terça-feira, 18 de junho de 2013

Brasileiros se manifestam em Barcelona




Abro um espaço em meu humilde blog, que num geral é dedicado à música para publicar a movimentação dos brasileiros em Barcelona, nesta terça-feira 18 de Junho, que se reuniram na Plaza Catalunha com o intuito de apoiar as manifestações por todo o Brasil.  
Lá, é claro, haviam pessoas de todas as regiões do nosso país, unidos por um único sentimento, mostrando para o país das divisões, a Espanha, que um carioca sim se identifica com um nordestino, um gaúcho, um mineiro, um capixaba…e por aí vamos.
Palavras de ordem foram exclamadas por outras vozes, não a minha por livre e espontânea escolha, e cartazes exibidos.  O hino nacional foi cantado.  Músicas de Cazuza, Legião Urbana e Titãs também, ainda que houvesse quem preferisse um Axé para animar…Animar? uma manifestação? me cheira a geração cara pintada que muito participava de manifestações com o intuito de beijar na boca.  E  ainda que, flagrando outros fúteis interesses de meia dúzia, deixo de lado a crítica destrutiva e olharei somente para o lado construtivo, que é o que na verdade importa.
Sem mais detalhes.
Barcelona 18 de Junho de 2013.  






NOTICIAS RESURRECTION FEST

NOTICIAS RESURRECTION FEST

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Cena Local: The Flex, Absurdo, Appraise, Constrict e A Proposito De Gandhi em Barcelona - 14/06/2013 - Skatepark de Canyelles - Barcelona/Espanha



E lá estávamos em mais uma jornada hardcore local em Barcelona. Numa sexta-feira com total clima veraneio,  público em bermudas, camisetas e muito suor, tanto na pista de skate quanto em frente e encima do palco.  A atividade está oficialmente dentro do programa de festas de Roquetes, bairro e região do local onde muitos dos presentes residem e se "movimentam" dentro do estilo straight edge, ainda que todas as vertentes do hardcore sejam aceitas sem problemas.

Como comentamos em outra oportunidade que tivemos ao cobrir o show do Appraise há pouco mais de um mês em Barcelona, o que mais impressiona é a aceitação do movimento entre os jovens, diante de tantas propostas online, onde se é facilmente levado a outros estilos ou mesmo seduzido por bandas internacionais, a nova geração catalana, muito bem impulsionada e apoiada pela galera old school, comparece, poga, se joga, sua bicas e grita junto a grupos que mal tem um disco gravado e que dá um show à parte no público que somente comparece em apresentações de grandes nomes internacionais.

Tudo muito bem organizado, com banheiros e lixeiras espalhadas por todos os lados com o intuito de evitar ao máximo a sujeira, gerador para o palco e uma iluminação que deu de dez na tradicional Sala Razzmatazz, além de alimentação e água para as bandas e trabalhadores.  Tudo isso porque tocaram na "praça do bairro". 

Já os responsáveis por abrir a noite / tarde foram os jovens do Constrict, ainda com um público mais timido mas com muita força por parte de seu vocalista, Jarque. Com uma apresentação curta, deixaram boa impressão. 

Na sequência tivemos nossos amigos do Appraise com o setlist bem parecido com o anterior show que conferimos na primeira vez que tocaram em casa (Barcelona) após a turnê sul americana com petardos como "Approach", "Pay Your Mistake", covers de Negative Aproach e Minor Threat quando o público apoiou em definitivo o quarteto fazendo com que o vocalista Gabi Edge ficasse soterrado de jovens em busca de transmitir seus gritos através do microfone. Saldo positivo.

Mas com todo respeito às outras bandas, quem roubou a cena, fez jus ao nome e colocou o público no bolso foi a banda do bairro, Absurdo. Foi como tocar no quintal de casa, tipo aquele torneio de futebol no campinho da esquina onde quem joga lá diariamente conhece todos os buracos e pedras espalhadas e não sente nenhuma dificuldade em derrotar os adversários.  Furiosos desde o princípio e ao melhor estilo I Shot Cyrus e Discarga, os rapazes "quebraram" os ossos da gelera que berrou aos extremos, se juntou na frente do palco, inventou stage-dives diante da baixa altura e definitivamente suou a camisa. Temos que deixar claro que o quarteto já tem quilômetros de estradas percorridos, horas de vôo que vão desde buracos europeus à outros na América do Norte com um setlist recheado de títulos como "Vacio", "Pesadilla", "Eta", "Rota" e "Propria Tumba".

