sexta-feira, 31 de maio de 2013

Resurrection Fest - Slayer revela formação que tocará no Festival


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Após todo o disse me disse e a incerteza sobre qual formação o Slayer iria se apresentar na Europa no próximo verão e obviamente no Resurrection Fest (onde estaremos por um ano mais), a banda veio a pronunciar-se.  Jon Dette, que estava quebrando um galho nas baquetas será substituido por Paul Bostaph, o mesmo que substituiu Lombardo entre 1992 e 2001 e que naquela época gravou os discos "God Hates Us All" e "Diablos in Musica", além de ter passagem por Exodus e Testament.  Realmente foi o melhor substituto que poderiam ter mesmo acreditando que o Lombardo deveria seguir.
Gary Holt do Exodus continuará na banda no lugar de Jeff Hanneman, já que ocupa o posto desde 2011 e recebia apoio do próprio para o posto.
A banda estará tocando no Resurrection Fest no dia 2 de Agosto.
Mais informações, www.resurrection-fest.com

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Danko Jones em Barcelona 14/05/2013 - Sala Music Hall - Barcelona/Espanha



Mais uma noite de rock em Barcelona, mais uma noite do Danko Jones diante de seu público fiel na Espanha. Publico este que não perde a visita anual do power trio canadense e a oportunidade de gritar "DanCojones", algo como "Dan Culhões" ao Mr. Rock and Roll.

Ir a um show de Danko é o mesmo que ir ao The Hives repetidas vezes, no quesito animação, é claro. Aquele velho roteiro, as mesmas piadinhas e o mesmo escracho mas que ao final, ainda que para quem já o assistiu não represente nenhuma novidade, te arranca os esperados sorrisos. É como assistir ao Jules (Samuel L. Jackson) na primeira parte do filme Pulp Fiction comendo o cheeseburguer e bebendo o Sprite de sua futura vítima pouco antes de recitar sua pseudo-passagem bíblica de Ezequiel 25:17, e de fuzilar o par de jovens metido a malandros que tentam dar uma volta no mafioso. É impossível não rir do cinismo de Jules ao vê-lo beber o refrigerante até que o som de copo vazio surja diante do silêncio na cena. Há quase vinte anos assisto esta cena e me parto de rir. Pois é assim mesmo, anualmente assisto ao Danko Jones e escuto suas piadas, ainda que já saiba o que vai acontecer, entro no jogo e dou risada.

O único que não estava no script foi o atraso por problemas técnicos na sala Music Hall, coisa pouco habitual por aqui. Também podemos incluir como ponto negativo é que ainda com o atraso, Danko falou pelos cotovelos fazendo com que uma meia dúzia gritasse "menos conversa e mais rock and roll". Danko se pôs de acordo e desceu a lenha nas guitarras.



Foi um repasso de seus seis discos ainda que muito calcado nos mais recentes e porque não dizer no Rock And Roll is Black And Blue? Ainda que abrisse o set com "Had Enough" de suficiente ainda não tínhamos muito à aquelas alturas mas queríamos e recebemos o satisfatório. Com "Play the Blues" de Born A Lion no segundo posto e fazendo a linha de frente bater cabeça.

Mais pra frente tivemos Danko numa "Sticky Situation" e explicando com detalhes através de seus gestos sua peculiar história num primeiro encontro em "First Date" e mesmo que em calendário estamos oficialmente na primavera, não para de chover e fazer frio nos últimos dias Barcelona, JC e o recém incorporado Atom (ex-Rocket From The Crypt e Social Distortion) ajudaram a Danko a cantar "Just a Beautiful Day". 

Voltou a fazer piada com o rock e dançamos ao som de "Dance" e em seguida conhecemos os "Code of the Road", nos empanturramos de "Sugar Chocolate" e ficamos "Full of Regret" na seqüência. O ritmo foi forte, Atom fez um bom solo de bateria, o trio brincou com covers de Queens of the Stone Age e só parou quando descobriu um público bastante ateu, pois a reação do mesmo diante de um de seus novos hits, "I Believed in God" foi algo decepcionante, apenas alguns braços erguidos mostrava uma meia dúzia de crentes.

Na volta para o bis com "I Think Bad Thoughts", "Legs" e "Mountain" ainda presenciamos todo o amor que Danko possui pela bebida vegetal Orxata (de Xufes em catalão), o que lhe rende outro apelido por aqui, o Dankorxata, além do já mencionado acima e do mundialmente famoso Mango Kid.

