quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Primavera Sound anuncia primeiras atrações.


Um dos grupos pioneiros do estilo “shoegaze” foi anunciado esta semana como a segunda atração da próxima edição do festival Primavera Sound em 2015.  A organizaçao do festival já havia anunciado The Strokes como a primeira grande atração e pelo tamanho do poster que exibem em sua página, colocam o Ride à mesmo peso.
Assim como Slowdive e My Bloody Valentine, que já estiveram em outras edições do festival, o Ride foi um dos responsáveis por discos icônicos como “Nowhere” e “Going Blank Again”.  Ao parecer, o grupo que não chegou aos dez anos de carreira, retorna com a formação original.  Após a separação da banda em 1996, o quarteto só se reuniu uma única vez para a gravação de um programa de televisão em 2001.  Este será o único concerto da banda em territorio espanhol no ano de 2015, uma boa pedida.
Até o momento apenas duas atrações foram confirmadas mas já podemos perceber que os organizadores vão caprichando nesta edição especial do Primavera Sound, que completa 15 anos.
Mais informações: www.primaverasound.com



One of the pioneering groups of the style “shoegaze” was announced this week as the second attraction of the next edition to the festival Primavera Sound in 2015.  The organization of the festival already had announced The Strokes as first the great attraction and for the size of the poster that shows in its page, they place Ride to the same weight.
As well as Slowdive and My Bloody Valentine, that already had been in other editions of the festival, Ride was one of the responsible  for iconic  albums  as “Nowhere” and “Going Blank Again”.  As it  seems, the group that didn't had ten years of career, returns with the original formation.  After the splitting of the band in 1996, quarteto if only congregated an only time for the writing of a program of television in 2001. This will be the only concert of the band in Spanish territory in the year of 2015, a good deal.
Until the moment only two attractions had been confirmed but we already can perceive that the organization is preparing a special edition of the Primavera Sound, that will complete 15 years.
More info: www.primaverasound.com




quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Primavera Club Barcelona 2014 c/ Cerebral Ballzy, Alvvays e mais

Primavera Club Barcelona 2014 c/ Cerebral Ballzy, Alvvays e mais

02/11/2014 - Sala 2 - Apolo - Barcelona / Espanha





No último 2 de Novembro, um domingo, o festival Primavera Club encerrou sua edição de 2014 em alta após uma pausa de dois anos. Sim, vale lembrar que em 2013, o irmão caçula do Primavera Sound tirou “férias” de Barcelona e só reapareceu este ano. Talvez porque naquele instante (2012), estava se tornando tão grande quanto a tradicional edição primaveral que acontece sempre na última semana de Maio com bandas e artistas em solitário que poderiam tranquilamente ser uma das atrações principais do grande formato, o que fugia ou melhor, estava fugindo da proposta inicial do Primavera Club que nada mais é do que apresentar novos e promissores nomes. E por falar em novos, para este ano a organização, ao anunciar o cartaz do festival frisou bem que eram nomes desconhecidos. 

Como nos dias atuais, através da tecnologia passamos de desconhecidos a novos fenômenos na velocidade de um clique, os que até então eram meros desconhecidos para grande parte do público se tornou o próximo grande nome antes mesmo do festival abrir oficialmente suas portas. Foram 40 apresentações e dos que conferimos podemos destacar dois nomes, Childhood e Alvvays. Não que os outros não tenham qualidades, distante disso, mas estas duas bandas estão prontas para assumirem tais postos. Entre outros grupos que chamaram atenção estão os espanhóis do The Saurs e o experimental Der Panther.


Para manter a forma, abrimos nossa humilde jornada dentro da sala 2 do Teatro Apolo com os nova iorquinos do Cerebral Ballzy, o bom e velho punk com guitarras sujas marcava presença com músicas como “Another Day” e “City’s Girl”, desordem no palco e um vocalista que mau conseguia abrir os olhos durante a primeira música, mais adiante conseguiu enxergar o suficiente para subir na bancada do bar e berrar por lá com seu microfone em punho. A banda pertence ao selo Cult Records de Julian Casablancas e lançaram disco este ano.

Logo acima, na sala principal do mesmo teatro vimos de perto o Fever The Ghost que muito chamou atenção pelo figurino, já que estávamos em noite de Halloween e alguns personagens flertavam entre mal vestir e fantasias, enfim valia tudo para celebrar as bruxas. Como disse antes, o vocalista só se deixou ver após algumas canções, até então o que víamos eram vozes que saiam de uma misteriosa capa com guitarra em punho.

