Quando uma banda como The Casualties visita a península e principalmente Barcelona, não temos como nos equivocar. No dia do show e mais precisamente nas horas que antecedem o evento temos a certeza que estamos no caminho certo. Um rápido olhar à nossa volta e vemos jaquetas com parches e tachas de um lado, moicanos de outro e bottons mais adiante ou porque não, a fusão de tudo isso em personagens únicos. Ao desembarcar nas proximidades do Estrapelo, diante de tantas ruas parecidas do polígono industrial e de armazéns de onde está nosso clube favorito, tampouco podemos nos perder, as mesmas tachas de jaquetas brilham sob a luz de entrada e outros penteados moicanos são vistos à distancia devido suas alturas e cores.
Na porta, um rápido encontro com amigos já aos primeiros acordes de The Anti-Patiks, um quarteto punk-rock catalão que iniciou ontem mesmo sua turnê européia. A julgar pelas camisas de dois de seus integrantes, malhas do NOFX, não é difícil de descobrir de onde vem suas influências. As letras cantadas em catalão só reafirmam que o punk-rock é um idioma universal. Fizeram um bom show e abriram passo para a atração principal.
A bandeira que cobria o fundo do palco (capa do último disco) dava a dimensão do que poderíamos esperar ainda que a sensação era de pouco público o mesmo compareceu no último minuto, como de habitual, e deu um brilho à mais na noite.
A grande vantagem de Jorge Herrera quando passa pela Espanha é que pode gastar seu vocabulário com o público já que os demais integrantes da banda não dominam o idioma e o próprio Herrera reconhece que em outros shows os "caras" não o deixam falar tanto. Daí nosso vocalista em questão demonstra todo seu carisma e humildade.
Com "Tomorrow Belongs To Us" abriram a noite que ainda teria "Ugly Bastard", "Unknown Soldier", "Resistence", "The System Failed Us Again", covers dos Ramones e ainda referências de Iron Maiden. Rick Lopez no baixo e Jake na guitarra com seus irados riffs, transpiravam intensidade diante de um público que à aquela altura já não era somente formada por moicanos, lá estavam várias versões que se fundiam numa única missão, celebrar o punk. Ainda que algum engraçadinho tenha insistido e cuspir diversas vezes em Herrera. O mesmo pediu a voz no microfone para falar besteira e acabou sendo esculachado pelo carismático vocalista, que no alto de sua tranqüilidade e já citada humildade lhe deixou com cara de bobo.
Texto, fotos e vídeo: Mauricio Melo
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