Mas ainda nos restava a atração principal, os britânicos do The Flex, que apesar do bom show não conseguiram fazer com que os edges locais repetissem a atuação diante do palco ainda que houvesse muita força por parte do mesmo. Com um som bem mais cru, grosso e arrebatador ao melhor estilo Made in Leeds.  Destaque total para seu vocalista, pura massa hooliganesca e ainda que possua um nítido problema físico em uma das pernas e que tranquilamente supere os 100kg, não deixa de agitar um minuto com saltos que fizeram estremecer o concreto do skatepark local.

Para finalizar  tivemos A Proposito de Gandhi, uma banda cover de Propaghandi que se encarregou de apagar as luzes.  Ainda que o som fosse de qualidade, parte do público já havia se dispersado e outra parte estava nitidamente cansado.
Enviado por Mauricio Melo












Transplants - "In Warzone" - Album em streaming.


http://www.rollingstone.com/music/news/transplants-get-combative-in-a-warzone-album-premiere-20130617

Resurrection anuncia cartaz por dias.




Dizem que a espera valeu à pena.  Já temos, pelo menos, o cartaz dividido por dias para o Resurrection 2013.  Muito mais adiantado do que outros festivais europeus os Galegos mata a ansiedade da galera.  
Além disso também foram divulgados alguns nomes de bandas tributo com destaques para Display of Power (Pantera) e Rancis (Rancid).
Mas ainda faltam algumas noticias com relação ao cartaz.  A substituição do As I Lay Dying que cancelou sua turnê européia, os horários de cada grupo, o mapa do local porque ao que tudo indica este ano um terceiro palco está no roteiro de maneira oficial, já que anteriormente era um pequeno palco para apresentações especiais e ainda a confirmação de bandas locais no evento.
Caso esteja de passagem pelo norte da Espanha a principios de Agosto, é só conectar
Mais informações em www.resurrection-fest.com
Caso não, sem tristezas.  Contaremos tudo com detalhes em fotos e vídeos.  

segunda-feira, 10 de junho de 2013

KoRn live at Rock Am Ring 2013 [Full Show] HD 720p

Bad Religion Rock am Ring 2013, Germany 09 06 2013

Bad Religion Rock am Ring 2013, Germany 09 06 2013



Isso é o que teremos para frente no próximo mês de Agosto, no Resurrection Fest (Viveiro)

Du Baú - Madball entrevista (Empire album)



O que cada um de nós fazia com 7 anos de idade?  O que iniciamos com a mesma?  No caso de Freddy Cricien, vocalista do Madball, foi o início de uma história ao ser "arremessado" pelo irmão Roger Miret, lendário vocalista do Agnostic Front, ao palco para berrar ao microfone.  O público se impressionou ao ver aquele guri com uma voz tão potente.  Os membros do Maball se tornaram ícones do underground e desde 1988 vem sendo responsáveis pelos mais importantes lançamentos do gênero hardcore.  Após uma excelente sequência de lançamentos nos anos noventa a banda passou por um hiato de cinco anos no início da década passada, verdadeira hibernação onde muitos fãns já imaginavam, e acreditavam, num verdadeiro fim dos "Kings" de Nova Iorque.  Porém em 2005, com Legacy, a banda mostra sua melhor face para dois anos mais tarde "brincar" de adicionar peso ao seu estilo.  Após três anos desde Infiltrate the System em 2007 a banda assume de vez o apelido de "Reis" e lançam Empire , o primeiro disco pela renomada Nuclear Blast e apesar de seus constantes problemas para encontrar um baterista em definitivo o grupo continua mais brutal do que nunca.  Na mesma tarde em que tocaram com o Sick of it All na chamada turnê New York United e no meio da correria com a falta de tempo por estarem com pressa para assistir a uma partida de futebol, conseguimos um bom papo com Mitts, guitarrista da banda nos três discos que a mesma lançou na última década e que nos deu toda atenção do mundo naquela tarde, ainda que conseguimos contar com a participação de Freddy já no finalzinho e a caminho do estádio.