Diante de tantas propostas e novidades acabamos por apostar nos britânicos do Childhood para encerrar nossa primeira jornada e foi tiro certo, destaque total para “Pay For Cool” que resgata com fidelidade aquelas linhas de baixo dos anos 80. Canções pegajosas, um pop rock de guitarras limpas de seu recém lançado Lacuna e uma apresentação que não passou desapercebida.


Para o Sábado, nos limitamos a duas bandas na pequena sala 2 do Apolo (outra vez). Lá conferimos de perto os canadenses do Greys. A curiosidade era imensa e após ler insistentes comparações da banda com o Fugazi, o que rendeu até uma música chamada Guy Picciotto. No palco a banda mais parecia um Nirvana na época do Bleach do que um Fugazi, porém com um som mais polido. O quarteto canadense (Toronto) apresentou seu recém lançado If Anything e todos cartuchos disponíveis do álbum. Vale à pena dar uma conferida básica no som da banda. 

Para finalizar o sábado e logo após a apresentação do Greys tivemos os americanos do 
Nothing, banda com um perfil mais shoegaze e que flerta entre a melodia e a distorção. Não tão intenso quanto os canadenses mas nada de se jogar fora. Cinco minutos antes do show começar o guitarrista deixou seu instrumento distorcendo e criando camadas sobre camadas de distorção, já era um sinal do que estava por vir e “Hymn to the Pillory” é o melhor exemplo que podemos deixar nestas linhas.


Para iniciar nossa ultima jornada, demos uma passada rápida para conferir os dinamarqueses do Lower e suas nítidas influencias de Joy Division no que se diz lado escuro da banda. Não pudemos ficar até o final do set já que ao notar a sala 2 esvaziar com certa rapidez e lembrar que logo acima canadenses (mais um grupo) do Alvvays seria a próxima atração entrou um fugaz pensamento, “há um sentimento no ar”. Típica sensação de que o The Next Big Thing do indie está acontecendo, ou irá acontecer. Alvvays foi a escolhida da edição e tivemos que correr para conseguir um bom angulo para as fotos. Já havia fãs com camisas autografadas, debruçados no palco e se derretendo por qualquer movimento que a banda fazia antes de oficialmente entrar no palco. Abriram o set com “The Agency Group” e animaram com “Next of Kin” conquistando o público já no dedilhado de introdução da musica que não é tão diferente de “Atop a Cake”. Também deixaram claro suas influencias com um cover do The Primitives, “Out of Reach”.

Antes de encerrar a noite ainda descemos para o show de vinte minutos dos “punks” Perfect Pussy. Ruído aos extremos, com um baixista que se contorce em todas as direções, um baterista com cara de nerd mas não tanto quanto o gordinho com cara de serial killer que parecia uma estátua fabricando distorções num sintetizador ou algo do tipo. Nos vocais? Uma jovem com cara de boazinha, com algumas tatuagens cool, um vestido comportado e se não enxerguei mal o sovaco por depilar berrando aos extremos e deixando qualquer vocal de grindcore comendo poeira.

Para finalizar a invasão canadense no Primavera Club, tivemos os quebequenses do Ought. Outra coisa que chamou atenção nesta nova geração de bandas foi a quantidade de músicos que apresentaram descalços e o vocalista / guitarrista Tim Beeler foi mais um adepto ao estilo. Mais um grupo com um trabalho fresquinho debaixo do braço e uma apresentação que já os coloca entre uma das grandes revelações que o evento pode oferecer, “Pleasant Heart”, música que abre More Than Any Other Day já pode ser considerado um hit apesar de terem aberto com “Today More Than Any Other Day” de maneira bem lenta até ganhar o ritmo necessário para incendiar a sala principal do Apolo, o mesmo perfil tem a música “Clarity”. Também chamou atenção a performance em “Gemini”.

Assim foi nossa participação no festival Primavera Club 2014 e acreditamos que o festival cumpriu com sua missão, apresentar novos nomes, dar oportunidades a uma nova geração de bandas, jovens bandas com muito a mostrar. Olhando mais adiante é dizer que crescem as expectativas para a revelação do cartaz para a festa de debutante do Primavera Sound em Maio de 2015, façam suas apostas.
Enviado por Mauricio Melo







segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Gates anuncia disco: Bloom & Breathe será lançado em 21 de Outubro.


A banda de post-rock Gates (Nova Jersey) anunciou seus planos para publicar o tão esperado trabalho de estréia, Bloom & Breathe.  Será dia 21 de Outubro via Pure Noise Records.  Hoje, a banda revelou a capa e lista de música.  Co-Produzido por Mike Watts e o guitarrista/vocalista Kevin Dye no Vudu Studios (Port Jefferson - NY) o disco promete após os elogiados trabalhos em The Sun Will Rise and Lead Me Home e You Are You Have Left to Fear (ambos EPs).  
Após previamente gravarem o disco a banda contactou Watts para finalizar o trabalho o que deu ao grupo uma expansão maior ao som de estúdio.  "Mike Watts praticamente se tornou o sexto membro do grupo", explica King.  "É definitivamente melhor trabalhar com uma pessoa completamente confiável e que nos deu outro ponto de vista sobre a música que fazemos".

