sexta-feira, 29 de junho de 2012

Cannibal Corpse, Exodus e Death Angel em Barcelona 20/06/2012 - Sala Razzmatazz e Salamandra - Barcelona/Espanha


Na semana após o festival francês Hellfest, Barcelona e muitas outras cidades que sejam de país vizinho ao realizador deste festival sempre recebem visitas de algumas bandas que lá estiveram. Muitos dizem que são os restos do festival mas nós não podemos reclamar. Comentando com um amigo que mora no Brasil e ele disse que por lá, sobra só do carnaval e passam o ano inteiro com o pagode, sertanejo, etc. Bem, deu para entender que somos uns felizardos de poder estar diante de Children of Bodom e Cannibal Corpse num dia e Exodus, Death Angel e Suicide Silence em outro com a opção de Madball no Domingo para finalizar a semana.

Voltando ao passado, não muito distante, quando o Cannibal começou suas atividades ainda com Chris Barnes nos vocais. Era impossível naquela época falar de C.C. sem que houvessem comparações com o Napalm Death. Só que o tempo se encarregou de separar as opiniões e deu a cada banda seu merecido posto. Tudo bem que o Napalm demonstra ter uma veia mais punk e que estas bandas já não tem nada a demonstrar e somente uma coisa todos concordamos entre as duas. Poucas bandas podem ter o orgulho de se manter fiel ao estilo e não só isso, após tantos anos de carreira ainda conseguir lançar discos mais brutais que os anteriores.

Nesta nova visita à cidade condal (Barcelona), o quinteto americano veio exibir seu novo trabalho, Torture, e claro foi muito bem recebido pelo público desde o inicio com "Demented Aggression", disco novo é assim mesmo, as bandas saem sedentas por toca-lo ao vivo e incluem na sequência "Sarcophagic Frenzy" que assim como no álbum são as duas primeiras. Não satisfeitos e "Scourge of Iron" também brutaliza protagonismo na sala Razzmatazz com Corpsegrinder batendo cebeça e urrando ao público. Somente aí, após "maltratar" o público com três petardos do Torture chegam as primeiras palavras de George ao público antes de "Evisceration Plague", título do álbum anterior. Parecia mesmo que a banda tinha feito um setlist repassando um pouco de cada álbum como o esperado mas não alternando os álbuns e sim retrocedendo já que "Time to Kill is Now" representou o disco Kill que como comentamos é do anterior ao Evisceration... O que também podemos ressaltar e isso não é novidade para ninguém é a qualidade técnica de seus músicos e a solidez com que se apresentam.

Para sair do óbvio "atacam" com "I Cum Blood" de Tomb of the Mutilated considerado um clássico do estilo. De volta a fase recente tivemos ainda "Make Them Suffer" em reta final antes de finalizar com "Striped, Raped and Strangled" do The Bleeding ainda que alguns dessem falta de "Fucked With a Knife" que normalmente figura na lista mas como o show foi mais curto que da última visita quando eram headlines foi completamente compreensível.

Assim como passaram Cannibal Corpse e Children of Bodom, no dia seguinte a estes duas históricas bandas fizeram suas visitas. Me equivoco, não foram duas e sim cinco bandas no mesmo dia. Além de Suicidal Angels, Heathen, Death Angel e Exodus, o Lamb of God tocou na Razzmatazz, o que dividiu um pouco o público mas que nem de longe tirou o brilho desta segunda noite.

Ao chegar dou de cara com o Heathen no palco. A grande curiosidade é que por estarem com a bandeira do Death Angel de fundo por momentos e pelo horário, imaginava de maneira convicta de que estava diante dos Angels e demorou a cair a ficha. Não só não associava as músicas como também me perguntava onde estavam os guitarristas de descendência asiática (?), não podia crer que tudo tinha mudado tanto em tão pouco tempo. Tudo bem que não passo perto de um material da banda há muitos anos mas as influencias são guardadas com carinho e as informações que tinha eram totalmente distintas ao que meus olhos viam. Um pouco mais adiante tudo foi esclarecido e lá estava o quinteto de São Francisco celebrando os vinte cinco anos de Ultra-Violence e com um setlist totalmente dedicado ao mesmo, sem tirar nem por uma música, ou seja, na mesma sequencia do disco, "Thrashers", "Evil Priest", "Voracious Souls"...até chegar a "I.P.F.S." com uma versão mais extensa. O público totalmente entregue aos californianos e os mesmos se mostraram bastante sólidos e cômodos no palco. Podemos afirmas com todas as letras que foi uma apresentação de tirar o chapéu, o que deixou o Exodus com a dura missão de fazer melhor e mais bonito, mas tinhamos a certeza desde o principio que seria complicado e assim foi.

Abriram com "Last Act of Defience" de Fabulous Disaster, todo um clássico, e seguiram com "Iconoclasm" no alto de seus sete minutos de peso. O público que já estava aquecido com o Death Angel "abraçou" a banda e a causa metal, e apesar da sala não estar lotada o mesmo deu um show à parte, verdadeiros fãs do thrash metal. Talvez a desvantagem do Exodus tenha sido a pouca movimentação no palco, bem conservadora, e a grande vantagem o tempo disponível que fez com que o setlist fosse mais recheado. E não demorou para que mais um clássico fosse tocado, "Piranha" de Bonded by Blood fez a alegria local.

A ausência de palco de Gary Holt também foi sentida. Não que Lee Altus e Rick não estejam dando conta do recado mas um membro original é sempre uma figura a ser observada.

A banda, assim como muitas de sua dimensão já não tem outro remédio após tantos álbuns que não seja fazer um repasso de carreira no setlist, e o Exodus não fugiu a regra. Tivemos músicas do Tempo of the Damned com "Blacklist" e algo mais de Bonded by Blood com "And Then There Were None", "A Lesson in Violence" e "Strike of the Beast" para fechar o set além da música título. O que sim sentimos falta além de Holt foram músicas do Impact is Imminent. Apesar de terem se dedicado bastante, meus votos vão para o Death Angel. Não que o Exodus tenha feito um show ruim, distante disso e estiveram à altura do que se espera mas o Angel suou mais a camisa.
Enviado por Mauricio Melo

Confira fotos desse show, por Mauricio Melo:

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