01 - Começaremos então conversando sobre o disco novo, Empire.  Como foi o processo de gravação, produção, etc?
Mitts - Os dois discos que fizemos anteriormente, Legacy e Infiltrate the System, foi com o produtor Zeus de New England nos Estados Unidos, e para o Empire ele estava indisponível.  Neste momento estávamos em busca de um e recebemos a recomendação de Eric Rutan, que originalmente foi guitarrisda do Morbid Angel e atualmente no Hate Eternal, tem seu próprio estúdio na Flórida e claro está acostumado a trabalhar com bandas de death metal, como Cannibal Corpse por exemplo.  Porém nunca tivemos dúvidas sobre trabalhar com ele ou não, sabíamos que seu lado técnico era muito bom.  Acho que hardcore e metal não tem tantas diferenças em termos de gravação.  Sabíamos que ele teria capacidade suficiente para trabalhar com uma hardcore como a nossa e também acredito que também queria provar para as pessoas que era capaz que produzir e bem um disco hardcore e  não somente death metal.  Então nos encaixamos perfeitamente.  Já nos conhecíamos um pouco anteriormente, passamos um tempo junto, o processo foi bem tranquilo e ficamos satisfeitos com o resultado.  

02 - Foram 3 anos de diferença entre Infiltrate the System e o Empire.  Por que tanto tempo?
Mitts - Opções pessoais que tivemos, coisas que temos que lidar a cada dia... 
...pensávamos inclusive que o Madball iria parar outra vez...
Mitts - definitivamente não, na verdade nunca paramos de viajar e tocar.  Tocamos durante todo este tempo que você mencionou.  Normalmente publicamos um disco a cada dois anos mas desta vez tivemos coisas que prefiro não mencionar, são pessoais como falei, porém coisas aconteceram dentro e fora da banda que fizeram com que tomássemos um ano mais.  Muita coisa aconteceu nestes anos, Freddy tem seu álbum solo de hip hop, mudamos de baterista algumas vezes, então não tinhamos nenhum motivo para lançar um álbum há um ano atrás, o momento não era propício.  De qualquer maneira, como disse, durante todo este tempo fizemos turnês, non stop.

03 - Quando o Legacy foi lançado, foi muito bem recebido por público e imprensa como um disco a verdadeira identidade do Madball.  Já Infiltrate the System o disco veio mais pesado mas perdendo um pouco desta identidade.  Empire coloca o Madball de volta a seu estilo, a sua verdadeira identidade?
Mitts - Muito bom escutar isso.  Madball tem um estilo, bem único até.  Digo isto pelo tempo que levo na banda e pelo tempo antes de entrar na mesma, de quando éramos apenas amigos.  Madball tem um som único, um pouco metal, hardcore com muito groove, muito ritmo.  Fizemos Legacy e foi o primeiro disco desde que tivemos aquele "intervalo"  e queríamos fazer um disco totalmente Madball, com todos os elementos possíveis.  Daí quando fomos para o Infiltrate the System, queríamos testar um pouco para ver o que acontecia, como você mesmo disso, um pouco mais pesado, mais metal mas não metal-core, apenas um tempero.  Com o Empire é um retorno à fórmula que normalmente usamos.  Um pouco de tudo, colocamos groove, old school hardcore, e até acredito que é mais old school do que o Legacy.  

04 - Qual é a mensagem direta do Empire, tanto como título quanto nas letras que o disco contém?
Mitts - O título e as letras é uma continuação do que foi Infiltrate the System que foi falar de como nossa geração, os garotos da geração hardcore, membros das bandas que conhecemos, nossos amigos e famílias, crescemos participando de um "estabelecimento" e agora estamos mais envolvidos.  Temos pessoas em posições de poder, pessoas que antes iam aos shows e que agora promovem os shows.  Antes íamos assistir as bandas e agora somos as bandas, sabe, exemplos como este.  Temos pessoas em gravadoras, outras que promovem shows, que gerenciam clubes, etc.  Empire é a continuidade disto, agora temos pessoas em todos os lugares do mundo.  Temos pessoas de nossa geração que agora controlam todo o movimento.  

