sábado, 1 de outubro de 2011

Dropkick Murphys Em Barcelona 28/04/2011 - Sala Razzmatazz - Barcelona/Espanha


Como podemos participar de uma noite, ao melhor estilo St. Patrick's Day sem sair de Barcelona ou de qualquer outra cidade de onde vivamos? Fácil, ir ao show do Dropkick Murphys. Missão essa que por muitas vezes e diferentes ocasiões ficamos no quase. Quase conseguimos assistir da última vez nesta cidade, quase presenciamos junto ao Sick of it All em Berlin, se não fosse uma tempestade de neve que nos fez desistir de tudo numa "desconhecida" cidade (no caso de quem escreve estas linhas), e por aí vai. Desta vez foi por um triz mas conseguimos nosso livre acesso, ainda que limitado e sem direito a fotografias especiais mas nada que uma boa camera de bolso e paciência não resolvesse.

A curiosidade era grande para ver como funcionava o show desta galera de Boston com um pé na Irlanda, sua mistura de folk e generosas doses de punk rock. A grande verdade é que foi uma grande festa com baixo, guitarra, bateria, acordeão, banjo e gaita irlandesa. Com o palco devidamente decorado, uma grade bandeira de fundo e todo um repertório por diante.

Fizeram exatamente o que se esperava quando se está num show do DKM, músicas executadas à perfeição e o público não decepcionando, cantando todas sem perder um refrão. Talvez o que tenha ficado de lado foram os tradicionais trajes irlandeses, estes sendo substituidos por roupas negras e munhequeira estilo Metallica. A integração e entrega era total tanto do público quanto da banda, como vem se repetindo em vários shows na cidade condal. Desde músicas como "Deeds not Words" do recente Going Out in Style quanto "The State of Massachusetts" e até "I'm Shipping up to Boston" - que foi trilha sonora de The Departed (Martin Scorsese) - fizeram a sala Razzmatazz quicar. O baixista Ken Casey também teve seus momentos de protagonismo em "Johnny, I Hardly Knew Ya" e "Fields of Athenry". Em momentos de pausa no palco, o público queria mais e incentivava com gritos de "let's go Muphys! let's go Murphys!"

Tamanha festa não poderia ter um encerramento simples, o grande final ficou por conta de "Kiss me, I'm Shitfaced" com o tradicional convite ao público femenino de subir ao palco, e engana-se quem acha que as "chicas" foram alí tirar fotos para "pendurar" em suas redes socias, cantaram palavra por palavra. E para os rapazes não ficarem enciumados, foram devidamente convidados a participarem do cover "T.N.T." do AC/DC. Muitos mal podiam acreditar por estar ali e nós também. Missão cumprida.




Shout Out Louds Em Barcelona 06/04/2011 - Sala Apolo A - Barcelona/Espanha

Shout Out Louds Em Barcelona




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Há algum tempo os suécos do Shout Out Louds deviam uma visitinha em "nossa" mediterranea cidade. As últimas vezes, se não falha a memória, num distante ano de 2008 em duas ocasiões, bastante distintas por sinal, porém com datas próximas. A primeira numa pequena sala onde somente cabiam 150 pessoas e meses depois num bem produzido, e extinto festival, chamado Summercase. Em ambas ocasiões o que se viu foi uma banda com grande potencial e disposta a escalar degrau a degrau seu caminho até encontrar um lugar ao sol.

Apesar da sala Apolo ser um tanto maior do que seu público atual, o bom número que marcou presença pode disfrutar de um excelente concerto onde apresentaram músicas de seu último álbum, "Work", misturadas a seus antigos hits que na verdade levantou o público em diversas ocasiões, com bastante destaque para "Tonight I Have to Leave it" de seu segundo album "Our ill Wills" e de seu primeiro trabalho "How How Gaff Gaff" chegamos a "100º" e "Please Please Please" talvez o ponto mais alto da apresentação.

O quinteto sempre conta com alguma produção de palco, em sua última aparição bandeiras faziam referência a capa do segundo disco e atualmente uma colagem com os rostos de seus integrantes faz o fundo de palco.

Ao soar os primeiros acordes de "Your Dreaming" vem a eterna sensação de estarmos escutando uma versão mais modesta de Robert Smith (The Cure) através da figura de Adam Olenius, e "Hard Rain" deu um refresco emocional em todos, ambas canções com nova roupagem na versão de palco. "Very Loud" também marcou presença entre os nostálgicos com seu refrão cantato "little by little..." cantado em coro pela galera.