Bloom & Breathe:

01. Everything That Has Ever Been
02. Bloom
03. Persist In Delusion
04. Not My Blood
05. Light The First Page
06. The Thing That Could Save You
07. Nothing You’ll Miss
08. At Last The Loneliest Of Them
09. Born Dead
10. Marrow
11. Low
12. Again At The Beginning

13. Everything That Always Will Be


Mais detalhes sobre a banda na pagina oficial.    http://gatesnj.com

Cartaz por dias / Cartel por dias BDN D16 HARDCORE FEST


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

TRIOSCAPES lança disco novo


TRIOSCAPES lança novo álbum, estréia vídeo via revista PROG!

Trio progressivo/fusão, TRIOSCAPES, lançou seu segundo álbum via Metal Blade Records em todo o mundo! Para comemorar o lançamento, a banda fez parceria com a revista PROG no Reino Unido para estrear seu vídeo para a faixa-título de "Digital Dream Sequence". O vídeo dirigido por Chuck Johnson.

Dan Briggs comenta sobre o vídeo: "filmamos este vídeo no último dia da nossa segunda semana de gravação e sessão na Legitmate Business em Greensboro, Carolina do Norte e sinto que ele capta perfeitamente a intensidade crua, estávamos tentando capturar. Sem mentiras, ao vivo no estúdio."

Para capturar o humor cru e dinâmico, que a banda tem-se habituar em seus shows ao vivo, TRIOSCAPES alistou-se a perícia de Kris Hilbert em Legitmate Business em Greensboro, Carolina do Norte para gravar "Digital Dream Sequence". As instalações do estúdio ofereceram a banda a flexibilidade para controlar individualmente, ou como uma banda inteira, que foi feito para certas partes do álbum. Em um novo estúdio de vídeo, Dan Briggs (baixo, Between the Buried e Me), Walter Fancourt (tenor saxofone/flauta) e Matt Lynch (bateria/percussão) leva-nos por trás das cenas e mostram-em que um vislumbre do que o processo de composição e gravação foi - Assista o vídeo agora no metalblade.com/trioscapes. Enquanto estava lá, fãs podem também ouvir "Stab Wounds" e pedir uma cópia do álbum!

TRIOSCAPES têm evoluído desde a sua estreia, e "Digital Dream Sequence" pode ser precisamente descrito como muito mais deliberada. Walter Fancourt explicou que "depois de ouvir o álbum de estréia que foi a primeira vez senti como soávamos." Briggs acrescentou, "para o primeiro registro, nós três viemos só para escrever músicas para o álbum, sem sequer saber que estávamos escrevendo para um álbum em concreto." Escrita para "Digital Dream Sequence" desenhamos as experiências de dois anos anteriores em turnês e de ter o tempo para tocar apenas músicas juntos em um espaço de ensaio. Briggs continuou, "Após dois anos de turnê, tocando juntos e casualmente trabalhando em novas músicas, nós realmente funcionavamos e estabelecemos mais de um som." Esse tempo juntos como uma banda fortificou a programação já formidável em uma máquina muito mais consciente e em sintonia.

As canções concluídas foram enviadas para Jamie King (Between the Buried e Me, Devin Townsend) para mixagem e masterização. O toque final foi fornecido por mim e o som cru e agressivo, alcançado no estúdio. "Digital Dream Sequence" está a ser um dos lançamentos mais talentosos e inspirados, independentemente do gênero, em 2014.



Bob Mould - Tiny Desk Concert (Video)

http://www.npr.org/event/music/338878101/bob-mould-tiny-desk-concert?utm_source=twitter.com&utm_medium=social&utm_campaign=nprmusic&utm_term=music&utm_content=20140811

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Your Demise anuncia turnê com vocalista original.


A banda hardcore Your Demise, formada em 2003 e que se despediu do cenário este ano, volta a anunciar turnê de despedida.  Desta vez com o vocalista original George Noble, a banda interpretará seus primeiros trabalhos, justamente os mais pedreiras.
Segue abaixo a nota oficial dos organizadores.  Acompanham a turnê os grupos Stab, Oblivion e Thirteenth. 