05 - A música The End vem falando sobre o vazamento de petróleo no Golfo do México.  Como a banda vem sentindo na pele toda uma nova administração e acontecimentos nos Estados Unidos?
Mitts - Madball nunca foi uma grande banda política.  Nunca pregamos política ou incentivamos direita ou esquerda, todas estas escolhas são pessoais e deixamos que assim seja.  A única coisa que sempre vamos escrever é quando algo nos chama atenção e Freddy escreve duas músicas em cada disco que foge um pouco do perfil que é falar das ruas e de experiencias pessoais, que na verdade é 90% do que escrevemos é sobre experiencias pessoais. Porém a música The End surgiu porque o vazamento aconteceu enquando escrevíamos música para o disco e acho até que a música não é diretamente sobre isto, é um exemplo do que acontece.  Na verdade ela fala muito sobre a cobiça humana e da maneira que as pessoas vivem, em geral, sem pensar no que acontece em sua volta e na verdade somos todos um pouco culpados de tudo.  Não são somente grandes empresas, também tem sua contribuição pessoal aí.  

06 - Sempre que o Madball lança um álbum sempre esperamos o melhor do hardcore.  Atualmente com tanta concorrência no mercado, qual o segredo para sempre lançar um disco que não pareça "batido" ou repetitivo? 
Mitts - Musicalmente não é difícil já que sempre bebemos de diferentes fontes.  Todos crescemos com o hardcore, eu e Hoya gostamos bastante de metal e o Freddy já sabemos que vem de uma família hardcore, algo de infancia.  Porém todos escutamos diferentes tipos de música, tudo o que você possa imaginar, rock, pop, hip-hop e até mesmo música clássica.  Todas as coisas que você puder imaginar e quando penera isto tudo dá para se manter em alta.  Se alguém escutar sempre hardcore ou metal a coisa não vai a lugar nenhum, quando você olha para trás e quer algo diferente além do que você já fez, isso te mantem "fresco".  
Falando em suas influências, hoje em dia é fácil descobrir uma banda e você como chegou ao hardcore?
Mitts - Como quase todo mundo.  Quando jovem gostava de Led, Black Sabath e metal em geral.  Daí uns amigos chegaram com D.R.I. e S.O.D..  Me disseram que era hardcore e acreditei, até que um amigo de Nova Iorque me apresentou Agnostic Front e Cro-Mags apesar de nunca ter deixado de gostar do metal.  

07 - A experiência de gravar um video clipe no Brasil, na verdade dentro de uma comunidade?
Mitts - Foi incrível!  Posso dizer que foi uma das maiores experiencias de minha vida.  Gravamos numa favela em São Paulo e a idéia original era ter uma gravação num lugar louco, num gueto.  Daí quando começamos a gravar chegaram umas crianças e quanto mais o dia passava mais e mais crianças chegavam.  E a coisa que mais mudou em mim, que mais me faz pensar até hoje foi que existiam crianças totalmente descalças, por opção ou não, acho que muitas delas realmente não podem ter um sapato para brincar e outro para isso e outro para aquilo.  Estavam jogando bola e a bola tinha um buraco e claro a bola nem quicava, alguns vivem em casas de tijolo mas outra vivem até com paredes de papelão improvisada, algumas até sem eletricidade mas foram as crianças mais felizes que vi na minha vida, estavam todas felizes.  Cara, viemos dos Estados Unidos onde...por favor não me leve à mal, tenho muito orgulho do meu país mas nos EUA, existem pessoas com celular, carrões, televisões, milhões e milhões de coisas e nunca estão felizes.  E vimos estas crianças que não tinham nada e só por fazer parte das gravaçãoes já foi o suficiente para faze-los felizes.  Isso mudou a minha vida, de verdade.  Não existe um dia desde então, que em alguma parte do dia as coisas não são boas ou não saem como quero, que eu não pense que ainda tenho sorte por ter três refeições ao dia se eu quiser, durmo numa cama quentinha, tenho uma casa com eletricidade, etc.  Somos inacreditavelmente sortudos.  Parte de mim se sente mal por eles mas por outro lado não posso me sentir mal porque eles estão tentando fazer o máximo que podem com o que tem e é isso que nos faz menores com relação a eles, nós é que deveríamos extrair o melhor com o que temos e não é assim.  