Não podemos esquecer que a banda tem um compromisso com o disco novo já citado acima, que cumpre sua função em estúdio e que aos poucos vai crescendo ao vivo. Músicas como "Fall Hard" e "Show me Something New" ainda que não apresentem nenhuma novidade praticamente já tem seu lugar garantido entre os fãs da banda, que apesar de não lotarem um local maior como já foi dito, pelo menos já deixa a mesma um passo à frente e mais próxima de seus objetivos. E como o título de seu próprio álbum sujere, com um pouco de trabalho, eles chegam lá. Foi bom revê-los e saber que ainda estão com os pés no chão.

D.R.I. Em Barcelona/Espanha 13/03/2011 - Estraperlo Club del Ritme - Barcelona/Espanha

D.R.I. Em Barcelona/Espanha
originally published @ ZONA PUNK - http://www.zonapunk.com.br/ver_res_show.php?id=816
and
Revista Comando Rock - www.comandorock.net

Galeria de fotos: Flickr

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Já fazia um tempo que não visitávamos nosso clube punk/rock/hardcore em Badalona (Barcelona), algumas vezes por incompatibilidade outras por motivos de força maior. Porém, no último Domingo 13 de Março não tínhamos desculpas nem nada que nos detivesse, afinal estava de volta à Espanha após quase uma década, assim como em muitos países, D.R.I..

Sim, a mesma banda que pisa em terras tupiniquins no mês de Abril deu o ar de sua graça na terra da paella.

O espanto total era por ainda existir entradas à venda algumas horas antes do show, apenas noventa, que praticamente evaporaram com o cair da noite.

Pouco antes, durante a passagem de som ainda deu para flagrar o baixista Harald testanto o sistema local e tocando seu instrumento no meio da galera que estava na rua, já fazendo fila para a tão prometida noite.

Entre as bandas de abertura quem chamou bastante atenção foi o Fresh Trash e seu punk rock clássico como eles mesmos definem. A sala estava abarrotada e confesso que a última vez que vi o mesmo local nestas condições foi com a passagem de Jello Biafra praticamente há um ano atrás. Fãs orgulhosos exibiam suas camisetas, jaquetas e até bandeiras com o famoso skanker. Enquanto a banda finalizava os últimos ajustes no palco, Kurt Brecht comandava as vendas com o merchandising do grupo que inclui camisa, botom, adesivos, cds e posters (preparem as economias!).

Ainda em trio começam os acordes de "Beneath the Wheel", era a deixa para Kurt deixar sua função de vendedor e assumir a de vocalista de uma das mais lendárias bandas punk/hardcore/crossover de todos os tempos, já não havia volta atrás. Deste momento até o final do show o que se viu foi uma banda recuada no palco, com Spike e Harald ocupando as extremidades, Kurt praticamente ao lado da bateria, deixando todo palco para a avalanche de stage-dives, totalmente insanos, durante pouco mais de uma hora que o D.R.I. esteve em cena com os últimos acordes de "Five Year Plan" que fechou a noite. 

Porém, entre estas, clássicos de todas as épocas explodiram nos ouvidos do público como "Snap", "Comuter Man" e "I'd Rather be Sleeping". Para quem prefere a época mais trabalhada da banda também não faltaram opções como "Thrashard", "Acid Rain" e até "Slumlord" e "Suit and Tie Guy" do muitas vezes deixado de lado Four of a Kind. Com "The Aplication" veio outra sequencia violenta de stage-dives, na verdade eram dezenas por música, teve gente saindo com a roupa completamente rasgada do Estraperlo. Do último trabalho de estúdio Full Speed Ahead foram reservados dois momentos "Problem Addict" e "I'm the Liar". Após uma rápida pausa em que muitos pensavam ser o fim do show a banda retorna com "I Don't Need Society", "Soup Kitchen", "A Coffin" e a que normalmente finaliza os shows "Nursinghome Blues", ainda que após esta um punhado de porradas sonoras foram tocadas incluindo "Violent Pacification" antes do já citado encerramento.