Mais infos: https://www.facebook.com/events/779154345441444/?notif_t=plan_user_invited


HFMN CREW PRESENTA:

Por primera vez a Badalona llega Your Demise, una banda de hardcore formada en el 2003, la banda dio su último concierto en Londres el 15 de Marzo. George Noble, cantante original de la banda, no tuvo nunca la oportunidad de despedirse, así que en abril de este mismo año se anunció una última gira de despedida con el al micrófono interpretando los primeros trabajos de la banda en su época más pesada. The blood stays on the blade!

http://youtu.be/ravwz4nPLFU

STAB es un grupo de hardcore beatdown de la H8000 con más de siete giras europeas a sus espaldas, estarán acompañando a Your Demise durante sus fechas por la península. Sus letras se basan en un claro mensaje de igualdad y de mente abierta endulzada con algunos de los 'pits' más violentos que se pueden apreciar dentro del género.

http://youtu.be/nmFTFA8PGC0

Dos de los nombres más sonados de la escena underground de Barcelona serán los encargados de abrir la velada, Oblivion presentando "No Room For Fools", su primer largo, y Thirteenth, en la onda de bandas como Cunthunt777 nos demuestran que el death metal y el hardcore beatdown pueden ser una mezcla homogénea perfecta.

- Sábado 6 de Septiembre @ BADALONA - Estraperlo Club
Apertura de puertas 21:00hrs
Entrada anticipada 10€ / Entrada taquilla 13€
Venta en Daily Records, Discos Revolver y www.kulturalive.com
Dirección sala: C/ Isidre Nonell 9
Transporte: Renfe R1 Montgat - Metro L2 Pompeu Fabra - Bus B2, B29, B30, B31, N9

Más info de esta y muchas otras giras en:
www.hfmncrew.com
www.facebook.com/hfmncrew
www.twitter.com/hfmncrew

sábado, 12 de julho de 2014

Hellfest 2014 - Grandes nomes marcam presença.


Demorou mas chegou!  Nosso retorno à cidade de Clisson (França) veio de maneira arrasadora, para cobrir da melhor maneira possível este que é um dos maiores festivais de música extrema do velho continente, o Hellfest.  As coisas mudaram um pouco desde nossa última visita, o festival ficou maior, dois palcos foram adicionados para oferecer melhores condições ao público, que também cresceu.  Já na véspera do grande evento pudemos conferir de perto todo este crescimento.  

Camping maiores e mais estruturados e uma verdadeira cidade com temas apocalípticos foi construída para receber o público e mais de uma centena de grupos que por ali passaram.  Desde carros destruídos, corvos, caveiras, cemitérios e um bosque sombrio até canhões de guerra com meninas fazendo malabares com fogos.  Além dos pratos principais que são as bandas, num dos melhores line-ups de 2014 que incluiu Black Sabbath, Iron Maiden, Soulfly, Slayer, Deep Purple, Hatebreed, Rob Zombie, Aerosmith, Skid Row, Angra, Sepultura, Soundgarden, Carcass, Emperor, Watain, Dark Angel, Phil Anselmo and the Illegals, etc.  Já apresentaremos estas e outras na sequência nossa cobertura, que também incluiu palcos menores e bandas mais undergrounds.  


Talvez a grande decepção do cartaz tenha sido o palco Warzone, sempre conhecido por receber a nata do hardcore mundial e, este ano, os poucos “grandes” nomes previamente confirmados, deram de baixa no último instante, deixando órfãos o bom público hardcore que sempre comparece, 7 Seconds foi um destes, além das infelizes coincidências de horários que afetaram nomes como Misfits, Comeback Kid, Brutal Truth, Walls of Jericho, Mad Sin, entre outros.  

DIA 1 – 20/06/2014

Ao contrário de outras edições, onde o fator climático impõe partes das regras com tradicionais chuvas e baixas temperaturas, este ano de 2014 ficou marcado pelo verdadeiro deserto que tomou conta de Clisson.  Na pista de cada palco, palhas foram espalhadas em grandes quantidades e nos caminhos que te levavam de um palco a outro, onde o fluxo era mais intenso, o solo foi coberto com uma boa quantidade de pedras, que em caso de mal tempo muito ajudaria na não formação de lama mas que com o calor que fez muito contribuiu para espessas nuvens de poeira, o que podemos conferir de perto no pequeno palco Warzone quando Brutality Will Prevail subiu ao para apresentar seu bom set de meia hora.  Às duas e vinte da tarde e com o termômetro ainda subindo, Joel Grind liderando seu Toxic Holocaust e lançou “Awaken the Serpent” que mistura com boas pitadas do thrash sujão dos anos 80 o primeiro caos tomou conta da pista no Mainstage 2.  Ainda não havíamos nos despedido de Joel quando o Stick To Your Guns iniciava sessão no Warzone.  


