segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Du Baú - Autolux entrevista (2008)


Saindo da costa leste até a oeste para demonstrar a outra face do shoegaze americano e uma segunda boa proposta.  Outro trio, Autolux da cidade de Los Angeles na estrada há 8 anos.  Formado em 2000 por Eugene Goreshter (baixo/voz), Greg Edwards (guitarra/voz) e a simpática Carla Azar (bateria/voz).  Logo em suas primeiras apresentações despertaram interesse de ninguém mais ninguém menos que o produtor T-Bone Burnett's que na época iniciava um novo projeto.  Nestes oito anos muita coisa aconteceu, um pequeno acidente afastou Azar dos palcos por um bom tempo e para quem ainda não conhece a banda, Carla não é uma simples baterista, é com certeza a peça-chave da banda e por isso não poderia ser substituída.  Com um único disco lançado no mercado em 2004, "Future Perfect" a banda promete disco novo até o final deste ano.  Por enquanto o que podemos desfrutar são excelentes músicas deste primeiro trabalho e uma nova que está disponível para download no site oficial da banda.
Em sua única passagem na Espanha, durante o festival Primavera Sound 08, tivemos a oportunidade de conversar com Carla e Eugene.  Após uma rápida e simpática apresentação no qual Carla Azar revelou que o nosso português é um de seus  idiomas favoritos ao escutar musicas internacionais, tivemos um bom bate-papo.  Antes da entrevista começar, já que a moça se disse fã de nosso idioma, revelei o significado da palavra Azar (seu sobrenome), o que rendeu boas risadas e até um sentimento de que seu nome tem um significado punk, imaginem "Carla Bad Lucky".
Vale lembrar que a banda se apresentou no palco All Tomorrow's Parties onde também passaram bandas como Shellac e Kinski e quem presenciou pode garantir que o show foi algo a não ser esquecido.  Muita distorção misturada a melodia e uma qualidade musical que não se encontra em qualquer esquina.



1 - As informações que chegam ao público é que a banda iniciou atividades em 2000 e logo em 2001 um EP Demonstration.  Turnê com Nine Inch Nails e em seguida All Tomorrows Partie's Festival.  Poderia nos contar um pouco mais deste início?
Claro, como você mesmo mencionou começamos na área de Los Angeles e T-Bone Burnett estava iniciando sua própria gravadora junto aos Coen Brothers nos assistiu e veio a nos contratar.   Produziu nosso primeiro disco Future Perfect e após o lançamento saimos em turnê e tocamos com muito nomes interessantes como The White Stripes, Beck e NIN como já foi mencionado.  Nesta época costumávamos a fazer nosso próprio jogo de luz, foi um início bem interessante.  Por que um jogo de luz próprio? Porque no início tocávamos em palcos menores e a iluminação nunca estava da maneira que queríamos.  Então criamos uma iluminação básica mas da maneira que queríamos, algo personalizado.  

2 - Carla; em 2002 você sofreu um acidente, caiu do palco, fraturou o cotovelo e colocou oito parafusos.  Até onde sei você é a baterista da banda, como uma baterista consegue cair do palco, um guitarrista, baixista ou vocalista até vai levando em consideração a movimentação dos mesmos.  Porém sua posição parece mais segura não? 
Estávamos abrindo para Elvis Costello nesta época.  Na verdade não estávamos mais tocando quando aconteceu.  Estava conversando com amigos após o show e numa falta de atenção aconteceu, simples assim e me custou oito parafusos no cotovelo e um longo período inativo para mim e para a banda.  

3 - Alguma influência direta presente na música da banda?
Sim, é impossível dizer que não existem.  Velvet Underground é uma delas.  The Beatles quando começaram a fazer música mais experimental.  A banda alemã The Can também é uma grande influência e John Bonham é particularmente uma grande influência para mim.  Qualquer coisa que não seja convencional serve bastante como influência, reggae, dub, etc. 

4 - A participação no festival Primavera Sound coincidiu também com a primeira passagem da banda na Espanha.  Qual o sentimento do Autolux em atravessar estas fronteiras?
Estamos bastante empolgados com toda esta combinação.  Um grande festival, primeira visita a Espanha e conseqüentemente a Barcelona.  Adoramos tocar fora dos Estados Unidos.  Estar aqui é realmente muito bom.  Independente do lugar tocar ao vivo é sempre bom mas é lógico que tocar na Europa é totalmente diferente de tocar para o público de nosso país.  O Primavera Sound 08 especialmente teve uma seleção de bandas impressionante.

5 - Musica favorita da banda?
Reappearing.

6 - Opinião sobre downloads?
Já temos uma nova música a disposição para download.  Faremos o mesmo que Radiohead fez e que logo foi seguido por outras bandas.  Nos colocamos em uma posição que as pessoas que realmente gostam da música e das bandas compram discos.  Você quer o disco de graças, muito bem aí está e não vamos dificultar isto.  Na canção que está disponível no nosso site demos a sugestão de $1,00 pelo download para quem tiver a fim de pagar e acaba que tem gente que deixa $20,00.  A questão também é fazer uma boa produção na capa e no encarte para que os fãs tenham um bom material físico nas mãos, isso também ajuda as vendas, um disco não pode ser somente a música tem que conter algo mais.  

7 - Após o lançamento deste segundo disco, qual o destino do Autolux?  O disco sai ainda este ano?
Bem, esperamos uma boa recepção com o novo disco que sai ainda este ano, viajar bastante com o novo material.  Brasil está em nossos planos, adoraríamos tocar lá.   Sabemos que no Brasil existe muita gente conectada com a cena musical internacional, temos a consciência disto. Temos um bom relacionamento com The White Stripes e nos disseram que quando passaram pelo Brasil foram os shows mais memoráveis de suas vidas.  Melhor público que encontraram, melhor energia e realmente não esperavam tanto.  Gostamos também do futebol brasileiro (como todos gostam), da paisagem e temos muita curiosidade de estar lá um dia.

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