quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Du Baú - Soulfly entrevista (2009)


Soulfly entrevista 2009

Vamos dar tempo ao tempo. Está aí uma frase que escutamos com freqüência, vez ou outra a mesma adentra nossos ouvidos. E foi para falar em tempo, em datas e em dar tempo ao tempo que mais uma vez encontramos Max Cavalera e Soulfly, desta vez em Barcelona durante a turnê européia do álbum Conquer. Como sempre, fomos muito bem recebidos por este (acima de tudo) brasileiro. Como falávamos em datas, talvez há pouco mais de 10 anos Max Cavalera e seus antigos companheiros tenham sofrido (dado e recebido) golpes simultâneos, tipo estas lutas em que os gladiadores se nocauteiam ao mesmo tempo. Sentados cada um em seus cantos no ringue do dia-a-dia, foram respirando e recuperando suas forças. É inegável dizer que recentemente Soufly e Sepultura tenham recuperado ou chegado a sua melhor forma após acontecimentos em que todos estamos cansados de saber e com ótimos lançamentos. No caso do Soufly com Dark Ages e Conquer, superando outros bons
discos, o mesmo acontecendo com sua antiga banda.




Foi assim, conversando sobre datas, curiosidades recentes e um pouco do futuro que gastamos o nosso precioso tempo. Digo precioso porque acabou sendo curto diante de tanta coisa para conversar como futebol, saudades de casa, dos amigos, etc.
Por Mauricio Melo – Barcelona - Espanha

1 - Numa entrevista concedida em Junho de 2008, existia toda uma expectativa com o lançamento do Conquer. O disco estava fresco no mercado e sendo muito bem recebido pelo público e imprensa. Praticamente um ano após este bate-papo, o Conquer (disco e turnê) confirmou as expectativas?
Ta legal. Acho que foi meio de surpresa porque o Conquer veio logo após o Inflikted, então muita gente ficou até meio "caraio! já botou outro disco aí?". Teve gente até comentantando que o Inflikted foi sobra de estúdio do Conquer... Aí é foda (risos). Eu gosto muito dos dois trabalhos, sem essa que um é sobra de outro. Mas acho que o Conquer tem uma grande força mesmo, tipo a primeira música "Blood, Fire, War, Hate" é muito doida que já começa com um hino e o legal é que a molecada começa a cantar o refrão 10 minutos antes do início do show, isso nunca aconteceu antes, nem no Sepultura. Não existia uma música que o público cantasse o refrão, sempre era o nome da banda que era chamada e não uma música.

2 - Num dos shows desta turnê, em Oxford (Inglaterra), você entrou encapuzado exatamente na música "Blood Fire War Hate". É de se confessar que dá um visual distinto e de certa forma bem agressivo mas sem agredir ao público. A primeira coisa que vem na cabeça, de alguma maneira é um protesto contra a violência. Algum motivo específico por entrar encapuzado? Alguma referência a guerra que se iniciava naquele momento, Palestina, Gaza?
Resolvi incrementar um pouco. Não foi pensando nestes problemas atuais que entrei encapuzado no palco mas acabou servindo e se for positivamente fica melhor ainda. Ao mesmo tempo a música "Blood, Fire, War, Hate" é "terrorista". É maior porrada, o mosh pit começa logo
de cara e pensei no que dava para fazer para incrementar mais. Um dia estava na Holanda assistindo o filme Cidade de Deus e logo após tinha um documentário chamado Notícias de uma Guerra Particular e a entrevista que rolava neste documentário era com uns caras com capuz e tive esta idéia, esse documentário apesar de já ser antigo é muito foda. Em seguida fui numa loja de esportes de inverno e pedi um capuz terrorista, o cara não entendeu nada e perguntou "aqueles pra roubar banco?". Essa aí mesmo respondi, me dá dois! Fiquei um pouco preocupado porque os shows seguintes eram na Inglaterra e Irlanda e lá eles tem problemas com o IRA, mas por outro lado o pessoal não é tão chato quanto outros tipos de música que fica dissecando as coisas e encara tudo na boa. É isso que acho legal neste estilo de música e até porque não é um lance totalmente político. Sabe que é até punk-rock e leva na brincadeira. Se fosse nos Estados Unidos nem pensar. Lá você faz uma foto com um turbante e já era, no dia seguinte tá todo mundo te procurando, querendo saber qual a sua ligação com Bin Laden, etc.

3 - Você comentou na mesma entrevista, ano passado, que o título do trabalho atual representava uma conquista após um conflito pessoal que durou 10 anos. Exatamente o mesmo tempo de vida do Soulfly e todo o ocorrido que todos já estamos cansados de saber. Nestes 10 anos Soulfly e Sepultura percorreram caminhos distintos. Com a chegada de Conquer e o Cavalera Conspiracy você(s) reassumem o posto ou entram em um novo estágio?
Aí uma pergunta que nem sei te responder ao certo. O lance que rolou com o Conquer e com o Inflikted, que inclusive venho tocando "Sanctuary", particularmente uma música marcou muito porque foi a primeira que fiz com o Iggor e tem aquele refrão do "...everybody die tonight..." um refrão forte, e é a segunda música do show atualmente mas não é tocada inteira é só um trecho e acho bem legal. Mas estes dois discos, Conquer e Inflikted, em termos de metal e de quem curtiu a melhor fase do Sepultura, são os que mais se aproximam daquela fase. Meu trabalho agora é tentar melhorar para o próximo. Acho que o Cavalera Conspiracy ocupa um novo posto e nada de tentar repetir algo, está aí uma coisa que não gosto e de bandas que tiveram seus momentos há uns anos tentar renascer com músicas do passado.

4 - O primeiro disco do Soulfly saiu em 1998. Durante muito tempo o Soulfly era conhecida como a banda do Max, hoje em dia um pouco mais de 10 anos do lançamento do primeiro trabalho, o Soulfly já é conhecida como uma banda e não mais como a nova banda do Max...A Velha banda do Max! (interrompendo e rindo). Você teme que seu grupo com o Iggor passe pelo mesmo processo?
Sim, você está completamente certo. A galera hoje vem assistir ao Soulfly mesmo com as mudanças de formação o público vem assistir a banda e não somente ao Max. Acho que com o Cavalera Conspiracy é um pouco diferente porque sou eu e o Iggor e tem aquela história por trás e tudo tão novo ao mesmo tempo. Confesso que no início do Soulfly eu ficava até meio chateado, era até irritante porque ninguém dizia o nome da banda e sempre se referia ao Soulfly como um projeto, projeto, projeto... e demorou mesmo até que o reconhecimento chegasse. Mas acho que é o processo e temos que passar por esta fase com o Cavalera também.

5 - Na tour atual há uma constante troca de camisetas, Morbid Angel, Cannibal Corpse...
Sim, é a minha nova mania. A cada turnê tenho uma mania. Na última eu mesmo pintava as camisetas e ficavam bem toscas, achei legal mas cansei um pouco de pintar. Para esta turnê eu e meu filho tivemos umas idéias, ele é maior fã de grindcore e death metal. Encontramos num baú uma coleção de camisas antigas que trocávamos quando encontrávamos as bandas durante
as turnês, quanto tocávamos juntos em festivais e etc. Claro que as camisas já não dão mais em mim, então cortamos e ao invés de costurar, prendemos com alfinetes nas jaquetas pra ficar bem punk e acabou ficando legal. Esta mania agora está legal, mais ligada a outras bandas e ao metal porque as da turnê anterior eram mais viajando e me davam mais trabalho. E ficou melhor porque é feita em conjunto com meu filho. Isso demonstra acima de tudo o bom relacionamento do Soulfly com outras bandas deixando para trás a eterna vaidade que tanto assombra o mundo do metal?
É infelizmente existe essa vaidade né. Sabe um lance que acho bem legal, tem uma banda chamada Justice Snare na França, os caras estão estourando aí. Pra dizer a verdade eu nem curto muito o som deles, o Iggor é que escuta mais, é um som eletrônico. Os caras colocaram uma foto minha e do Iggor dentro do encarte do cd e é um som que não tem nada a ver com o metal mas eles são fã do Sepultura e do nosso trabalho atual. Fizemos uma foto com eles após o show e tiveram atitude de colocar a foto no cd deles mesmo sendo estilos de música diferentes, achei bem legal. Infelizmente no metal ainda tem muita vaidade mas pelo menos tenho bom relacionamento com muita gente. Inclusive o Mitch Harris (Napalm Death) tinha sido convidado para participar do Cavalera Conspiracy, porém estava muito ocupado na época mas ainda quero contar com ele no futuro.

6 - Em 2009, Beneath the Remains completa 20 anos, um disco que abriu definitivamente o caminho do Sepultura. O que mudou, se é que mudou, do Max de 20 anos atrás e do Max de hoje à frente de sua banda definitiva, Cavalera Conspiracy e com outros projetos na cabeça. E como tocamos anteriormente no assunto da vaidade no mundo do metal, você, apesar do estilo musical extremo e das mensagens bem definidas, sempre passa uma imagem de humildade e simplicidade, com um semblante tranquilo e não com aquele velho clichê de caretas e gestos, como definir este comportamento dentro destes 20 anos desde Beneath the Remains?
Estou mais feio, mais barbudo, continuo não tomando muito banho e tocando Inner Self (risos), acho que não mudei muito não. Com relação ao meu estilo, acho que é coisa de brasileiro né?! Pode ser que algum artista brasileiro tenha alguma vaidade mas acho que a maioria tem esse comportamento diferente e sem vaidades, conhecemos uma outra realidade e não podemos esquecer disso. Particularmente nunca me imaginei como uma estrela do rock, acho que é até ao contrário. Quando saio em turnê ou participo de festivais vejo uns caras agindo de umas maneiras estranhas, com seguranças até no camarim quando não tem ninguém por perto. Tem outros que andam com 10 seguranças e nego nem dá bola pra eles, pra que isso?