Com um pouco mais de tempo diante de seu fiel público apresentaram  mais de uma dezena de temas, uma delas “We Still Believe” e seu forte refrão.  Show berrado, poeira e suor.  Com a mesma rapidez que fomos ao Warzone retornamos ao Mainstage 2 para conferir o M.O.D., banda de Billy Milano, sim o mesmo do S.O.D.  e suas letras politicamente incorretas.  Bastante acima do peso, barbudo, cabeludo e desconhecido pela maioria do público fez um show acima da média e provou para os presentes porque é reconhecido como lenda para quem o conhece.  Entre os clássicos desenterrados estavam “Aren’t You Hungry?”, “Get a Real Job”,  “True Colors” e uma sequencia matadora de Stomtroopers of Death com “Kill Yourself”, “Milano Mosh”, “Fuck the Middle East” e “Speak English or Die”, entre outras.  Para quem nunca sonhou em estar num show do S.O.D., até que foi uma boa experiência.



Em mais uma ponte “aérea” retornamos ao cenário anterior para o Slapshot, o quarteto de Boston foi o melhor representante do hardcore 80’s do festival e não tivemos que esperar tanto para ver Jack “Choke” Kelly quebrar um bastao na cabeça e sangrar ao som de “Watch me Bleed” após “No Friend of Mine” e “I’ve had Enough”, mais casca grossa impossível.



Mais adiante conferimos a combinação de duas grandes paixões, rock e  filmes de terror proporcionada por Rob Zombie.  O diretor e músico tocou alguns de seus maiores sucessos sob o olhar ameaçador de Frankenstein, King Kong e Lobisomem em telas espalhadas no palco.  A única coisa que podemos lamentar do show foi que, à luz do dia Rob perde muito de seu espetáculo visual, porém o lado musical com “Dragula” abrindo o set e seguindo com “Superbeast” é algo que merece destaque, além de covers de “Am I Evil?” de Diamond Head,  “More Human Than Human” e “Thunder Kiss ‘65”, ambas de sua antiga banda, White Zombie.  

Obviamente, o destaque do dia ficou por conta dos britânicos do Iron Maiden.  Talvez a banda mais esperada em Clisson desde o surgimento do Hellfest em 2006.  Bruce Dickinson, que além de piloto de avião e vocalista da maior banda de heavy metal de todos os tempos ainda fala um francês de dar inveja a muitos, Bruce liderou o grupo por pouco mais de duas horas, o que não deixou triste nenhum fã.  Para os franceses, Dickinson fez questão de anunciar o placar do jogo entre França e Suíça, em que a seleção galo massacrou com uma goleada de 5x2.  Após passarmos por rigorosa revista até o pit dos fotógrafos, podemos ver de perto como a introdução de “Doctor Doctor” era tocada enquanto chamas saíam da beira do palco junto a estrondosas explosões.  Já na hora do vamos ver “Moonchild” foi a encarregada de abrir caminho.   Enquanto Harris corria com seu baixo a um frenético ritmo, Janick Gers simulava uma metralhadora com sua guitarra, Dickinson em pé na bateria soltava as primeiras palavras, mais previsível impossível.  Talvez pela altura do palco e do pouco espaço entre a linha de seguranças no pit e o mesmo, nos fizesse esticar o pescoço na tentativa de ver  Dave Murray e Adrian Smith, mais recuados ao fundo.  Com “Can I Play With Madness” podemos ver o grupo mais próximo do público.  Não faltaram ao encontro “2 Minutes to Midnight”, “Fear of the Dark”, “Troopers” e “Aces High”.  Também esteve presente o mascote Eddie e a festa só não foi mais completa por conta da já comentada luz do dia, que às onze da noite ainda marcava presença e  que assim como mr. Zombie deixou o visual mais pobre.



O dia não acabou com o boa noite de Bruce e sua turma, uma vez mais conferimos o que o Slayer tinha a nos oferecer.  Quatro anos após sua última participação no evento e quanta diferença.  Naquela ocasião víamos um quarteto às vésperas de tocar num festival na cidade de Sofia, onde foi gravado o DVD do Big Four, com formação original e após quase três décadas de agressão, ainda com sede de sangue apresentando World Painted Blood.  Este ano apesar de tão brutal quanto naquela ocasião, musicalmente falando, já não temos Lombardo destruindo a cozinha e não voltaremos a ver Jeff Hanneman empunhando sua guitarra cervejeira, confesso certa tristeza ao presenciar isso e completar o comentário vendo um quase imóvel Tom Araya, os problemas de coluna são evidentes no vocalista e baixista, o que acarreta consideráveis quilos à mais no personagem em questão.  Já o setlist muito lembrou, salvo algumas alterações, o apresentado na gravação de Decade of Agression com “Hell Awaits” e “The Antichrist”, atacando com “Necrophiliac” e “Captor of Sin” e “Mandatory Suicide”  e deixando para a metade do show algo mais recente com “Hate Worldwide” e “Disciple”.  Para a sequencia final mais clássicos como “Raining Blood”, “Black Magic”, “Angel of Death” e South of Heaven que também teve de fundo de palco uma homenagem a Hanneman.   Apesar de tudo, destruidor.  