Vamos Danko…te esperamos de braços abertos e com litros de sua bebida favorita no ano que vem.

Próxima parada: Primavera Sound 2013.
Enviado por Mauricio Melo

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Vans Tour 2013: Pennywise, A Wilhelm Scream, Authoroty Zero & Godfarts em Barcelona 03/05/2013 - Sala Razzmatazz - Barcelona/Espanha



Para quem vinha reclamando da falta de shows ou, pelo menos, a falta de autorização para invadir o pouco que a cidade de Barcelona nos ofereceu nos primeiros 90 dias de 2013, até que tivemos um mês bastante ocupado.

Tudo começou no inicio de Abril com Rocket From The Crypt, passou por Extreme Noise Terror, Appraise e seu hardcore local, se estendeu até o Comeback Kid com o vocalista original e finalizou com Pennywise que também celebrava o retorno de sua voz original.

Porém, antes da grande atração, tivemos um rápido encontro com Nuno Pereira, vocalista do A Wilhelm Scream que abria a noite junto outras duas bandas.

A primeira a entrar em cena foi a Godfarts. Banda local e figurinha carimbada nas aberturas de shows organizados por Hardcore For My Nose (promotora). É bom acompanhar de perto o crescimento da molecada. Há poucos anos eram adolescentes em forma pura, recém saidos da infância e brincado de tocar punk rock. Hoje já podemos ver uma banda infinitamente mais solida do palco.

A segunda a dizer "hola" para o público foram os americanos do Authority Zeropara o lançamento do interessante The Tipping Point e é de se confessar que a banda começa a ter um espaço garantido entre o público que cantava e vibrava com a atuação dos rapazes no palco. Um bom show apesar de curto. Destaque total para Jason DeVore nos vocais, não por sua voz mas sim por atitude no palco.

O mesmo podemos dizer de A Wilhelm Scream e do já comentado vocalista Nuno Pereira, pois não só o rapaz tem movimentação voraz no palco como também o quarteto que o acompanha. Robinson no baixo é uma atração à parte. Num setlist mais generoso, não só de tamanho mas também pela quantidade de músicas já conhecidas e cantadas em coro pelo público, o quinteto de Boston mostrou e demonstrou a que veio, suando a camisa com músicas como "Mute Print", "Australias", "The Horse" e "Me Vs. Morrissey in the Pretentious Contest", entre outras. É realmente impressionante ver como gostam de estar no palco, o entrosamento é perfeito.

Da última vez que o quarteto de Hermosa Beach visitou a cidade condal, estava representado por Zoli ao microfone, vocalista do Ignite. Enquanto uns torciam o nariz, outros aceitavam como a melhor das opções na tentativa de manter a banda em atividade. Naquela ocasião, o público vibrou, saltou, entrou na energia positiva que Zoli transmitiu e até classificou o disco lançado naquela aventura e o já comentado show, como bom. Porém era nítida, a sensação de que algo não encaixava. Ainda mais conhecendo o trabalho posterior de Jim Lindberg e reconhecendo que nosso frontman em questão ainda tinha muito punk rock californiano para oferecer.

Pois bem, tão repentina quanto sua saída foi seu retorno, ainda que ambas de maneira inexplicada, ou melhor, mal explicada. Não nos interessamos por fofocas e somente focamos no que podem nos oferecer como formação e uma vez mais tudo que foi oferecido, foi absorvido ao máximo. Desde a boa sensação ao escutar a bandeira subir atrás da bateria, digo escutar pela vibração do público já que estávamos em uma posição pouco favorável no momento, até o muito obrigado de despedida sob a trilha sonora de "Bro Hymn". Foram vários os momentos que levantaram o público numa noite memorável.

Abrindo o set com "Wouldn't it be Nice", que para muitos dos presentes foi a primeira música que se escutou do Pennywise na vida, já que a mesma é responsável por abrir auto intitulado disco. Já estava claro que a apresentação seria em alto estilo. Jim, como sempre, apresentando boa forma e sua inconfundível maneira de atuar com o microfone em mãos, boné negro e camisa com referências ao surf. Fletcher não ficava atrás mas forma física definitivamente não é com o cidadão que está cada vez maior, para os lados.