7 - Planos para o futuro: O Soulfly, mesmo após uma tour recente, pode vir a participar de festivais de verão ou se retira para gravar material novo?
Com certeza segue em turnê, inclusive o Cavalera Conspiracy também. Este ano vai ser praticamente para shows e ano que vem já podemos trabalhar no material novo, tenho enviado umas bases para o Iggor. Espero logicamente fazer alguns shows no Brasil, estou em dívida com a galera.

8 - Por falar em Brasil. Fugimos um pouco do assunto de música e vamos expor um problema que aos poucos vai atingindo várias áreas de trabalho. Esta crise econômica mundial atrapalha em alguma coisa com relação a uma tour mais extensa que a banda queira atingir. Tipo, ir a América do Sul e conseqüentemente ao Brasil, ficou mais difícil?
Espero que não. Tem gente que pergunta pra gente desta crise e eu acabo brincando dizendo que o Brasil está sempre em crise. O metal e o rock está em crise desde que a internet começou. Acho que a crise est'a atingindo outras áreas de trabalho no momento, porque isso já nos atingia antes e não é novidade pra mim. Por outro lado, acho que não afeta as viagens e os shows porque a música acaba sendo a válvula de escape pra muita gente. O público vai ao show para estravazar e esquecer um pouco dos problemas. Espero que não atrapalhe uma visita ao Brasil, tenho muita saudade de lá e de coisas pequenas como tomar um caldo-de-cana por
exemplo.

9 - Não queria tocar neste assunto mas foram muitos os pedidos sobre uma notícia que rolou na internet recentemente de uma reunião com o Sepultura, que no caso reuniria membros mais antigos da banda, integrantes que participaram do início de tudo. Até que ponto esta possibilidade existe?
Acho que foi o que comentamos no início, já existe uma história que ficou marcada. Mas se tivesse que rolar seria com um pessoal mais antigo, com o Jairo que foi o guitarrista do Morbid Visions. Encontrei o Jairo ano passado na Áustria e acabei pensando nisso. Vamos ver como vai ficar, o Iggor acabou de sair do Sepultura e isso é coisa para o futuro. Só Deus sabe como vai ficar.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Du Baú - British Sea Power entrevista (2008)


British Sea Power - um novo Arcade Fire? 
Banda inglesa fala com exclusividade à Comando Rock em Barcelona
Por Mauricio Melo
O bate-papo discontraído aconteceu no lobby do hotel onde a banda British Sea Power estava hospedada. O guitarrista Martin Noble e o baterista Wood, ao descobrirem-se diante de um brasileiro logo começaram a falar de futebol. Deixaram claro, antes de qualquer pergunta, que adorariam tocar no Brasil um dia. "Para também aproveitar um pouco da viagem para "inesquecíveis férias." 
Formada em 2000 na cidade de Brighton, Inglaterra, somente em 2003 a banda deu as caras com o disco The Decline of British Sea Power. Dois anos mais tarde e com um pouco mais de experiência, foi a vez de apresentar o álbum Open Season ao mundo. Foi aí que algumas canções começaram a ganhar notoriedade. 
Uma mistura de pós-punk e garage rock adicionadas a boas letras é o segredo deste quinteto. O álbum mais recente, Do You Like Rock Music?, lançado ano passado, levou-os a comparações com o Arcade Fire. Mas se olharmos para a história e os discos anteriores dos britânicos, vemos que não é bem por aí. Não custa lembrar que a banda esteve, em 2008, entre os nomes de grandes festivais, como o Primavera Sound de Barcelona e o tradicional Reading/Leeds Festival, na Inglaterra. Se você não gosta de rock, está lendo a entrevista errada.

1 - Sei que talvez possa ser um pouco cansativo, porém como se trata em uma banda que ao menos no Brasil ainda está em descoberta, poderia fazer um pequeno resumo da história da formação da banda? As informações que tenho dizem que foi formada em 2000 e logo com os primeiros shows teve uma boa repercussão, e o primeiro album se tornou um dos favoritos da crítica britânica. Algum detalhe mais?
Noble -
O de sempre, éramos amigos e desde muito jovens estudávamos juntos, eu era um jovem universitário de psicologia por exemplo. Conversávamos muito sobre música, sobre nossas bandas favoritas como Pavement e nesta época poucas pessoas gostavam de Pavement na escola e na universidade, era como ter um gosto diferente ou para alguns um mal-gosto mas era isto que nos identificava. 
2 - Por mais de uma vez a banda foi comparada ao Joy Division. Particularmente, não vejo tanta semelhança. Essas comparações incomodam a banda ou faz parte do show levando em consideração que a música é algo reciclável?
Wood -
Acho que fazíamos um post e poderíamos ser comparados a um ou outro, é normal que apareçam comparações e uma banda tão foda como foi o Joy Division acho que ser comparado a eles não faz mal nenhum. Mesmo que tenhamos como objetivo fazer algo diferente.
3 - Então, aproveitanto o assunto das comparações, quais são as principais influências da banda?
Noble -
Pavement, Pixies, Joy Division, Velvet Underground e Iggy Pop and The Stooges, também não podemos deixar de fora. 
4 - É verdade que Do You Like Rock Music foi, ou pelo menos era para ser, gravado em Montreal?
Noble - Sim, tínhamos três lugares previstos para gravar e um deles era Montreal, pois queríamos aproveitar a atmosfera daquela cidade. Apesar da idéia inicial ser ótima as coisas não saíram como queríamos. Então, em Montreal gravamos uma parte e mixamos e outra parte na República Tcheca. 
5 - Um bom produtor, por melhor e mais renomado que seja, pode errar a mão e estragar um disco ou a banda tem parcela de culpa?
Noble -
Normalmente trabalhamos juntos ao engenheiro de som, mixamos o disco juntos e acredito que coisas assim não acontecerão conosco. Não existe somente uma pessoa no comando de tudo. Nos dedicamos ao máximo para fazer com que o disco saia como queremos. 
6 - Quem compõe as musicas? Existe alguma fórmula específica ou as compisções vêm de jams, de estúdio? O mesmo vale para as letras.
Wood -
Funciona de diferentes maneiras. Alguém chega com uma parte composta, outro com um rascunho de letra, algumas vezes sai de Jams. No início buscávamos fazer juntos e depois começamos a passar as linhas em separado e ao juntar ficavam horríveis mas depois demos sorte. 
7 - Como foi participar do Primavera Sound 08 e em seguida do Reading/Leeds? Já passa a ser um bom reconhecimento do trabalho?
Martin -
Bandas brilhantes participaram destas edições e estar nestes festivais é sempre bom. Levando em consideração a repercussão de ambos acho que é um bom reconhecimento. 
8 - Aquela perguntinha tradicional: planos para o futuro, shows no Brasil? O que acham da ideia?
Wood - América do Sul com certeza, seria brilhante.
Martin - Gostaríamos muito de ir para shows e depois passar férias por alguns meses, curtindo o Brasil [risos]. Sabemos dos problemas que existem, mas também há em muitos lugares e isso não desanima. Gostamos muito de esportes e sempre vemos os brasileiros se destacando. Além da cultura, da comida... definitivamente é um lugar a estar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

The Postal Service lança faixa inédita - A Tattered Line of String [OFFICIAL TRACK] (not the...



Para relançar Give Up, o The Postal Service nos oferece uma inédita.  Lembrando que os mesmos estarão no Primavera Sound 2013 como uma das atrações principal.

Du Baú - Autolux entrevista (2008)


Saindo da costa leste até a oeste para demonstrar a outra face do shoegaze americano e uma segunda boa proposta.  Outro trio, Autolux da cidade de Los Angeles na estrada há 8 anos.  Formado em 2000 por Eugene Goreshter (baixo/voz), Greg Edwards (guitarra/voz) e a simpática Carla Azar (bateria/voz).  Logo em suas primeiras apresentações despertaram interesse de ninguém mais ninguém menos que o produtor T-Bone Burnett's que na época iniciava um novo projeto.  Nestes oito anos muita coisa aconteceu, um pequeno acidente afastou Azar dos palcos por um bom tempo e para quem ainda não conhece a banda, Carla não é uma simples baterista, é com certeza a peça-chave da banda e por isso não poderia ser substituída.  Com um único disco lançado no mercado em 2004, "Future Perfect" a banda promete disco novo até o final deste ano.  Por enquanto o que podemos desfrutar são excelentes músicas deste primeiro trabalho e uma nova que está disponível para download no site oficial da banda.
Em sua única passagem na Espanha, durante o festival Primavera Sound 08, tivemos a oportunidade de conversar com Carla e Eugene.  Após uma rápida e simpática apresentação no qual Carla Azar revelou que o nosso português é um de seus  idiomas favoritos ao escutar musicas internacionais, tivemos um bom bate-papo.  Antes da entrevista começar, já que a moça se disse fã de nosso idioma, revelei o significado da palavra Azar (seu sobrenome), o que rendeu boas risadas e até um sentimento de que seu nome tem um significado punk, imaginem "Carla Bad Lucky".
Vale lembrar que a banda se apresentou no palco All Tomorrow's Parties onde também passaram bandas como Shellac e Kinski e quem presenciou pode garantir que o show foi algo a não ser esquecido.  Muita distorção misturada a melodia e uma qualidade musical que não se encontra em qualquer esquina.