DIA 2 – 22/06/2014.


A única coisa que teríamos certeza para o segundo dia de festival era que deveríamos abandonar de vez a possiblidade de casacos e capas de chuva e investir em sombras e protetor solar, o golpe era forte já nas primeiras horas da manhã.  Mas o que chamou mesmo a atenção foi a interdição do pit de fotógrafos no Mainstage 1, porque o Aerosmith simplesmente montou seu catwalk  para sua apresentação, deixando todos os artistas do dia a se apresentar neste cenário sem fotos oficiais.  A própria organização reconheceu que aquilo era um pesadelo.  Porém, o primeiro show que passamos para conferir foi o hard rock dos californianos Buckcherry e suas músicas dedicadas ao sexo, drogas e rock and roll, assim de explicito.   “Crazy Bitch”, “Lit it Up” que e até mesmo “Big Balls” do AC-DC foram tocadas.   Em nossa primeira visita ao palco hardcore, o Warzone, fomos surpreendidos com o enérgico show dos suecos Misconduct.  Um bom hardcore melódico que não deixa  nada a dever aos fãs do estilo.



De volta a um dos palcos principais tivemos um sentimento misturado ao ver We Came As Romans, um som cheio de breakdowns e vocais berrados, guitarristas e baixista saltando como loucos até que entra a parte melódica, com refrões épicos feito por um rapaz bonitinho, entra pelo cérebro aquela sensação de estarmos assistindo ao discípulo mais pesado do Linkin Park, difícil digerir mas tem lá seu público.  

Muito mais honesto foi o show dos canadenses Protest The Hero, um heavy metal técnico, rápido e eficiente.  Seus integrantes também tem caras de bonzinhos mas seu som segue uma mesma linha.  Para sermos sinceros, talvez tenha sido um dos melhores shows do Warzone no festival.  

Com o pôr do sol chegou o devastador show do Hatebreed, o tempero que faltava para completar a edição de 2014.  O quinteto evoluiu num estilo único, fazendo o chão estremecer e a poeira subir, foi com certeza a apresentação mais suada, empoeirada, brutal e tudo mais o que se imaginar dentro desta edição.  A verdadeira porrada de uma das bandas que melhor representa o hardcore moderno no momento além de ser uma das mais rentáveis.  “To The Treshold” foi a concebida para abrir o set seguida de “Dead Men Breathing” e “Not The Truth” em terceiro posto, já não conseguíamos ver o palco tamanha era a nuvem, de poeira é claro.  Com “Everyone Bleeds Now” os seguranças tiveram demanda em dobro para receber a galera do stage dive e assim foi até “Destroy Everything”, já é história.



Já não era a primeira vez que Max Cavalera visitava o Hellfest liderando uma de suas bandas e não foi difícil de imaginar que nosso personagem em questão quebraria dois protocolos.  O primeiro, fazer com que a organização suspendesse a interdição do Mainstage 1 para os fotógrafos que mesmo aos trancos e barrancos conseguimos alguma imagem válida enquanto o Soulfly destruía com “Cannibal Holocaust”, “Refuse / Resist”, “Bloodshed”, “Prophecy”, um par mais de covers (podemos chamar assim?) do Sepultura.  O segundo protocolo foi quebrado quando em “Jumpdafuckup” e “Eye For An Eye” Max largou a guitarra e passeou, na moral, no catwalk do Aerosmith quando ninguém havia arriscado, talvez para evitar alguma bronca.  Estava nítido que o Cavaleira estava “amarradão” caminhando pela passarela, com um gingado meio rapper agitando o público, demais.  


Para dar aquela relaxada, logo ao lado os senhores do Deep Purple não faziam nada mais do que se divertir e oferecer divesão ao melhor som de guitarras, sintetizadores e um bom baixo em “Into The Fire”.   É claro que “Smoke in the Water”, possivelmente o primeiro riff marcante de muitos na vida, não ficou de fora.   Já que não podemos fugir do compromisso o mínimo que podemos dizer é que Steve Tyler e Joe Perry comandaram a massa em temas como “Back in the Saddle”, “Love in an Elevator” e “Walk This Way”.  Junto ao Iron Maiden e mais adiante com o Black Sabbath, foram os responsáveis por unir gerações de fãs, pessoas de todas as idades e famílias inteiras cantavam as letras sem a mínima margem de erro.  Além disso, o Aerosmith também chamou atenção pela proibição das fotos.  Apenas doze fotógrafos foram cuidadosamente selecionados para tal registro e mesmo assim, há uma distancia considerável.  O tempo passa para todos mas poucos aceitam com tranquilidade as rugas que a vida nos oferece.