Vale citar que musicalmente a banda, que não lança um disco há mais de quinze anos, continua em forma com seus intrumentos em punho mas fisicamente já não transmite tanta energia assim, isso é óbvio e não é necessário ser nenhum especialista para imaginar tal situação. Seria muito diferente se nunca tivessem parado como muitas de sua época que ainda estão por aí, em plena forma, tanto musical quanto fisicamente. A guitarra de Spike soa perfeita e inconfundível, como se o tempo não tivesse passado apesar de sua barba grisalha e total dedicação no palco suando a camisa literalmente. Kurt segue com sua inconfundível voz e Harald é o que mais interage com o público. O baterista Rob Rampy dispensa comentários já que está com a banda há anos, o que demonstra que o D.R.I. manteve a formação dos últimos anos com excessão do eterno problema no baixo.

Num informal bate-papo com Kurt, demonstrou está totalmente informado do público brasileiro e da expectativa em torno dos shows em nosso país. Ainda fez um pedido aos organizadores "gostaríamos que os palcos não tivessem barricadas com seguranças, queremos muitos stage-dives!"





San Miguel Primavera Club 2010 c/ Teenage Fanclub + bandas 28/11/2010 - Vários - Barcelona/Espanha



O San Miguel Primavera Club apresentou um ano mais, uma seleção de boas surpresas, sem deixar de lado a emoção e grandes nomes.

Entre os dias 24 e 28 de Novembro se celebrou simultaneamente em Madri e Barcelona, como de hábito, o irmão caçula do tradicional San Miguel Primavera Sound, e não faltaram motivos para uma vez mais o público bater récordes com relação ao ano anterior. Além das novidades Beach Fossils (pisando por primeira vez na Europa) e Wild Nothing, passando por Jim Jones Revue e The Rural Alberta Advantage até chegar aos consagrados Teenage Fanclub e Edwyn Collins que desde já anunciamos que foram os dois shows mais emocionantes do festival, o segundo nome levando o público à lágrimas literalmente.

Em nossa primeira jornada encontramos por diante os jovens do Wild Nothing com um som bem puxado ao post-punk, fazendo um pouco estilo de The Cure em épocas bem antigas e uma Sala 2 Apolo lotada. Show de alto nível em meio a escuridão apresentando seu primeiro álbum, "Gemini". Na sala de cima, Apolo A, o encontro foi com Frankie Rose and The Outs. Se em seu auto-intitulado disco de estréia a moça mistura rock dos anos sessenta com algo de folk, ao vivo a nova-iorquina foi rock até a medula e até mesmo sua pegajosa música "Candy" recebeu contornos mais afiados.

No dia seguinte o expediente foi mais curto mas não menos brilhante, oBeach Fossils estreava em território europeu igualmente com auto-intitulado e recém lançado disco. Ainda que em estúdio não pareça, o show foi bastante intenso e acreditem, rolou até um stage-dive de um alucinado derrubando alguns desprevinidos. Destaque para a música "Daydream" e para o baixista que não para um minuto sequer.

A Sexta-Feira em Barcelona foi reservada para os nomes mais conhecidos do festival, apesar de que Edwyn Collins já tinha se apresentado na noite anterior. Além dele no Casino Aliança de Poblenou, Teenage Fanclub esteve mais tarde na sala principal do já citado Apolo.

O Casino talvez tenha sido o lugar perfeito para receber a apresentação de Collins, já que por ser um teatro, possui confortáveis cadeiras e uma excelente acústica. Edwyn não esteve sozinho no palco, além incrível banda que o acompanha que inclui Paul Cook dos Sex Pistols na bateria, ainda recebeu seu filho para cantar "In Your Eyes", o moleque leva jeito e sua postura lembrou muito um antigo ídolo de Manchester, Ian Curtis. Sem sombra de dúvidas foi o momento mais emocionante e marcante do festival, lembrando que Collins tem parte do corpo paralizado, caminha com dificuldades e com uma bengala mas o humor e a vontade que coloca no palco faz qualquer um se sentir pequeno. Collins só canta de pé uma única música, "A Girl Like You" antes de sair ovacionado de cena.