1 - As informações que chegam ao público é que a banda iniciou atividades em 2000 e logo em 2001 um EP Demonstration.  Turnê com Nine Inch Nails e em seguida All Tomorrows Partie's Festival.  Poderia nos contar um pouco mais deste início?
Claro, como você mesmo mencionou começamos na área de Los Angeles e T-Bone Burnett estava iniciando sua própria gravadora junto aos Coen Brothers nos assistiu e veio a nos contratar.   Produziu nosso primeiro disco Future Perfect e após o lançamento saimos em turnê e tocamos com muito nomes interessantes como The White Stripes, Beck e NIN como já foi mencionado.  Nesta época costumávamos a fazer nosso próprio jogo de luz, foi um início bem interessante.  Por que um jogo de luz próprio? Porque no início tocávamos em palcos menores e a iluminação nunca estava da maneira que queríamos.  Então criamos uma iluminação básica mas da maneira que queríamos, algo personalizado.  

2 - Carla; em 2002 você sofreu um acidente, caiu do palco, fraturou o cotovelo e colocou oito parafusos.  Até onde sei você é a baterista da banda, como uma baterista consegue cair do palco, um guitarrista, baixista ou vocalista até vai levando em consideração a movimentação dos mesmos.  Porém sua posição parece mais segura não? 
Estávamos abrindo para Elvis Costello nesta época.  Na verdade não estávamos mais tocando quando aconteceu.  Estava conversando com amigos após o show e numa falta de atenção aconteceu, simples assim e me custou oito parafusos no cotovelo e um longo período inativo para mim e para a banda.  

3 - Alguma influência direta presente na música da banda?
Sim, é impossível dizer que não existem.  Velvet Underground é uma delas.  The Beatles quando começaram a fazer música mais experimental.  A banda alemã The Can também é uma grande influência e John Bonham é particularmente uma grande influência para mim.  Qualquer coisa que não seja convencional serve bastante como influência, reggae, dub, etc. 

4 - A participação no festival Primavera Sound coincidiu também com a primeira passagem da banda na Espanha.  Qual o sentimento do Autolux em atravessar estas fronteiras?
Estamos bastante empolgados com toda esta combinação.  Um grande festival, primeira visita a Espanha e conseqüentemente a Barcelona.  Adoramos tocar fora dos Estados Unidos.  Estar aqui é realmente muito bom.  Independente do lugar tocar ao vivo é sempre bom mas é lógico que tocar na Europa é totalmente diferente de tocar para o público de nosso país.  O Primavera Sound 08 especialmente teve uma seleção de bandas impressionante.

5 - Musica favorita da banda?
Reappearing.

6 - Opinião sobre downloads?
Já temos uma nova música a disposição para download.  Faremos o mesmo que Radiohead fez e que logo foi seguido por outras bandas.  Nos colocamos em uma posição que as pessoas que realmente gostam da música e das bandas compram discos.  Você quer o disco de graças, muito bem aí está e não vamos dificultar isto.  Na canção que está disponível no nosso site demos a sugestão de $1,00 pelo download para quem tiver a fim de pagar e acaba que tem gente que deixa $20,00.  A questão também é fazer uma boa produção na capa e no encarte para que os fãs tenham um bom material físico nas mãos, isso também ajuda as vendas, um disco não pode ser somente a música tem que conter algo mais.  

7 - Após o lançamento deste segundo disco, qual o destino do Autolux?  O disco sai ainda este ano?
Bem, esperamos uma boa recepção com o novo disco que sai ainda este ano, viajar bastante com o novo material.  Brasil está em nossos planos, adoraríamos tocar lá.   Sabemos que no Brasil existe muita gente conectada com a cena musical internacional, temos a consciência disto. Temos um bom relacionamento com The White Stripes e nos disseram que quando passaram pelo Brasil foram os shows mais memoráveis de suas vidas.  Melhor público que encontraram, melhor energia e realmente não esperavam tanto.  Gostamos também do futebol brasileiro (como todos gostam), da paisagem e temos muita curiosidade de estar lá um dia.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Metz Em Barcelona. Conheça a nova aposta da Sub Pop.


Metz em Barcelona

15/02/2013 - Sala Apolo 2 - Barcelona/Espanha


Tudo bem que nosso querido festival Primavera Sound só inicia suas atividades de maneira oficial em Maio. Porém desde o mês de Janeiro que o mesmo virou noticia com o anúncio do cartaz para 2013, conseguindo reunir bandas histórias e como sempre novos nomes da cena musical, seja ela indie, punk, metal, hip hop ou sabemos mais lá o quê alguém queira definir como vertente do rock.

Uma das bandas que estará em atividade no evento é o Metz que para aquecer o público e mantê-lo antenado tocou em Barcelona na última Sexta-Feira, 15 de Fevereiro.

Só por estarem sob a batuta Sub Pop já chama atenção, um selo que é sinônimo de qualidade e ainda que em algumas ocasiões caminhe por um pântano no meio da escuridão, poucas vezes suas apostas não dão resultado e o Metz é uma aposta em alta no mercado. 

Com apenas um disco para oferecer dentro do curto setlist em que todas as músicas do mesmo foram tocadas, fazendo com que os simpáticos rapazes se desculpassem pelo curto show, tivemos ruído de qualidade numa sala Apolo (2) que por um momento parecia não receber um bom público. Somente aos 44 do segundo tempo o público compareceu e praticamente lotou o pequeno recinto, algo que vem sendo raro na atual situação da Espanha que em vários shows oferece casa vazia ou meia-boca. 

Apesar de muitos mencionarem a banda como totalmente influenciados por Pixies e Shellac o que mais saltou os olhos foi a semelhança com os primeiros Sonic Youth misturando distorção, vocais berrados e melodia, ainda que "Wet Blanket" seja quase um hit. 

Já de cara sentimos o clima da banda em cima do palco. Para abrir a noite baixo e guitarra num esporro sem fim com uma bateria sendo tocada de maneira insana, muita fumaça no palco para dificultar as fotos e luzes strobe em pontos estratégicos para dar o toque final. Para completar a festa um público que agitava mais que em shows hardcore, ainda que existisse um hipster e outro com cara de intelectual torcendo o nariz e dizendo que isso não é curtir um show, ganhou a maioria. 

Finalizaram o já mencionado curto show espancando os instrumentos no chão e nas caixas de retorno.

Começamos bem o ano "primaveral".
Enviado por Mauricio Melo

Confira fotos desse show, por Mauricio Melo:


TAMBÉM PUBLICADO POR ZONA PUNK - http://zp.blog.br/?m=reviews&t=3&id=1045

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Du Baú - Motorhead entrevista (2011) - A Máquina milagrosa.


Máquina Milagrosa.
O Motörhead me curou!  
Lançando The World is Yours a banda passa pela segunda vez em Barcelona, Espanha, em menos de um ano.  Na primeira ocasião o disco estava recém lançado e mesmo assim o trio lotou o pavilhão do Sant Jordi Club.  Desta vez, a banda veio acompanhando o Judas Priest e sua turnê de despedida, a Epitaph.  Fomos gentilmente atendido por Mikkey Dee que  ao contrário de Halford e sua turma, não pensa em aposentadoria, já planeja em disco novo para 2012 e está mais ansioso do que nunca para desembarcar no Brasil.  
Porque o Motörhed me curou?  Eis que estava sentado tranquilamente sentado na sala de espera do médico com uma dor sem fim, que vem se arrastando há meses nos tendões de Aquiles.  Há uma semana negociando a cobertura do show sem grandes expectativas e há poucas horas do início do evento, nenhuma mensagem ou sinal positivo fora o suficientemente convincente para desmarcar a tão importante consulta.  Até que, como num passe de mágica, ou de tecnologia, chega um correio eletrônico no celular, confirmando não só o show mas uma inesperada entrevista com o já citado Mikkey Dee.  Como se tratara de uma benção, saí correndo da sala, só deu tempo de pegar o equipamento e formular umas perguntas no caminho do encontro.  Lá pelas tantas, me dou conta de que os Aquiles já não incomodavam.  O milagre do rock!
Por Mauricio Melo