Ainda tivemos tempo de conferir o Against Me! e seu recém lançado Transgender Dysphoria Blues.  A/o vocalista (ela ou ele?) Laura Jane Grace ofereceu toda a garra e fúria positiva que uma boa banda de punk rock necessita para triunfar e fez uma hipnótica apresentação.  Entre as mais emocionantes “I Was a Teenage Anarchist” e “True Trans Soul Rebel”.  

Em visita escolhida a dedo no palco Valley, conferimos de perto o que Phil H. Anselmo nos oferecia junto a sua louca trupe, os Illegals.  Uma maçaroca sonora com o melhor que seu único disco pode oferecer e alguns temas do Pantera, entre eles “Domination” e “A New Level”,  uma versão brutal de Agnostic Front com “United & Strong” que fizeram as lágrimas rolarem e até um par de temas de Superjoint Ritual, sua antiga banda.  Pode não ter a melhor voz e a pouca que tinha já se foi mas é, em definitivo, um dos maiores frontmens da história, por seu carisma, atitude e postura encima do palco.



Para finalizar a noite, tínhamos três opções.  Avenged Sevenfold, Carcass e Millencolin.  Optamos pelo reformulado Carcass por sua história e por ter lançado um dos melhores discos do ano de 2013, o Surgical Steel.  Fotograficamente foi um caos total e absoluto.  Luzes vermelhas, poeira e fumaça de palco.  Musicalmente foi indescritível.  Insano, técnico, rosnado, com um fundo de palco muito mais simples que da vez anterior onde um telão exibia a autopsia de um cadáver.  Também da vez anterior os membros eram os originais porém com um feeling pisoteado, com a formação atual Jeff Walker e Bill Steer parecem mais à vontade.  Abriram com “Buried Dreams” do clássico Heartwork e “Incarnated Solvent Abuse” de Necroticism, situação brutal.  Confirmaram e justificaram expectativas do grande lançamento com “Cadaver Pouch Conveyor System” e mesmo que o vocalista superasse a taxa de álcool permitida, a peteca não caiu.  Assistimos quase toda apresentação do lado de fora da lona, através de um buraco feito pelo publico pois dentro da lona somente com máscara de gás para suportar o caos.  

Dia 3 – 22/06/2014.


As energias já haviam esgotado na noite anterior mas a paixão pela música falava mais alto.  Fomos nos adaptando às adversidades, roubando uma sombra aqui, uma garrafa d’água ali e pelo menos conseguimos cumprir a agenda dos grandes compromissos.  O primeiro foi o sludge metal do Crowbar, o vocalista Kirk Windstein é um velho conhecido do público pois quando não está com a banda em questão, visita o evendo junto ao Down.  Pouco mais adiante e no palco ao lado conferimos o bom show do Angra.  O público foi bem receptivo e mesmo com o calor batendo forte não arredou o pé e desperdiçou a oportunidade de ver um dos ícones do heavy metal brasileiro celebrando os vinte anos de Angels Cry.  O primeiro a pisar no palco foi o jovem baterista Bruno Valverde para em seguida receber os guitarristas Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt, muito bem assessorado por Daniel e Felipe.  Fábio Lione agradou em cheio, ainda que um e outro ainda resmungasse por André Matos.  Apesar de curto, um excelente show com a apurada técnica que bem conhecemos.


Alter Bridge e Annihilator também marcaram presença.  Apesar de Miles Kennedy sempre chamar atenção por suas boas apresentações, destacamos mais o show da segunda banda.  Os canadenses estão de volta com o álbum Feast e não deixaram pedras sobre pedras com o segundo melhor thrash “oitenteiro” do día.   O primeiro?  Este posto foi reservado ao Dark Angel, que ocupou o a vaga deixada por Megadeth na última hora.  Oportunidade única para relembrar velhas pauladas com um grupo que se dissolveu há mais de vinte anos e recupera folego com formação original.  Ver a bandeira com o símbolo ao fundo do palco foi como voltar no tempo.  Gene Hoglan com seus tradicionais óculos escuros maltratando os bumbos da bateria na introdução de “Darkness Descends”, o baixista Mike Gonzales há muito perdeu suas mexas e o mesmo não podemos dizer de Eric Meyer e Jim Durkin que continuam com seus riffs afiados.  O vocalista Ron Hinehart ganhou vários quilos mas a fúria vocal continua em alta.  Assim como o Angra, o Dark Angel também teve um setlits tão curto quanto intenso.  

