird deu as caras no setlist. Don't Believe the Truth [2002] teve mais uma música representante com The Importance of Being Idle, com Noel aos vocais. Desprezo total ficou por conta do álbum Be Here Now [1997], nenhum tema deste figurou num show onde até mesmo The Masterplan, título do homônimo álbum lançado em 1998 [na verdade uma sobra de estúdio] foi tocada e bem recepcionada. Deste mesmo álbum, mais uma que ficou de fora foi a tradicional Acquiesce.

Os pontos altos foram Champagne Supernova, Hello e [a pedidos, vindo de uma enorme faixa no meio da multidão] Don't Look Back in Anger, com direito a uma dedicatória especial por parte de um simpático [?] Noel aos que seguravam a faixa. Claro que Wonderwall, do mesmo disco What´s The Story, Morning Glory [1995], um dos clássicos dos anos 1990, não poderia faltar. No bis apareceram Supersonic, em uma versão mais cadenciada, e o cover I Am the Walrus dos Beatles, que fazia parte de seu antigo setlist e que tinha sido substituído por My Generation do The Who, finalizaram a apresentação quase duas horas após seu início. O Oasis, com a Dig Your Soul Tour, definitivamente precisa passar pelo nosso país.

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