Com a visita confirmada para shows no Brasil e especialmente no Rock in Rio, vocês tem algo especial preparado para estas apresentações?
Ainda não sabemos (risos).  Na verdade gostaríamos de ser os headliners do evento para poder dispor de mais tempo mas entendo perfeitamente a posição dos organizadores.  O que o público pode ter certeza é de que faremos um bom show...
Com certeza muita gente gostaria de tê-los como headliners e assim dispor de mais tempo de apresentação num festival.  Aconteceu o mesmo com a versão espanhola do festival, quando o Metallica também foi o headline e vocês tocaram antes.
O Metallica é uma banda fantástica e todos sabemos disso.  São grandes e provavelmente a maior banda do mundo.  No final das contas não nos importamos com isto contanto que nos coloquem num dia bom, com bandas boas e com tempo suficiente para dar ao público o que eles merecem.  Será bom, estamos felizes.  
Há alguns anos, quando o Motörhead foi a América do Sul, talvez pela primeira vez, houveram alguns problemas em shows, não?
Acho que a primeira vez que fomos ao Brasil foi em 1993 mas não tivemos nenhum problema.  Talvez esteja se referindo a Buenos Aires alguns anos mais tarde.  Naquela ocasião o promotor mudou de a casa de show, um lugar menor, e aí foi o problema porque várias pessoas compraram os ingressos mas não conseguiram entrar, foi uma loucura...foi há muito tempo, já é passado.  
Em uma situação laboral normal, com 65 ano de idade chega a aposentadoria.  Sabemos que o Motörhead não é composto de jovens e mais especificamente Lemmy completou esta idade na época de lançamento do The World is Yours.  Algum dia já passou pela cabeça o tema, aposentadoria?
Não, na verdade não temos motivos para isto.  O que acaba sendo irônico é que na noite de hoje temos Saxon, Motörhead e Judas Priest e todos estamos na idade de aposentadoria e são três bandas incríveis.  Não pensamos nisso, tipo aposentadoria, nem ideia disto...o que faremos?  Trabalhar no McDonald's? (risos).
E quando realmente acontecer porque ninguém vive para sempre, como vocês gostariam de serem lembrados?  Talvez ser como Johnny Cash que é referencia na música em diferentes públicos?
 Acredito que atualmente já somos referencia para diferentes públicos.  Pessoas  gostam de nós por diferentes razões, por razões que nem consigo contar.  Nem todo mundo necessariamente gosta da música, gostam do Motörhead por razões que vão além da música como atitude, estilo, fashion e claro, a música é a razão principal.  Não especulo nada, é impossível pra mim sentar aqui e falar disso hoje.  Fazemos o que fazemos de melhor maneira possível, se gostam é excelente mas se alguém não gosta tudo bem ninguém é obrigado a isto.  Nossa música tocamos para nós e para nosso público, nunca sentamos e discutimos se as pessoas irão gostar hoje ou daqui a muitos anos, simplesmente não nos importamos com isto.  Existem milhares de pessoas ao redor do mundo que gostam e isso é o mais importante.  
O documentário sobre o Lemmy.  Sabemos que foram gravadas horas e horas sobre toda a banda e no final o alvo principal foi o Lemmy.  Apesar de ser muito bom, ficou a sensação de que o diretor jogou para ganhar, focou no personagem principal sabendo que teria êxito.  Você e o Phil ficaram aborrecidos com o tema?
Sim e não.  No final tive 10 segundos, foi inacreditável!  Estou feliz porque o filme sobre o Lemmy é um bom filme, ou seja, o filme em si é muito bom mesmo e fico feliz por Lemmy.  Fiquei aborrecido por... não necessariamente por mim mas existia muita gente importante para o Motörhead que ele (o diretor) deixou de fora, em minha opinião.  Se você perguntar ao Lemmy não sei se terá a mesma opinião mas se considero nosso grupo de pessoas como uma grande familia, acredito que deveriam participar do documentário porque são importantes para Lemmy e para o Motörhead.  Por outro lado existem pessoas que não representam nada ou pouco mas que lá estão.  Ele deveria ter mostrado os super-fãs que viajam pelo mundo, os fãs clubes, as pessoas que fazem a banda funcionar nos bastidores, etc.  Acho que estas pessoas não tiveram espaço no documentário.  Não me importo se estou ou não no filme porque já sou baterista do Motorhead e isso representa muito mas os fatos existem.  Phil toca na banda há quase 29 anos e porque ele não está nas imagens?  Toco há vinte anos com Lemmy e praticamente nem fomos mencionados.  Foram três anos de gravações, a coisa parecia interminável, demos a ele todo o tempo do mundo.  Eles foram aos shows nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, em todos os lugares.  No final nos deram segundos mas meu aborrecimento maior foi que outras pessoas mereciam mais atenção.  Mesmo assim, como mencionei antes, fico feliz por Lemmy e gostei mais da primeira parte, a segunda metade não gostei muito.  
O disco The World is Yours foi gravado em três diferentes lugares.  Funcionou melhor desta maneira?
Um dos motivos  e que muita gente sabe é que o pai do Phil estava muito doente nesta época e teve que ser assim.   Ele passou muito tempo com a família e gravamos à distancia.  Acho que o resultado final foi bastante satisfatório, é um bom disco.  
Algum motivo interessante por trás do titulo do disco?
Não necessariamente.  Estávamos pensando num título e com toda esta crise econômica acontecendo achamos que encaixava perfeitamente.  A crise ainda está por aí, muita merda acontecendo.
Quando se fala em Motörhead e outras grandes bandas, logo o que vem na cabeça é uma vida de “estrelas do rock” com carrões, mansões ou apartamentos de luxo.  Ainda que somos conscientes de que a postura do Motörhead nunca foi essa, no documentário sobre o Lemmy o vemos morando num pequeno apartamento e de aluguel, é isso mesmo?
 (Risos) Tenho alguns grandes carros!  Mas o Lemmy mora mesmo naquele apartamento, ainda que pensem que era uma montagem do documentário.  Na verdade, como foi revelado no filme ele gosta de gastar dinheiro com outras coisas, é um “Cassino Man”.  De alguma maneira faz sentido porque nunca está em casa, daí para que necessita de uma casa quando nunca pode viver nela, estamos sempre viajando.  O ônibus são nossas casas!
Já pensam em material novo?  Se sim, já existem produtores, músicas, local de gravação?
Claro! ano que vem já tem disco novo é como um relógio de ponto.  Ainda não temos produtores nem nada disso, sempre funciona assim, nunca sabemos mas o resultado final é positivo.  Já começamos a escrever alguns riffs e músicas e até Março iniciaremos algo de maneira oficial.  De repente vem um album ruim mas esperamos que não (risos).  
Como é ser considerado por Lemmy e muitos outros um dos melhores bateristas do mundo no estilo?
Definitivamente não toco pensando se serei ou não considerado o melhor.  Gosto de ser bom para mim e se as pessoas gostam do que faço é gratificante.     Toco bateria a vida inteira, mesmo que não tocasse com o Motörhead tocaria em alguma banda que gostasse de mim mas é claro que por outro lado a banda   me deu forma e estilo.  Sou feliz por estar em forma, saudável e continuar fazendo o que gosto, sair em turnê, compor músicas e tocar o que crio.  Sou feliz por isso.
Alguma mensagem para os fãs brasileiros que em breve estarão com vocês?
Vocês são uns bastardos e me matam quando vou até aí.  Me divirto aos montes no Brasil.  Um abraço para nossos amigos brasileiros.  É um país maravilhoso e temos amigos por lá.  Sempre temos lembranças positivas do Brasil, gosto muito de estar lá.  Vejo vocês em breve. 




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

The xx: NPR Music Tiny Desk Concert



Lembrando que o grupo tocará em Barcelona ainda este ano, trazido uma vez mais pelo Primavera Sound.
www.primaverasound.com

Jake Bugg toca Oasis na BBC - Slide Away in the BBC Radio 1 Live Lounge



Aí temos Jake Bugg, nosso jovem que já figurou em nosso podcast, tocando Oasis na BBC.

Novo video do Local Natives - "Heavy Feet" (Official Music Video)

Toast to Freedom - Music Video - Anti-Flag [feat. Donots, Ian D'Sa & Ber...

Du Baú - Art Brut - Entrevista (2009)




1 -  Sul de Londres, onde a banda foi formada, é um lugar bem tranquilo para se viver, o que não faz muito o perfil da banda em algumas músicas.  Alguma influência local em especial?
A inspiração foi ver todos nosso amigos gravando discos, não foi nenhum movimento em especial.  Na Inglaterra se utiliza muito o termo "D.I.Y. (Do It Yourself)".  Daí que qualquer um podia fazer um disco, nada mais que normal nos dias atuais.  Um gravou, outro também e de repente todos estavam gravando discos.  Talvez uma das influências musicais do sul de Londres possa ser a banda Squeeze (finais dos anos 70 e incio dos 80) mais influencia que eles ao sul de londrino não existe.

2 - Em diversas músicas a combinação das letras com o nome da banda soa perfeito.  Art Brut não poderia ter outro nome sem estas músicas.  Muitas destas foram as primeiras composições.  O que veio primeiro, o nome da banda ou as letras?  Ou após algumas músicas prontas acharam que o nome perfeito seria Art Brut? 
Art Brut veio primeiro.  Estávamos tão de brincadeira que saiu o nome.  Algumas pessoas me diziam que eu não teria capacidade para cantar, então disse "Art Brut é perfeito e é isso que somos".  E depois que surgiu o nome começamos a sonhar com ele.

3 - E verdade que Formed a Band foi feita 10 minutos apos a formaçao do Art?  A quimica foi tao boa assim e a mesma continua funcionando tão bem?
Foi basicamente no segundo ensaio.  Nosso baterista chegou tarde e na pressa começou a aquecer fazendo uma base ao perfil Joy Division e a música surgiu desta jam, foi bem espontâneo.  As vezes olhamos para trás e lembramos deste dia, é estranho como as coisas acontecem.

4 - Primeiro disco foi sucesso tanto na Inglaterra quanto nos EUA.  Este sucesso desde os primeiros singles, surpreendeu o grupo?  Esperavam por isso?
Bem, as bandas que gosto não são realmente famosas.  Jeff Louis ou Animals That Swim por exemplo.  Pensávamos em estar no nível destas bandas quando nos inspiramos em ter a nossa, porém somos mais conhecidos do que eles no momento, isso nos surpreendeu bastante (risos).  

5 - Saida de Chris Chinchilla teve algum motivo especifico, algum problema de relacionamento ou diferença de opiniões?
Não...bem...talvez...(risos), sim, posso dizer que tivemos umas opiniões diferentes.  Foi muito difícil na época, era o início de tudo e todo início é complicado.  Fazíamos turnê e praticamente não entrava nenhum dinheiro.  Para mim e para o resto da banda estava tudo bem mas ele não se sentia confortável naquela situação.  O sofrimento inicial não foi legal para ele.  Hoje em dia está casado e mora na Austrália.  Ainda temos contato, ele não saiu brigado da banda.

6 - Dan Swift fez um excelente trabalho, porque a mudança.  Para soar diferente, trabalhar maturidade musical ou alguma insatisfação com a produção anterior? 
Basicamente queríamos fazer um disco pop mas depois nos lembramos que somos um grupo com raízes punk e queríamos fazer discos punks outra vez.  Por isso escolhemos Frank Black para a produção.