A partir daí, todas as forças foram guardadas para as grandes bandas da noite e algo mais como sobremesa.  Traduzindo, o Soundgarden pisava ao palco principal com a única intensão de desfilar clássicos daquele movimento que ficou conhecido como grunge.  A nata do excelente Badmotorfinger foi tocada, desde a abertura com “Searching With My Good Eye Closed”, “Rusty Cage”, “Outshined” e “Jesus Christ Pose”, passando por “Spoonman”, “Black Hole Sun”, “My Wave” e a lenta “Black Hole Sun” de Superunknown até finalizar com a densa “Beyond The Wheel”.  Curiosamente nenhuma de seu último lançamento, King Animal, foi tocada.  Apesar dos músicos se destacarem entre si, o que mais chama atenção é o baixista Ben Shepherd, sua performance é no mínimo instigante.



Por motivos de força maior, quando o evento abriu as portas do inferno para receber Behemoth estávamos assinando contratos de limitações e direito de imagem para poder registar o Black Sabbath, mas ainda deu tempo de assistir ao Emperor também celebrando vinte anos.  Os Noruegueses podem não ter classificado sua seleção para a Copa do Mundo mas em matéria de Black Metal provaram que são os melhores, tocaram In The Nightside Eclipse na íntegra, uma celebração aos vinte anos do primeiro lançamento do grupo.  

Para encerrar a participação nos palcos principais, os sacerdotes da noite Black Sabbath, liderados pelo “Principe das Trevas” Ozzy subiram ao palco sem nem um minuto de atraso.  A introdução ao som de sirenes e explosões avisava que “War Pigs” abria a noite desatando a loucura no público.  Ozzy dando seu show à parte, saltando, batendo palmas, rindo de tudo, de si mesmo, do público.  Tommy Iommi bem ao fundo do palco e quase não víamos desde a linha de fotografo o canhoto vestido de negro, com suas palhetas de guitarras personalizadas, strap de guitarras com cruzes invertidas e um leve sorriso no rosto, como se tudo aquilo fosse corriqueiro e banal.  

Geeze Butler o acompanhava na posição de palco, pouco se arriscava a proximidade.  O baterista Tommy Clufetos fazia bonito e confirmou mais tarde em “Rat Salad”, com um impressionante solo, o porque de ter sido escolhido para o posto.  O incansável Osbourne deu um respiro quando Iommi tocou a introdução de “Into the Void”.  Quando “Snowblind” apontou na reta já não havia tempo para mais registros de imagem, fomos conduzidos à saída do pit e acompanhamos numa considerável distância Ozzy imitando o som de passarinhos e rindo da própria piada.  Quem diria, o príncipe das trevas imita passarinhos... Do disco lançado ano passado apenas “God is Dead?” e “Age of Reason” foram tocadas, dedicando os preciosos minutos a agradar as gerações com clássicos como N.I.B. com direito ao solo matador de Butler além de “Children of the Grave”.  Finalizando a noite com “Iron Man” e “Paranoid”, ao redor da pista vários fãs ajoelhavam e faziam reverência ao grupo.


Já com a sensação de missão cumprida no bolso, nos despedimos do Hellfest 2014 ao som dos suecos Turbonegro.  Existem grupos que carregam no nome a etiqueta de show caótico, suor, diversão, piadas de gordo e testorerona de sobra para encerrar o show com “I Got Erection”.  Foi assim e ao pé da letra com “Selfdestructo Bust”, “You Give Me Worms” e “All My Friends are Dead” com direito a loucura geral incluindo pelados surfando por cabeças alheias até cair diante do palco para desespero dos seguranças que recebem tais surfistas de braços abertos, recolher marmanjos completamente nus foi para no mínimo dar esporro e ameaçar expulsar do evento, que à aquelas alturas já nada faria diferença.

Ano que vem o evento celebra sua décima edição e promete, por incrível que pareça, um cartaz arrebatador.
Can’t wait!
Fim.  

Emperor

Dark Angel

Dark Angel

Dark Angel

Alter Bridge

Crowbar

Against Me!

Hatebreed

Protest The Hero 
Protest The Hero

We Came as Romans

We Came As Romans

Toxic Holocaust


Brutality Will Prevail

Buckcherry

Slapshot

Slayer

M.O.D.

Stick To Your Guns

Stick To Your Guns

Stick To Your Guns

Stick To Your Guns