quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Savages @ Sala Apolo - Barcelona 18/02/2014


Savages @ Sala Apolo
Data: 18/02/2014.
Texto e Foto: Mauricio Melo
Promotora: Primavera Sound (www.primaverasound.com)

Atitude!  É disso que falamos, pensamos e sentimos quando nos vem à cabeça a palavra Rock and Roll.  É o que realmente esperamos quando vamos a um show, ainda que o mesmo não tenha um grande público, ainda que a banda não seja de ótima qualidade, ainda que...

Para o show de ontem à noite na Sala Apolo destacaremos nossa pequena introdução acima até o que definimos como Atitude, pois a banda em questão, além de tê-la ainda possui qualidade e bom público.  Várias evidências nos levam a esta conclusão, a primeira nos recepciona na escadaria de entrada.  Um pequeno cartaz anunciava que a banda pedia para não gravar ou fotografar o show, não era uma proibição pois no texto original colado logo abaixo e melhor explicado na língua inglesa, idioma materno onde a banda Savages provém (Londres), a mesma expressava seu desejo de poder, nos dias atuais, viver uma daquelas mágicas noites de rock como existia há poucos anos e que parece extinta nos dias atuais, que é o poder e o prazer de assistir, cantar e cultivar quem nos oferece um show ao invés de assistir o mesmo através de uma pequena tela, fazer "selfies" para publicar nas redes sociais a cada minuto com o simples intuito de tirar onda com o vizinho, esse era o pedido para um público (em geral) que há muito necessita de um puxão de orelha.

Por falar em público, um bom número compareceu a esta que pode ser considerada a primeira jornada do Primavera Sound do ano, um show que a princípio estava marcada para a pequena Sala 2 porém por questões de força maior, ou melhor, de público maior, a organização se viu  na necessidade e mudar para a sala principal.

Já no palco o quarteto britânico não deixou dúvidas sobre sua tão badalada e "repentina" fama.  Um quarteto feminino não sexy, não divertido e nada de baladas.  Distorção, escuridão, roupas negras, cabelos curtos e uma postura de palco que flerta entre Joy Division e a primeira versão de Souxsie and the Banshees.  Não! Não estamos brincando ou exagerando e aquele aviso na escadaria já expunha a personalidade da banda.  Para os que pensam que abriram a noite descendo a madeira, um engano.  Uma interpretação pra lá de limpa de Jehnny Beth (vocal) em "I Need Something New", uma versão quase à capela.  Em "Strife" a versão plugada da banda já começa a tomar forma junto aos primeiros acordes distorcidos da guitarra de Gemma Thompson e "City's Full" já oferecia o formato completo do grupo com o baixo a todo vapor, distorção em camadas com a guitarra, bateria marcada e vocal com olhar desafiador ao público.  Que o digam as sombrias "I Am Here" e "Wainting for a Sign" mas a que agitou o público sem dúvida foi "No Face" com direito a um stage dive indie de algum empolgado, que para tal público foi todo um espetáculo.

Curiosidade mesmo foi ver no setlist  a seqüência que fechava a noite. "Husbands", "Hit Me" e "Fuckers"...interpretem como queiram.

Até.

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