7 - Art Brut mudou de produtor, de estudio e consequentemente de cidade para a gravação  do terceiro álbum.  Melhor, pior ou apenas diferente?  Qual foi o ponto mais alto das gravações?
Acho que tudo foi válido.  Trabalhar com Frank foi bom, até mesmo pela história que ele tem com o Pixies.  Quando dizia que a música era boa era como se fosse um selo de qualidade (risos), a opinião dele vale bastante.  Trabalhar com ele nos fez ser mais espontâneo e nos ajudou a perder o medo de terminar nossas coisas, fizemos sem medo.  Tipo, terminar e ter a certeza de que ficou bom.
Gravamos três músicas ao dia, sem overdubing nem retoques num total de10 dias.  Muitas saíram na primeira sessão, outras na segunda ou terceira.  Foi uma boa experiência.  Acho que se ficássemos em estúdio por 50 dias como algumas bandas fazem, faríamos uns 5 álbuns (risos).



8 - O título do terceiro álbum se refere a algo religioso?
Não, nada religioso.  É mais para expressar que se você odeia Art Brut, odeia o que estamos dizendo e nós odiamos a você também, só isso.

9 - Para o terceiro disco as letras já não são tão diretas quanto antes, poderíamos chamar de maturidade?  E considerando 2 anos de diferença entre os álbuns, qual o ponto mais marcante entre um lançamento e outro?
A chave entre o primeiro e segundo disco foi que estávamos constantemente em turnê e não tínhamos tanto tempo de descanso para trabalhar as músicas ou a maturidade das mesmas.  Do segundo para o terceiro tivemos um pouco de descanso, deu para sentar e compor em conjunto.  

10 -  Não existe um receio de que a banda se torne exatamente o que ironizou no principio (letra de Formed a Band como exemplo) que faz referência a bandas que se vendem?  O que faz Art Brut para que isso não aconteça?
Queremos continuar fazendo o que nos der vontade e se de repente um dia nosso estilo, o shout-punk, seja popular  estaremos voando porém sem fazer concessões.

11 - My Little Brother ou Emily Kane por exemplo, São historias fictícias ou experiências reais?
São completamente reais, tenho fotos em meu celular de Emily Kane que inclusive hoje estará nos assistindo.  É uma de nossas convidadas.    


12 - No Brasil chegaram a ser comparados com o The Fall da nova geração, o que acham das comparações? 
Sim pode ser um pouco mas Max não exatamente canta e igualmente não me considero um cantor mas suas letras são mais abstratas e as nossas fazem mais sentido.  Ian por exemplo gosta bastante de Lamb of God e Sepultura e não de The Fall, não é uma influência direta.  

13 - Art Brut já tocou no Brasil, alguma lembrança em especial sobre esta passagem?  Planos para retornar ao pais?
Tocar no Brasil foi incrível, não imaginávamos que já no segundo álbum chegaríamos lá.  Um dos momentos mais marcantes foi um dia quando saímos do hotel e tinha uma galera que começou a cantar Emily Kane, foi realmente muito bom.  Definitivamente é o lugar para estar.
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Assistência por David Brock





segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Dropkick Murphys e Frank Turner em Barcelona 08/02/2013 - Sala Razzmatazz - Barcelona/Espanha


Sexta-Feira, 8 de Fevereiro de 2013, para muitos, hora de pegar estrada, engarrafamentos quilométricos, preparar a caixa de cerveja e partir para o Carnaval. Para outros tantos o momento também é de Carnaval, afinal é uma festa celebrada no mundo inteiro, ainda que muitos acreditem que nós brasileiros inventamos a festa vale lembrar que, sim potenciamos esta festa porém assim como nosso amado futebol o Carnaval não foi fruto de nossa invenção. 

Por coincidência (ou não) o fim de semana em Barcelona terá uma maratona de shows em diversos pontos da cidade. Nada gratuito e muito menos organizado por prefeituras como parte de uma festa mas sim pelos promotores de sempre, aqueles que nunca nos credenciam mas que tomam a bolada nas costas quando figuramos na lista de convidados da banda…sorry. O texto em questão nos tele transporta para a Sala Razzmatazz onde Dropkick Murphys e Frank Turner animaram a festa em alto nível. 

O primeiro, um cantor que fez parte da banda Million Dead mas que se destacou finalmente em sua carreira em solitário e demonstra ser um poço de inspiração lançando um disco ao ano. Ano passado, o rapaz e sua excelente banda conseguiram esgotar 12.000 entradas para um show na Wembley Arena. Este ano a previsão é que no dia 22 de Abril seu novo trabalho, Tape Deck Heart verá a luz sob a produção de Rich Costey e com certeza foi um privilégio assisti-lo numa sala como a Razz e num show que foi mais do que uma simples abertura. Entre o bom punhado de canções apresentadas estavam "The Road" e "I Still Believe" com participação ativa do público. 

Por falar em público, há tempos não via filas enormes para entrar ao banheiro masculino. O motivo? A quantidade de cervejas consumida pelos fãs dos Murphys. Barcelona foi invadida pelos Irlandeses e/ou descendentes para celebrar a nova visita da banda de Boston. Apesar de já ter visto a mesma sala Razzmatazz mais cheia para receber o grupo em outras ocasiões, a noite passada não estava nada mal.

Ao finalizar o show de Frank Turner e já começaram os gritos ao melhor estilo hooligans "Let's Go Murphys! Let's Go Murphys!". Cachecóis dos Celtic F.C. misturados a camisas de basquete do Boston, cervejas, bêbados que mal conseguiam entoar os gritos, mais cervejas, sorrisos, suor e claro…cervejas.

Ao entrar com o refrão de "The Boys are Back, The Boys are Back and They are Looking For Trouble" que também abre o disco com o vocalista já na linha de frente junto ao público foi para deixar qualquer um louco. Também do recém lançado Signed and Sealed in Blood a música "Burn" deu continuidade a festa seguida da antiga "The Gang's All Here" e não muito distante o solo de bandolim na introdução de "The State of Massachusetts" foi responsável pela histeria local.


Um setlist recheado de gaitas, sanfonas, bandolins, guitarras e até um cover do Cock Sparrer (Working) figurou na festa. Já em reta final Frank Turner foi convidado para subir ao palco para até então uma palhinha em "Rose Tattoo" mas o rapaz permaneceu no palco até o fim com "I'm Shipping Up to Boston".

Para o bis, alem de "Skinhead on the MBTA" de Do or Die ainda tivemos "T.N.T." do AC/DC e como ponto final "Alcohol" do Gang Green. Para este bis a banda convidou as meninas da platéia para subir ao palco ainda que na última música o mesmo tenha sido invadido por rapazes deixando somente o vocalista como evidência e a banda totalmente escondida atrás da parede humana que foi criada.

Cheers!!!
Enviado por Mauricio Melo

Confira fotos desse show, por Mauricio Melo:


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Du Baú - Anti-Flag entrevista - 2009


ENTREVISTA ANTI FLAG
Entrevistado: Pat Thetic (baterista)
Por Mauricio Melo

O grupo norte-americano Anti-Flag já pode ser considerado referência na cena punk-rock mundial.  Surgido em pleno governo Clinton, teve no seguinte administrador, George W. Bush combustível de sobra para seus protestos.  Após passar por uma grande gravadora com dois bons discos, retornam à independência e apresentam The People and The Gun com o esperado retorno às raízes.  Entre o show da tarde onde a banda homenageou The Clash e o principal durante a Eastpack Antidote Tour, tivemos a oportunidade de entrevistar o baterista Pat Thetic sob um céu aberto na primeira noite do tenebroso frio europeu na cidade de Barcelona.  Os melhores momentos você confere abaixo. 


1 - Podemos começar nossa entrevista falando sobre o novo disco The People and The Gun?  Algumas pessoas estão comentando que a banda voltou às raízes com este álbum.  Sem tentar provar algo musicalmente, apenas fazendo o que as pessoas realmente estão esperando?
Não necessariamente tentando fazer o que as pessoas estão esperando, não nos importamos com isso.  Como posso dizer... quando estávamos numa grande gravadora haviam "muitos cozinheiros na mesma cozinha".  Tinha muita gente envolvida e nós também tivemos acesso a diferentes idéias.  Para ser sincero existia dinheiro para uma orquestra ou  coisas do tipo.  E quando gravamos The People and The Gun não existia tanta gente e consequentemente tanto dinheiro, bancamos praticamente tudo.  Foi sentar e conversar temas como "o que realmente queremos fazer e o que nos faz feliz?".  E o que nos faz feliz é estarmos em nossa sala de ensaio tocando punk-rock e sem interferencias.  Então decidimos que assim seria.  Compramos equipamento de gravação e gravamos em nosso lugar de ensaio, somente nós e mais ninguém.  Gravamos sem intensão de fazer experimentos musicais ou tentar provar algo a alguém,  algo que realmente gostamos. 

2 - Algumas bandas tiveram más experiencias com grandes gravadoras.  Contam que em grandes gravadoras as pessoas estão mais preocupadas em manter seus cargos do que trabalhar em algo que realmente gosta e talvez por isso exista pressão.  Na RCA voces tiveram algum tipo de pressão?  
Acontece este tipo de comportamente sim e aconteceu com a gente.  Todas as pessoas que trabalharam conosco perderam seus empregos.   Foi curioso porque a pessoa que nos contratou entendeu nossa proposta.  Algumas pessoas mantiveram distancia porque sabiam que não mudaríamos nosso discurso mas mesmo assim todas estas pessoas foram demitidas, é assim numa gravadora como a RCA, classicamente grande.  Então para o segundo disco nesta empresa foram contratadas novas pessoas que não tinham nada a ver com nossa contratação inicial.  Apesar disso, são pessoas muito legais.  A instituição não é legal, a tentativa de manipular grandes audiências não é legal mas individualmente existem pessoas interessantíssimas por lá.  Realmente as pessoas priorizam seus cargos, ainda mais neste tipo de economia onde atualmente a música é o que menos importa para muita gente.  Uma das coisas que comentei quando fomos contratados é que garanti que continuaria empregado por muito tempo.  Fomos a reuniões com diretores da gravadora, com pessoas que recebem ao mês um salário que nunca tive na minha vida, nem economizando para isso.  Porém eles não sabem por quanto tempo tem seus empregos garantidos e eu como músico sim, posso continuar com meu estilo de vida.  