Na seqüência, um par de músicas de Straight Ahead com "My Own Country" e "Can't Believe", a noite estava ganha e o público insano. Por um momento achei que meia sala Razzmatazz quisera invadir o palco para stage dives, talvez pelo baixo nível de idioma estrangeiro na cidade, o mesmo não entendia que a própria banda não estava de acordo com tal pratica.

O que vimos e escutamos deste ponto até o encerrar com a já comentada "Bro Hymn" foi um desfile de clássicos como "Society", "Broken", "Same Old Story" e não somente da banda em questão como também vários covers, incluindo "T.N.T." do AC-DC. Além deste, tivemos algo de Nirvana, Ramones e Black Flag com "Gimme Gimme Gimme" além dos tradicionais Minor Threat e seu auto-intitulado tema e "Stand By Me" de Ben E. King que foi gravado num EP há anos atrás, ou melhor décadas. O que mais chamou a atenção do público para o cover do Minor foi a presença de Jason DeVore e Nuno Pereira dividindo o microfone com Lindberg, a versão ficou insana. Ainda sobre o setlist foi perceptível a não inclusão de músicas de Reason To Believe e The Fuse, ambos foram citados por Jim como estopim de sua saída e a insatisfação de grava-los em seu momento.

Qual será o novo passo do Pennywise? Não sabemos. Mas de momento, está bom assim. Esperamos que insatisfações e diferenças tenham mesmo ficado de lado.

O virar de página é o melhor remédio.
Enviado por Mauricio Melo



Comeback Kid c/ Scott Wade em Barcelona 01/05/2013 - Estraperlo Club del Ritme - Barcelona/Espanha



Primeiro de Maio de 2013. No Brasil, enquanto políticos enganavam o trabalhador com seus falsos discursos, enganando os ouvidos com Leonardo e até com sorteio de carros em algumas partes do nosso Brasil e gente curtindo praia e fazendo churrascos como se aos domingos isso também não pudesse ou nunca acontecesse, provocando uma certa e falsa sensação de conforto e prazer.

Em vários países no mundo o dia do trabalhador é dia de expressar suas insatisfações, estender faixas, fazer passeata e em casos mais extremos sair na porrada com a polícia paga pela mesma raça de enganadores citado acima, porém em outros idiomas, com aparência mais fina etc.

Nós aproveitamos nosso 1 de Maio para ir berrar junto aos canadenses do Comeback Kid e seu vocalista original, Scott Wade, numa das poucas apresentações com esta formação na Europa e, é claro que, sendo uma das cidades favoritas da banda, Barcelona não iria ficar de fora.

O encontro deu-se no tradicional Estraperlo Club del Ritme. Momentos antes, o partido político de chuteiras, os mesmos que já foram chamados melhores do mundo, caía eliminado diante dos alemães do Bayern de Munique. Do lado de fora, um imenso tour bus estacionado chamava atenção e para o CBK que sempre nos visita com ônibus menos expressivos, era de se estranhar. Bem, na verdade o veículo pertencia ao Pennywise que após um cancelamento de última hora, decidiu se hospedar em Barcelona um par de dias antes de seu show, aproveitar o clima da primavera e possivelmente pegar umas ondas na cidade.

Do lado de dentro a abertura ficava por conta do Against The Spirits com seu bom hardcore old school. A Banda formada por alguns membros de Proud Z que igualmente são de Madrid, fez um show sólido para um público que mais parecia chocado com o que acontecia no Camp Nou do que interessado nos acordes do quarteto. O mesmo só veio a se animar um pouco quando o grupo ofereceu "Scratch the Surface" do Sick of it All.

Não demorou para os canadenses subirem ao palco e como esperado a ovação foi forte. Como muitos sabem, o motivo desta pequena turnê com Wade se deve ao décimo aniversário de Turn Around, primeiro álbum da banda e que abriu as portas para a mesma assumir, durante um tempo, o posto de queiridinha do circuito hardcore, na época considerada new school. Tal posto veio a confirmar-se com Wake The Dead, outro bom disco e que seguiu a linha do antecessor. 

Ainda que muitos considerem estes os melhores discos dos canadenses é de se reconhecer que quando Wade saiu do grupo e Andrew Neufeld assumiu os vocais, posto que já havia ocupado no Figure Four. A banda lançou outros dois bons discos, principalmente o Symptons + Cures, ainda que perdera seu título diante ao público. Fato este que o próprio Wade confirmou ontem, agradecendo em público o fato de a banda ter conseguido manter-se com um "novo" vocalista, o que realmente é verdade. 