Um pouco mais tarde conferimos outra grande atração do festival,Teenage Fanclub. Os veteranos escoceses chegaram com um trabalho fresquinho debaixo do braço, o bom "Shadows", e não decepcionaram os fãs que compareceram em grande número na sala Apolo. "Sometimes I Don't Believe In Anything" que abre o disco novo foi uma das provas de que 'Shadows' já foi bem absorvido, mas é claro que músicas de 'Howdy' e 'Grand Prix' não poderiam faltar como "It's All In My Mind" e "About You". Encerraram com uma hora de apresentação e sem direito a bis, o que frustrou alguns fãns mas nada que ofuscasse o brilho da apresentação.

Sábado tivemos a primeira das duas apresentações de The Jim Jones Revue, e para aqueles que ainda insistem em dizer que o rock morreu, acabamos de ser enganados com a apresentação desta banda, há tempos não se assistia uma apresentação tão explosiva, dessas com perfil de Little Richard, MC5 e The Sonics e já não necessitamos de mais apresentações. A performance foi repetida no Domingo logo após a The Rural Alberta Advantage e antes do encerramento com o eletro-rock deHoly Fuck, os canadenses não deixaram pedra sobre pedra e repetiram o "caos" sonoro de quando passaram pelo Primavera Sound 2008.

E ao chegar ao fim do Club, já começamos a planejar o Sound, já que a organização começou a antecipar nomes para a próxima edição que acontece entre os dias 25 e 29 de Maio de 2011 com as confimadas Belle & Sebastian, Animal Collective, The National, Pulp, The Flaming Lips, John Cale & Band, Mogwai, entre outras. Mais informações emwww.primaverasound.com

Confira abaixo fotos deste festival por Mauricio Melo.

New York United: Madball e Sick of it All 24/10/2010 - Sala Razzmatazz 2 - Barcelona/Espanha



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Não é todo dia que podemos ter no mesmo palco lendas do hardcore unidas numa única noite. A América do Sul teve esta oportunidade recentemente com a turnê que uniu Agnostic Front e Madball ano passado por exemplo, e ao que tudo indica, ano que vem o Brasil terá mais uma união com Sick of it All e Comeback Kid, misturando a nova e antiga escola do hardcore norte-americano.

Enquanto isso no velho continente, nós pudemos acompanhar de perto o encontro entre Madball e Sick of it All na turnê que se chamou New York United. Com ambas as bandas lançando álbum, não poderíamos ficar de fora desta.

Domingão de tarde e já estávamos na área para um rápido encontro e um papo informal com membros de ambos os grupos, a expectativa para o show em Barcelona era muito grande já que na noite anterior a cidade de Madrid tinha deixado ótima impressão. Apesar de não ter lotado a sala, que é relativamente grande, o público compareceu em bom número e não decepcionou.

Uma vez mais o Madball apresenta problemas com relação a formação, Igor do Born From Pain estava "quebrando um galho" nas baquetas, assim como fez com o Agnostic Front no Hellfest deste ano também coberto por nós, mas nada que diminuísse a intensidade da apresentação. Além das clássicas "Pride" e "Set if Off" que aliás abriu o show como de hábito, o público vibrou muito com as versões em castelhano de "Our Family" e "100%" que encerrou a apresentação. Porém entre as mencionadas aberturas e encerramentos tivemos músicas de todos os álbuns e para todos os gostos, "Look My Way" apareceu no set após ser dada esquecida por muitos, "Hold it Down" teve igual impacto. Já para os três discos lançados esta década podemos destacar "Heaven and Hell" e "Behind These Walls" do Legacy, "Infiltrate the System" que foi música título do anterior e "We the People" do mesmo disco tocada após uma seção old school que teve "Smell the Bacon" e várias do disco novo como a impactante "Invigorate" que abre o álbum e a música título "Empire". Ao final, um bom show, à altura do bom álbum que acabam de lançar e que devolve o Madball ao trilho e a seu estilo em definitivo.

Mas a noite tinha apenas começado, ainda restava o show do S.O.I.A.. Apesar de termos conferido a banda ao vivo há alguns meses é sempre agradável assisti-los, ainda mais em um ambiente fechado e bem menor que o palco do Hellfest.