3 - Como foi trabalhar com Tom Morello e se tivesse a oportunidade de voltar a trabalhar com ele, o faria?  Trabalhar com Visconti foi mais fácil ou simplesmente diferente?
É um cara incrível.  Muito inteligente, criativo, conversa com todos, é uma pessoa de fácil acesso.  Já trabalhar com Visconti é diferente.  Morello é como se fosse um líder espiritual e Visconti é mais mãos à obra.  Trabalha continuamente em diferentes pontos de vista.  Entende bastante de música teoricamente e consegue transpor as idéias para a gravação, ainda que exista diferentes e atípicos instrumentos.  Tivemos sorte em encontrá-lo livre e trabalhar com ele.    

4 - Para uma banda com o perfil do Anti-Flag não poderíamos fugir da pergunta.  Após serem duros críticos do governo Bush, recheio para qualquer banda punk, qual a visão do novo governo (já nem tão novo assim) e as expectativas?
Apenas para dar uma perspectiva.  Anti-flag nasceu durante o governo Clinton.  Tivemos Bush pai, Clinton e depois George W. Bush.  Então tem muita gente pensado que somos uma banda contra W. Bush mas não é assim.  Somos contra a concentração de um poder nas mãos de algumas pessoas.  É claro que os piores fatos aconteceram durante a administração de Bush mas a época de Clinton também não foi "divertida".  Então, após tudo isto o que podemos dizer é que  Obama tem grandes idéias e boas intensões porém a realidade ainda deixa a desejar.  Somos bastante realistas e sabemos que houve promessa de retirar tropas do Iraque mas as tropas continuam por lá.  Que a situação no Afganistão iria melhorar mas a situação está pior do que antes.  Os americanos ainda não tem saúde pública como prometido.  Muito dinheiro para os bancos, os direitos homosexuais ainda não funciona como prometido, etc, etc.  
Sabemos que uma grande expectativa pode gerar grandes decepções se as pessoas não tiveram paciência...  Claro, isso também.  Mas é uma faca de dois gumes.  O que aconteceu há um ano atrás?  Ok, Bush se foi e ficamos felizes.  Nos organizamos e trabalhamos para colocar na Casa Branca alguém que poderia progredir e de repente todo mundo relaxou e ficou aquela sensação de "dever cumprido".  Temos lá alguém que escolhemos e que entende nossas necessidades.  Então não devemos trabalhar mais?  Ele não está fazendo o trabalho que esperávamos e acredito que em breve existirão protestos nas ruas novamente.  Concordo que não se corrigem graves erros de anos e anos em um ano e talvez seja isto que nos conforma um pouco.  Esperamos olhar para trás daqui a uma década e perceber que houveram mudanças.

5 - Sem o governo Bush a banda passa a desviar um pouco seu alvo?  Qual o alvo principal para este disco?
Sempre temos um alvo para as letras.  Você olha a sua volta em qualquer parte do mundo e há injustiça.  Caminhei por Barcelona hoje e vi que existem injustiças que nos inspiram a qualquer momento.  Não falamos só da política.  Em todos os lados existe mais poder concentrado nas mãos de algumas pessoas erradas.  Então estamos sempre em busca de dividir melhor este poder.  Tanto faz se é Obama ou Bush, estão sempre tentanto colocar o poder no alto de uma pirâmide e isso não é bom para ninguém.  Quanto mais vozes, melhor distribuido será a força e mais pessoas poder chegar a igualdade.  

6 - Anti Flag foi considerada por muitos como uma banda anti-americana ou anti-nacionalista.  O primeiro disco após os ataques de 11 Setembro foi o Mobilize.  Foi um desafio muito grande demonstrar a sua própria nação que a posição da banda não era definitivamente aquela ou foi mais fácil de demonstrar o que realmente a banda queria transmitir?
Bem, não sei se concordar com você mas realmente tinha chegado o momento de tomar uma posição.  Temos que ter orgulho das coisas boas que fazemos.  Não escolhi nascer americano, apenas aconteceu.  O que tenho orgulho é de ter dito NÃO! quando as pessoas diziam que o correto era matar e bombardear pessoas porque estas pessoas fizeram o mesmo conosco.  Isso não faz o menor sentido e tenho orgulho de ter tomado esta posição.  O Anti-Flag não é um grupo para ser anti-americano, anti-latino, anti-britânico ou anti-russo.  Somos anti-poder e concentração do mesmo nas mãos de um pequeno grupo, é assim que protestamos.  O nome Anti-Flag é exatamente contra o fronteirismo, a divisão de territórios onde o símbolo é uma bandeira.  Não importa onde nascemos ou deixamos de nascer, não queremos divisões.  

7 - Apesar da grande influência do Clash, como a que vimos no show de hoje à tarde, tenho a informação de que para este disco novo a banda passou por  uma grande influência do Morrissey.  Pode nos contar algum detalhe?
(Risos)...Justin adora Morrissey e toda sua carreira.  Não sou um fã do Morrissey, então não posso defende-lo tanto quanto nosso vocalista, acho que é apenas uma demonstração do variado gosto musical dentro da banda.  Respeito muito a carreira do Morrissey, tenho algumas similaridades com ele pelo fato de também ser vegetariano mas nunca me recusaria de tocar em algum lugar só porque sinto cheiro de carne como ele fez recentemente.  Porém reconheço que ele tem muito a dizer em sua arte.  

8 - Se o mundo fosse perfeito...
Estaria em casa assistindo televisão e provavelmente não estaria aqui tocando rock and roll (risos).


EASTPACK ANTIDOTE TOUR 
READ MY LIPS - ALEXISONFIRE - ANTI-FLAG
Rocksound e Sala Apolo, Barcelona

Um privilégio para os fãs do punk-rock e hardcore que tiveram a oportunidade de passar o dia em Barcelona acompanhando de perto a Eastpack Antidote Tour. Neste dia tocaram Read My Lips, Alexisonfire e Anti-Flag. três bandas de distintas nacionalidades e idênticos objetivos: panfletar seus protestos, expressar suas insatisfações diante de seu público e não deixar de lado a melodia e o pensamento positivo, colocando a diversão acima de tudo.


Porém, para um grupo de mais ou menos oitenta pessoas este dia teve um atrativo a mais. O Anti-Flag ofereceu uma matinê (só para convidados) no bar Rocksound, lugar conhecido por seus shows underground onde o contato com o público é mais que direto. E não era uma simples matinê, o curto show de trinta minutos foi em homenagem ao Clash.


Porém nem tudo são flores, e mesmo com um presente destes o público não brilhou como esperado. Definitivamente não foi a sequência de músicas que falhou. Abriram com "London Calling", homenageando os trinta anos de lançamento do disco. Tivemos "Guns of Brixton", "I Fought the Law" e "Police on my Back", executadas com fidelidade mas nem mesmo Chris 2 decolando com seu baixo durante "White Riot" foi suficiente para transformar o bar num caos como estava previsto. Diversos motivos podem ter influenciado para tal "falta" de receptividade. É de praxe que o público catalão não vibre tanto. Outro fator é que a grande maioria era de jovens, muito jovens, e talvez o Anti-Flag lhes traga mais emoção do que o Clash e a euforia tomou conta mesmo quando o show terminou e os fãs puderam realizar o desejo de tirar suas fotos junto de seus ídolos.


Já o público da noite ofereceu melhor resposta. Desde a abertura, com READ MY LIPS. que a Sala Apolo já parecia ferver. O grupo espanhol apresentou músicas de seu único álbum, News for the Aflicted, com muita melodia e nítida influência de Good Riddance. Ótimo show que deixou o público bem aquecido para os canadenses do Alexisonfire que, com o lançamento de seu novo álbum, Old Crows Young Cardinals, já começa a figurar entre os grandes nomes do post-hardcore desta década.


Com "Drunks, Lovers, Sinners and Saints", do aclamado álbum Crisis, deram início a uma devastadora apresentação. O quinteto demonstrou muita maturidade no palco com destaque absoluto para o baixista Steele, que parece ter verdadeiros espasmos enquanto executa sua função, de joelhos, quase em transe diante do público. Sem falar no guitarrista com pinta de rockabilly Wade Macneil, que tem grande participação nos vocais.


Muita melodia foi exposta nesta apresentação e aquela emoção que faltou na tarde por parte do público sobrou no show do ALEXISONFIRE. "Boiled Frogs" foi o terceiro passo, esta já bastante conhecida por conta de seu clipe. Com "Young Cardinals" a sala Apolo se transformou num gigante mosh-pit. "Born and Raised" foi uma das que deixaram todos arrepiados, acompanhando cada palavra do refrão.


Tive a oportunidade de encontrar a banda no exato momento em que deixavam o palco e se reuniam no backstage após encerrarem com "Hapiness by the Kilowatt" - era nítida a cara de satisfação dos integrantes, era unânime: o show tinha superado as expectativas.
Estava armado um grande problema para o ANTI-FLAG - manter o nível de satisfação do público após duas grandes apresentações que se chamarmos de abertura é injustiça. Mas os americanos não iriam falhar na apresentação de seu novo material, justo o disco que vem sendo considerado o retorno às raízes, The People or The Gun.


Para quem esperava uma abertura hardcore se enganou. De cara apresentaram "The Press Corpse", de For Blood and Empire, que tem uma pegada mais ska e deu o tom da festa. Os stage-dives brotavam de todos os lados e a segurança local sem saber o que fazer queria partir para a ignorância, até se fazer necessária a intervenção da banda para que violência não ocorresse. Logo em seguida, a música que abre o atual lançamento "Sodom, Gomorrah, Washington D.C." apresentou a versão mais punk e esperada da banda.