Como muitos esperavam mas não sustentavam tal esperança, algumas músicas do Wake The Dead entraram no setlist apesar de que a idéia inicial era apresentar somente as treze de Turn Around. "False Idols Fall" foi uma delas, e ainda tivemos "Wake The Dead", "Our Distance" e "The Trouble I Love" junto a um público insano que pouco parecia o que acompanhava a banda abertura. Na primeira parte da apresentação tivemos todo o primeiro disco quase na íntegra, apenas interferido por músicas do segundo.

É realmente uma sensação diferente assistir ao CBK com seu primeiro vocalista. Sua voz encaixa perfeitamente ao formato da banda mas a atitude no palco de Andrew Neufeud, particularmente falando, é melhor e mais interativa ainda que o mesmo no posto de guitarrista também não deixe por menos.

Enfim e ao fim, um bom show hardcore e uma dúvida muito grande. O que acontecerá com o CBK daqui para frente? Voltará a última formação? Esperaremos até que Wake The Dead complete 10 anos para ver Scott Wade de volta aos vocais? Alguma de nossas dúvidas podem se dissipar em breve, durante a cobertura do Resurrection Fest no mês de Agosto. Quem viver verá.
Enviado por Mauricio Melo

Appraise e Pay The Cost em Barcelona 26/04/2013 - Casal Jove Roquetes - Barcelona/Espanha



Noite de hardcore raiz em Barcelona na noite de sexta-feira, 26 de Abril. Digo raiz porque foi um evento organizado por quem pratica, toca, vive e respira hardcore na cidade condal. Um show organizado em um centro cívico, chamado Casal Roquetes, sem apoio de patrocinadores, vendas de ingressos em lojas de discos e sem nenhum tipo de modismo, ou seja, hardcore à moda antigo como há muito, confesso, não freqüentava.
Apesar da previsão de três bandas sobre o pequeno palco, apenas duas ofereceram diversão ao público. Pay The Cost, que muito lembra os holandeses do No Turning Back e que apesar da falta de experiência fizeram um bom show, e oAppraise. Esta segunda formada por (ex?) integrantes do Cinder, uma das bandas referencias no estilo na Catalunha e que recentemente fez uma tour sul-americana que incluiu várias datas no Brasil em cidades como Rio de Janeiro, Volta Redonda, Curitiba, São Paulo, Sorocaba, Piracicaba, Pelotas, Porto Alegre e ainda incluiu um par de datas no Uruguai e Argentina. O preço do ingresso era simbólico, apenas 4 euros com direito a receber o zine com o diário de toda a aventura sul-americana e que incluía fotos e agradecimentos, muitos por sinal, deixando claro que a jornada foi acima de tudo, de rever velhos amigos e novas conquistas. No preço também incluiu o CD demo da banda com apenas 4 músicas, "No Foundation", "Pay Your Mistake", Approach" e "Sad to Say", todas fizeram parte do setlist e ainda apresentaram um par mais do recém lançado EP, em vinil, com 7 petartos.
Por falar em setilist, também figuraram músicas de Minor Threat e Negative Approach. Esta segunda visita Barcelona em Junho, e o Appraise será uma das bandas de abertura. A noite promete.
Destaque também para a molecada, que agita sem parar, canta os refrões e sabe de cor músicas de bandas históricas como a citada acima e isso é muito bom. Digo bom, por saber que a raiz hardcore como já comentei acima está livre do comercial. Jovens, muito jovens, mas com um conhecimento que muitos experientes deixam a desejar.
Esperamos ser convidados em outras ocasiões para acompanhar de perto o movimento local. É nós.
Enviado por Mauricio Melo

Extreme Noise Terror e Looking For An Answer Na Espanha 20/04/2013 - Estraperlo Club Del Ritme - Badalona/Espanha



Pode parecer história de velho, ou melhor, experiente para não pegar mal, mas a primeira vez que escutei uma música do Exteme Noise Terror foi através do Ratos de Porão tocando o cover "Work For Never" num programa de TV. Não sei exatamente se era o Programa Livre ou o Matéria Prima, ambos apresentado por Serginho Groisman antes de ser apontado como vendido. Um programa que além dos Ratos ainda foram bandas como Sepultura, Korzus, Plebe Rude, Ira!, etc. Levando em consideração que era em tv aberta e as 17:00 (horário de Brasília), podemos afirmar que a situação era bem interessante. Nesta época o Gordo só tinha duas camisas, uma dos Dead Kennedys e outra do Kill Your Idols e uma das duas levava vestida junto aos urros do cover em questão.