Apesar do disco novo os nova iorquinos se mantiveram fiéis e abriram com "Good Looking Out" de Built to Last. A partir da segunda música Based on True Story começa a dar as caras com "Death or Jail" mas dura pouco, "Built to Last" vem na sequencia para manter a memória ativa. Talvez a grande surpresa da noite tenha sido a inclusão de "Clobbering Time" nos primeiros quinze minutos de show quando esta normalmente entra em reta final. No mais muitos clássicos foram apresentados como "Injustice System", "Us Vs. Them", "Busted" e "Scratch the Surface" com o tradicional walls of death e várias rodas de mosh pit durante a apresentação. Sem contar na indiscutível postura de palco da banda que parece não envelhecer nunca, Pete Koller continua voando e zanzando de um lado a outro num piso sempre muito bem pavimentado por Craig e Armand. Quanto a Lou, dispensamos comentários, ou melhor, impecável

Preparem-se porque em alguns meses eles chegam por aí.

Um agradecimento em especial a Rob Franssen, vocalista do Born From Pain e que foi fundamental na ajuda para conseguir nossa cobertura.



Hot Water Music Em Barcelona 27/06/2010 - Estraperlo Club del Ritme - Barcelona/Espanha Hot Water Music emociona em Barcelona.


Hot Water Music Em Barcelona




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Parece até piada o título da matéria com a palavra emociona, já que muitas vezes fui crítico ferrenho do público espanhol, mais especificamente o catalão, região onde oficialmente correspondemos. Normalmente frio, inexpressivo e insosso, que muitas vezes as bandas tem que implorar por uma reação mais calorosa, seja um público underground ou até mesmo para grandes apresentações como Metallica por exemplo. Desta vez temos que tirar o chapéu e redernos a molecada mas reconhecendo que os americanos contagiaram desde o primeiro momento.

Mas antes de contar sobre os protagonistas da noite, uma boa banda de abertura figurou no palco do Estraperlo Club del Ritme deste último Domingo 27 de Junho, o Naked Under Leather fez um show empolgante e as estas alturas parecia que o público iria repetir atuações anteriores. Foi necessário que o vocalista descesse do palco para empolgar um pequeno grupo que estava mais próximo. Público à parte, bom show.

Hot Water Music chegava a Barcelona com grande expectativa, única apresentação na Espanha e encerramento da turnê européia, proporcionando ao grupo umas pequenas férias na cidade pós show. Com sincera humildade Chuck Ragan chega ao microfone para anunciar "somos o Hot Water Music, da Flórida e esperamos que gostem de nosso show", indescritível sensação ao escutar os primeiros acordes de "A Flight and a Crash" título de disco homônimo e super aclamado sendo tocada a dois palmos da face. Já tinha tido a oportunidade de assisti-los anteriormente, num curto show abrindo para o Bad Religion há 9 anos atrás, era melhor que nada mas nem se comparava com os dias atuais. "Remedy" de Caution na sequência foi de lacrimejar os olhos de muita gente, a banda sorria, tocava, cantava, braços erguidos para receber as vibrações positivas no meio da música e a galera não decepcionava, cantava tudo.

Antes de anunciar "Wayfarer" do mesmo Caution, Chuck já se derretia em elogios, "este é o show que fecha a turnê e a noite está perfeita, não podemos pedir mais, muchas gracias". Desde seu anunciado retorno que a Espanha vem esperando a oportunidade de assistir de perto os considerados heróis da Flórida e apesar de não lançarem nada novo desde 2004 os americanos retribuíram com um setlist bem recheado com músicas de diferentes fases, incluindo por exemplo "Rooftops" e "Our Own Way" do disco No Division e até "Turnstile" de Fuel for the Hate Game mas claro que a massacrante maioria foram entre os álbuns Caution, A Flight and a Crash e The New What Next, fase mais melódica da banda com "Poison", "Paper Thin" e "The Sense" numa lista que incluiu facilmente umas vinte canções, sem exagero. Chris, Chuck e toda a banda pareciam uns novatos de tanta energia aplicada em cima do palco, transpirando melodia e como já foi dito antes, pareciam estar mais felizes em estar ali do que o público, por um momento deu vontade de que o show durasse mais, mas poderia perder a graça.

Ao final, num bis que teve "Trust Chords" e "Choked and Separated" a banda se despede em definitivo, Chuck e Chris se abraçam fortemente antes de sair de cena, felizes, como se tudo realmente tivesse dado certo e que se houve algum erro no passado ou mágoa, o que na verdade não acredito já que Chuck deixou a banda para se dedicar a família e a mesma seguiu como The Draft, tudo está bem resolvido e que de agora em diante teremos Hot Water Music para muitos anos.

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