A apresentação deu uma quebrada no ritmo com "Turncoat", por seu perfil mais pop, mas foi válido. Os animos voltaram a aquecer com "War Sucks, Let's Party!". Assim foram variando o ritmo sem se tornarem cansativos, numa sequência que incluiu "The Economy is Suffering...Let it Die", "The Smartest Bomb" (do The Bright Lights of America ,o último a ser lançado pela grande RCA) e ainda a bem levinha "1 Trillion Dollar", antes de "Police Story".


Para os que não tiveram a oportunidade de participar da festa Clash da tarde encerraram com "Should Stay or Should I Go". Retornaram para o previsto bis mas fugiram da rotina quando na velocidade de um pit-stop desmontaram a bateria e a remontaram no meio do público - loucura geral para a última sequência da noite que incluiu "Die for the Government", "Cities Burn" e "Power to the Peaceful".

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Podcast Episode 5 - Substance From Barcelona Blogspot

Episode 5 - Substance From Barcelona Blogspot

The Stone Roses 
Happy Mondays 
The Charlatans UK 
BLUR 
Kasabian 
Miles Kane 
Biffy Clyro 
Boy Kill Boy 
Danko Jones 
Ringo Deathstarr 
Kyuss 
New Model Army 
Broken Bells 
Lemonheads 
The Smiths 

Du Baú - Agnostic Front entrevista (2010) - 25 Anos de Victim in Pain




Onde estávamos há vinte e cinco anos atrás ou antes disso?  Muitos de nós nem éramos nascidos, muitos outros crianças e alguns jovens com muitas idéias e projetos.  Nesta época quando se falava no ano 2000 logo se imaginava carros flutuantes, raios lasers para todos os lados e coisas do tipo.  Nem se cogitava o ano 2010, uma década após aquelas idéia futuristicas.  Muitos falavam do fim do mundo, outros em caos, guerras, pragas...  Em São Paulo o festival O Começo do Fim do Mundo já tinha dado seu start no final de 1982.  Em 1984 nosso país vivia o movimento Diretas Já e exatamente entre estas datas também surgia numa cidade e num país distante do nosso uma banda chamada Agnostic Front.  Que colocaria Nova Iorque em definitivo no mapa como uma das bandas pioneiras, senão a tal, a lançar um disco oficialmente por uma gravadora, a criar um estilo próprio a ser seguido, o hardcore.  Em 2009 o disco Victim in Pain completou 25 anos de idade e a civilização atual ainda parece padecer das mesmas "doenças", demonstrando sofrimento, dor, corrupção, opressão e exploração em diversos pontos do planeta.  Durante este tempo os nova iorquinos vem tentando passar mensagens concientizadoras a seu público, pregando união e força.  
Encontramos a banda no último mês de Abril e posteriormente durante o Hellfest e tivemos a oportunidade de conversar com os dois únicos membros originais existentes, Roger Miret e uma participação especial de Vinnie Stigma.  O papo foi bem claro sobre o passado, o futuro, gravadoras, novos estilos, novas tecnologias e falta de ambição da geração atual.
por Mauricio Melo 

Olhando 25 anos atrás, quando tudo começou com United Blood e Victim in Pain, o mundo, especialmente se tratando de música, não tinha a tecnologia de hoje.  Acreditam que a ideologia e o movimento hardcore poderia estar mais forte, mais bem posicionada, já que a nova geração tem tanto acesso a esta poderosa tecnologia?  Ou por se tratar de um movimento underground e totalmente independente o momento que vive é o suficiente?  

ROGER MIRET - Era um mundo totalmente diferente, nem existia telefone celular, ou se existia o acesso não era para todos.  O mesmo poderíamos dizer sobre a internet, ou seja, não existia já o acesso não era popular.  Era uma verdadeira busca para encontrar coisas que você realmente amava.  Trabalhavasse muito para conseguir informações, os discos da época, existiam poucas unidades, tinha que ir a determinadas lojas para conseguir o que realmente buscava.  
Nos dias atuais é tudo tão diferente, está tudo de mão beijada, tão fácil através da internet que já não tem graça.  Até as preocupações já não são as mesmas, estão todos em seus celulares e preocupados com outros valores.  
A geração atual tem mais acesso a tecnologia.  Tem acesso a mais informações do que gerações anteriores, tem infinitas razões para fazerem um movimento mais forte mas não o fazem porque se sentem mais felizes e ocupados em aparecer nas redes sociais.  Se você olhar para trás, para os anos cinquenta, ver toda a tecnologia que foi utilizada para eletrônicos, carros, qualidade de vida, etc, vê que a diferença é muito grande e o mesmo poderia ter sido utilizado para a música.  
Se você pesquisar sobre bandas, seus históricos e realmente encontrar o que busca, em que você está se envolvendo ou dedicando sua vida a uma paixão mas um monte de pessoas não fazem isto.  
Nós sabemos o que é isso, sabemos o que é descobrir música e se envolver com um movimento e uma paixão.  Sabemos o quanto foi difícil descobrir as bandas, ir aos shows e manter contato uns com os outros.  Hoje em dia é muito fácil, você apenas se torna um fã de qualquer coisa que esteja online e espera para que qualquer um te envie um correio eletrônico.  Nem dá tempo de curtir um disco ou aprender a cantar um refrão e o garoto já conseguiu outro disco para escutar, e assim vai.  Qual é o próximo?

Falando da comemoração do Victim in Pain.  Em Fevereiro aconteceu um show com a formação original na Bell House de Nova Iorque, como foi?  Houve algum registro oficial para um lançamento em cd ou dvd, uma edição especial?

RM - Atualmente já superamos os vinte e cinco anos, o disco foi lançado em 1984 e completou esta data em 2009 mas somente agora chegamos com a turnê de "comemoração" se é que podemos chamar assim.  Sim, em Fevereiro nos reunimos com a primeira formação, exceto Raybeez (baterista original e posteriormente vocalista do Warzone falecido em 1997), foi realmente muito bom estarmos juntos outra vez.  Adam Moochie, eu e Vinnie Stigma com Dave Jones na bateria substituindo Raybezz que foi o baterista de United Blood mas claro em um momento de nossa carreira e no início de tudo, tocamos juntos com esta formação e Rob Kabula tocou no Victim in Pain conosco e também participou do evento.  
Gravamos em video, em principio para arquivos pessoais mas poder ser produzido num futuro documentário sobre a história da banda.  Será lançado em breve, ironicamente na internet (risos). 


Igualmente não passou pela cabeça fazer algo semelhante ao que fez o Sick of it All com um tributo de bandas convidadas ou até mesmo uma regravação ao vivo de estúdio para adicionar a gravação original?

RM - Somos o que somos, nunca pensamos em regravar algo ou fazer como fizeram outras bandas com seus tributos.  O que foi feito já entrou para história e serviu para colocar Nova Iorque no mapa, Victim in Pain foi o primeiro disco de uma banda hardcore de Nova Iorque a surgir no "mapa".  Acho que foi o suficiente e ninguém necessita fazer covers para celebrar isto, já tem história o suficiente.  

Uma das músicas mais celebradas da banda quando retornou na segunda metade dos anos noventa foi Police State que deixava claro, a insatisfação com o prefeito da época, Rudy Giuliani.  Após os ataques de 11 de Setembro, há quase uma década, Rudy se tornou para muitos um dos simbolos da reconstrução da cidade.  
Olhando para trás, o AF tem outra opinião sobre este personagem ou aquela imagem do prefeito lutador, nascido no Brooklyn que queria reconstruir a cidade foi mais um produto a ser vendido?

RM - Vou te dizer algo sobre este cara, é um ninguém.  Ele destruiu Nova Iorque, ele destruiu a meca de Nova Iorque e o sentido da cidade.  Destruiu a quadragésima segunda avenida e todas as coisas que faziam parte da cultura da cidade.  Toda cidade, seja ela boa ou ruim, rica ou pobre, tem o seu mundo underground, isso existe e vai existir em todos os lugares e Nova Iorque também se tornou famosa por isso.  Prostituição, traficantes, máfia, tudo foi destruido.  Antes dos ataques de 11 de Setembro a carreira dele era um escandalo, um lixo.  Traía sua mulher, era doente, estava ladeira abaixo.  Ninguém gostava dele e da maneira como administrava a cidade.  Os prédios vieram abaixo e ele se tornou um herói, tirou proveito da desgraça para levantar sua carreira e claro que vendeu a imagem de bom político.  Se você seguir a carreira dele e tudo que ele fez o resumo está aí, não foi nenhuma novidade.  Até hoje estou surpreso por ele não ter sido morto pela máfia, acredito (opinião particular) que ele tem envolvimento com a máfia por ser de origem italiana, seus pais eram filhos de imigrantes italianos.  Ele se meteu com as cinco famílias mais poderosas do mundo e ninguém o matou, tenho certeza que tem a proteção de uma delas, esta é a minha teoria.  

Em uma antiga entrevista para uma revista brasileira, você comentou que por ser cubano prefere não falar dos políticos Americanos, ainda que discorde dos sistemas apresentados pelos mesmos.  Desde a Primavera de 2003 que Cuba tem o caso da Primavera Negra de Cuba com presos políticos da oposição.  A situação se agravou recentemente pelos casos de greve de fome de Orlando Zapata Tamayo (morto) e Guillermo Fariñas que envolveu até o presidente brasileiro numa confusão por comparar presos políticos com criminosos.  Como você ve tudo isto?