De lá pra cá, mais de 20 anos se passaram e nunca tive a oportunidade de vê-los. Com a morte de Phil Vane em 2011 as possibilidades pareciam escassas. Até que após a turnê dos britânicos pelo Brasil em 2012 a chama da esperança voltava a acender. É até irônico escrever a palavra esperança diante de uma banda que mais oferece o caos do que a beleza primaveral do mês de Abril.

Mas nossa jornada começava antes, quando ainda no metrô, em direção ao clube Estraperlo em Badalona, a quantidade de punks e crust punkers era bastante acentuada, possivelmente sem pagar passagem, pulando facilmente as roletas do sistema catalão. 

Enquanto fazíamos uma hora do lado de fora, uma cena até inusitada veio a acontecer. O local onde se situa o clube é um polígono industrial, de imensos galpões, empresas transportadoras e também onde se situam as casas noturnas como discotecas e afins, tudo muito longe da vizinhança e das reclamações provocadas pelos decibéis. Eis que do nada, surgem dois furgões dos Mossos d'Esquadra, o que equivale ao batalhão de choque e anti-distúrbios estatal. Que passe um carro de polícia, fazendo uma ronda rotineira tudo bem, mas quando avistei os furgões às escuras dobrando a esquina deu um certo receio. Ainda mais quando ao tentar passar pela rua, completamente bloqueada de gente (punks bêbados), os mesmos foram vaiados e quem mais incitava as vaias era ninguém mais, ninguém menos que o vocalista Dean Jones e seu cabelo de pano, que na verdade é o que parece, um aplique de pano.

Risadas à parte e logo veio a hora da verdade com Looking For an Answer, outra banda que já havia assistido numa abertura para o Napalm Death mas que não havia associado ao nome, algo que só veio acontecer, outra vez, através do R.D.P. quando lançaram o Split com os espanhóis.

Um bom show, alto nível técnico, publico vibrante e músicas como "Campo de Extermínio", "Guerra Total", "Peste Roja" e outras tantas que só pelos títulos já da para saber como vai o tema da situação. 

Para finalizar o bom setlist, covers do Terrorizer da época de World Downfall e do Napalm Death, que o vocalista classificou como uma banda que já não existe, talvez considerando que aquela formação de Scum e From Enslavement to Oblitaration realmente tenha se dissipado e justamente foram destes os covers tocados, "Fear of Napalm" e "Unchallenged Hate" respectivamente. 

Para a formação mais "extrema" da noite foi curioso ver ao vivo o quão bem John Loughlin substitui o bom e elogiado substituto de John Vane nos vocais, Roman Matuszewski que durou apenas um ano no cargo. Realmente a banda está bem representada não só por suas cordas vocais mas também por seu bronco visual e movimentação no palco. Com músicas que já são hinos punk/grind e a "covardia" de abrir o show com "Deceived" e "Work for Never" tendo um público tão insano quanto a triplicada taxa de alcool permitida e até mesmo explodindo bafômetros, com direitos a punks caindo do palco e acertando as vigas de ferro que ficam próximos ao mesmo e os levando à nocaute instantâneo em diversas ocasiões e um setlist de apenas 16 temas, digo apenas por se tratarem de músicas curtas. Levando a acreditar que ou a idade já ataca com força a Dean Jones, ou a quantidade de álcool somada a já comentada data de nascimento já fazem um coquetel que de aditivo, não tem nada ou sei lá mais o que posso dizer para justificar um show de pouco mais de meia hora. Ainda que com "Lame Brain" e "Show Us You Care" a noite tenha sido inesquecível, e que a banda tenha retornado ao palco para um par de ruidos, o show foi nitidamente curto ainda que intenso. Isso sim, não podemos reclamar da dedicação do sexteto, que realmente suou a camisa e Dean Jones até arrancou a prótese dentária (ou algo parecido) da boca e jogou embaixo da caixa de retorno para melhorar sua performance em sua tradicional posição, debruçado sobre o pedestal, fazendo caretas enquanto John urrava suas partes vocais. 
Num geral, para quem não os havia visto, e pelos poucos shows que nos reservamos a frequentar na terra de Gaudi, tudo saiu dentro do previsto.
Enviado por Mauricio Melo