RM - Não acompanho de perto estes fatos.  Minha família se refugiou na América quando eu era criança por discordar do regime daquele país.  Quando você faz isso, tenta se distanciar de coisas assim.  Quer que seus filhos tenham a livre escolha de crescer numa vida diferente, melhor e como decidirem.  Não tivemos esta divisão, éramos assim e agora nos tornamos isto.  Chegamos na América e seguimos em frente.  Foi assim com todo mundo, Irlandeses, Italianos, você mesmo é brasileiro e vive aqui.  Existe uma razão para uma mudança.  Não tenho contato com pessoas apesar de parte de minha família ainda estar por lá, na verdade nem os conheço, cresci em Nova Iorque.      

Você acredita que se um dia o governo Castro cair, Cuba pode ser "devastada" pela comercialização e perder sua identidade cultural como muitos comentam?

RM - Talvez, pode acontecer.  É uma ilha bonita mas dizem que os alemães sairam na frente nas negociações e não os americanos como muitos pensam.  Assim que Fidel se for as coisas começam a mudar, espero.  
Agnostic Front @ Estraperlo Club del Ritme 2010
Na década de 80 praticamente não havia rivalidade entre metal e punks.  Já nos anos noventa muita coisa mudou.  Atualmente vemos uma tour que une Agnostic Front com This is Hell e A Call to Preserve e um público que mistura metal, punk, skinheads e straight-edges.  Podemos considerar um público mais unido em definitivo?

RM - Tenho que acreditar que sim porque é disso que falamos e aconselhamos em nossas apresentações, de união.  Queremos pessoas unidas a um único objetivo    

Ao mesmo tempo, há muitos anos e que nos dias atuais a rivalidade já não está entre etnias ou grupos e sim de quem é mais hardcore do que outros, como uma disputa interna, é mais ou menos por aí?

RM - Hatebreed por exemplo é uma banda que vem de verdadeiras raízes hardcore.  Tocam uma música extremamente pesada e agressiva com intensões e sentimentos hardcore, é definitivamente uma banda do estilo.  Independente de terem patrocínio ou não, os vejo como uma verdadeira banda hardcore.  Sobre quem quer ser mais do que outros, simplesmente não dou a mínima para isto.  Se as pessoas te criticam por isso ou por aquilo, quero saber quem vai estar metido nisto para sempre?  Daqui a dez anos, onde estaremos?  Não dou a mínima para este tipo de opinião, vem de pessoas que surgem temporariamente, não produzem nada além de falar besteira.  Nos dias atuais é muito fácil criar polêmica e não mostrar a cara.   Todos sabemos quem é quem, os verdadeiros e os falsos.  Bandas como Agnostic Front, Sick of it All, Madball, Hatebreed e Terror por exemplo estmos demonstrando isto há mais de dez anos, ou melhor, mais de 25 anos como é o nosso caso com Victim in Pain, alguns por 15 anos.  Isto é nossa vida, é o que acreditamos.  Para ser sincero nem perco meu tempo com este tipo de crítica, dedico toda minha atenção a quem quer somar algo, aos que querem apoiar e trabalhar comigo, se não for para somar nem perco meu tempo com ignorantes porque existem muitos por aí.  

Falando em Straight-Edges:  Mais de uma década atrás eram completamente rejeitados por parte do movimento hardcore, buscando ter seu próprio público e identidade.  Atualmente bem aceito em todos os gêneros.  Você acredita que a geração Emo-Core passará pelo mesmo calvário ou esta não tem solução?

RM - O Straight Edge vem atuando há muito, muito tempo e estão totalmente integrados ao movimento, porque o que fazem é algo positivo.  Com relação aos "emos" acredito que futuramente também serão aceitos até porque a própria história mostra isso.  As pessoas falam sobre o metal-core como se fosse uma novidade mas quem leva tempo na estrada sabe que não há novidade nisto.  Corrosion of Conformity, D.R.I., Agnostic Front e Cro-Mags por exemplo vem fazendo metal com hardcore há anos.  Tenho revistas em casa de 1987 onde as pessoas citavam o crossover e o hardcore como um tipo de metal-core.  O estilo Emo para mim é a mesma coisa que o indie-rock que existia nos anos 80, são músicas aceitáveis em radios universitárias (college radios) que posteriormente virou grande sensação.  Este movimento atual é a mesma coisa, simplesmente não querem chamar de indie-rock para poder criar uma novidade no mercado.  Você não quer chamar de crossover novamente e sim de metal-core, algo novo e fresco no mercado mas só muda a embalagem, o conteúdo é o mesmo.  O mercado necessida de novos nomes, definições para se sentir renovado, é assim que vejo, como um movimento criado pelas gravadoras independentes, algo aceitável, que toca nas universidades até que as bandas cresçam.  


Em 1992 o Agnostic Front lançou "Last Warning" que marcava uma despedida do palco naquele momento e por um tempo indeterminado, o que realmente aconteceu na época?

RM - Oficialmente queríamos um descanso.  Queria dedicarme a família, estava com criança pequena em casa e quería dedicar-me a eles.  Andava muito ocupado em turnês tantando salvar o mundo (risos) e decidi que era tempo de parar.  Além da família queria terminar meus estudos e assim foi.  Quando minha filha já tinha uns sete anos de idade perguntei a ela se podia voltar aos microfones e ela disse que sim, aqui estou.  Não saímos em turnê como antes de ficar meses fora de casa, passamos umas semanas e retornamos a casa.  Desta vez é a primeira após muito tempo que ficamos um mês longe de casa, e atualmente tenho outros dois filhos pequenos.  

Dos grandes nomes do hardcore, talvez o Agnostic Front tenha sido um dos poucos a não trabalhar em uma grande gravadora, talvez agora com a Nuclear Blast podemos dizer que sim.  Mas nunca como fez o Biohazard ou Sick of it All por exemplo que trabalharam com Warner, Atlantic ou Elektra.  Esta experiência o AF nunca quis viver ou não teve a oportunidade de vive-la?

RM - Isto não é pra gente meu amigo.  Nós não merecemos estas gravadoras.  Nossa música não é para eles e a recíproca é verdadeira.  Agnostic Front foi uma das primeiras bandas hardcore a assinar com uma gravadora na América.  Digo, em Nova Iorque com a Combat e na época foi um grande negócio mas era uma gravadora independente, e nós acreditamos na cena independente.  Não acreditamos nas gravadoras comerciais, não seria uma boa casa para nós.  Sabemos exatamente qual será o final da história e o resultado, aconteceram com outras bandas antes então porque temos que passar por isso se já sabemos os resultados?  Rancid é uma das bandas que gosto e que passou por este processo.  

E a Dirty Devil, o que era, uma marca de roupa?

RM - A Dirty Devil já não trabalho mais com ela.  Agora estou criando a American Made Kustom, uma outra marca de roupa e acessórios voltada para o público rock, punk rock, hardcore em geral.  Começa a funcionar em Maio.

Já na reta final de nossa entrevista o lendário guitarrista, talvez o mais verdadeiro dos guitarristas de todo movimento hardcore, chega para trocar umas palavras.  Uma grande pena que com o tempo já esgotado não pudemos tirar mais proveito deste encontro mas não vamos deixar por menos.  Poucas palavras de uma lenda valem muito.  O leitor que escuta alguma música do Agnostic Front e sabe que Stigma não é nenhum mestre das seis cordas deve estar perguntando o porque de Stigma ser chamado por todos de lenda.  De nada adiantaria ser um mestre em seu instrumento e não ter orgulho de seu estilo de vida, além de respeitar e ser respeitado por todos, desde membros de outros grupos (hardcore ou não) como ser respeitado do maior patrimonio que uma banda pode ter, seu próprio público.  
Vinnie é carismático, humilde e acima de tudo profissional.  Aqui nos revelou em poucas palavras como andam seus projetos como sua loja de tatuagens em Nova Iorque, sua outra banda que leva seu nome.  Além de deixar escapar algo sobre novo material do Agnostic Front nos revelou também o sentimento da amizade com Roger Miret quando este saiu para tomar um café.  


Invasão de Stigma:
Como está o estúdio de tatuagens, New York Hardcore Tattoos?
STIGMA - Perfeito, funciona muito bem.  

Seu projeto paralero, Stigma, quando lança trabalho novo ou sai em turnê?

STIGMA - O projeto vai bem, para ser sincero está parado no momento é claro, porque também participa Mike Galo e agora estamos com o Agnostic.  No fim de Novembro começamos a gravar novo material do Agnostic Front e após isso dou um descanço e começo a pensar no Stigma, não tenho pressa.  Enquanto isso gravamos algum clipe ou algo, sem grandes ambições. 

Como descrever sua amizade, se é que podemos chamar assim toda esta conexão que você tem com Roger Miret?

STIGMA - Fui mal casado com ele (risos), estou brincando.  As vezes acho que não tenho outra pessoa que não seja Roger.  Quando meu filho nasceu ele estava presente.  No falecimento de minha mãe também, ele é meu irmão, já é um relacionamento que supera o companheirismo de estar numa banda e todas as coisas que acontecem na vida.  Minha amizade com Roger vai muito além dos palcos. 

Agora, com o fim do CBGB o prego foi aposentado?  (Vinnie possui um prego há quase trinta anos que servia de cabide para seus pertences no antigo clube nova iorquino)

STIGMA - Tenho o prego comigo, roubei de Jesus Cristo (risos).  Já não posso pendurá-lo no clube então fica simbolicamente em casa.  

Como foi For my Family Tour ano passado pela América do Sul?

STIGMA - Foi incrível estar com Madball nesta turnê, esperamos retornar em breve a América do Sul e ao Brasil.   

E o que houve com este show do Hellfest, a banda só tocou vinte minutos?

STIGMA - Tivemos um problema com nosso baterista, que está no hospital agora mesmo se recuperando de uma infecção.  Portanto o baterista do Born From Pain quebrou um galho pra gente, não podíamos cancelar de último minuto e deixar todos esperando.