08 - Igualmente, vocês estiveram no Brasil outra vez em 2009 com o Agnostic Front.  Como foi então?
Mitts - Excelente como esperávamos.  Já tocamos umas quatro vezes no Brasil desde que estou na banda e é sempre muito bom, os fãs são muito atenciosos, os shows são ótimos e a comida também.  Algumas imagens destas turnês no Brasil, tinham que supostamente serem utilizadas para um DVD, não?
Temos muita coisa gravada desde que gravamos o 100% em 2006.  Originalmente tinha uma idéia de fazer um DVD sobre esta viagem.  Ainda temos muita coisa gravada desta época mas não decidimos o que fazer.  Tenho certeza que um dia lançaremos algo oficial e que contará toda a história da banda, há anos conversamos sobre isto, vai acontecer.  

09 - Podemos dizer que o Madball, que nesta década lançou três discos, é uma banda sólida atualmente?
Mitts - Definitivamente.  Não vamos parar desta vez, seguiremos adiante.  Falo do meu ponto de vista, estou na banda com outras duas pessoas já que de momento estamos sem baterista.  
   
Ao final da entrevista encontramos com membros do Sick of it All em outro bate-papo e num encontro geral, descendo as escadarias seguimos conversando e "pescando" nossas respostas.

10 - Hardcore, antes e agora.  Como vocês analizam tudo isso?
Freddy - A cena sempre foi multi-cultural.  Era inevitável descobrir coisas novas e cada um com suas histórias.  Existe gente que pensa que antes era unidimensional mas era muito diversificada do ponto de vista religioso, étnico e social.  A de agora não é tão diferente, pobres, ricos, classe média, de tudo um pouco.  

11 - Ter a dois grupos como Madball e S.O.I.A. juntos significa mais do que uma turnê?
Freddy - Somos quase uma família.  Tínhamos amigos em comum ainda que eles começaram antes.  Craig Setari tocava com Agnostic Front antes e jantava na casa de minha mãe.  A relação é bem estreita e com muito respeito.  Sempre fomos amigos.

12 - Após tantos anos na estrada, já passou pela cabeça parar com tudo isso e ter uma vida "normal"?
Freddy - Existem coisas difíceis na vida e muitas vezes ficamos irritados.  Por outro lado temos muita sorte de ser o que somos.  O hardcore nos escolheu e não nós a ele.
  
Agradecimentos especiais a Rob Franssen e M.A.D. Tourbooking.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Parkway Drive - Show Presentación del Resurrection Fest 2013



Como já sabemos, o Parkway Drive visitará Barcelona, uma vez mais, para o show de apresentação do Resurrection Fest 2013 (www.resurrection-fest.com)
Ainda é possível encontrar entradas à venda na loja de discos Revolver, na Pentagram ou também online www.kulturalive.com


Como ya sabemos, Parkway Drive visitará Barcelona, una vez más, para el show de presentación del Resurrection Fest 2013 (www.resurrection-fest.com) es posible encontrar entradas a la venta en la tienda de discos Revolver, Pentagram o también online www.kulturalive.com   



segunda-feira, 3 de junho de 2013

Primavera Sound 2013


Primavera Sound 2013
Parc del Forum - Barcelona
De 22 a 25 de Maio 2013


Fotos: Mauricio Melo
Texto: Mauricio Melo, Gustavo Melo e Ana Paula Soares

A expectativa gerada pelo anuncio antecipado (23 de Janeiro) do cartaz completo para a edição deste ano do Primavera Sound foi tão grande quanto seu êxito e de mesmo tamanho coisas que com um pouco de paciência e consideração merecem ser corrigidas.
Por primeira vez em seis participações, podemos confessar que passou pela cabeça a sensação de que o festival poderia ter mudado de nome, este ano de 2013, de Primavera tivemos pouco já que o gélido vento que vinha do Mar Mediterrâneo golpeou com força nossas orelhas e caixa craniana, a ameaça de chuva foi constante mas que ao final São Pedro aliviou.  Utilizamos casacos, toucas, cachecóis, caminhamos, cansamos, demos uma volta na roda gigante, etc, etc.  O que sim tivemos muito foi o Sound do Primavera e aí, neste momento, tudo vale à pena.  
Ter a oportunidade de estar frente à frente com verdadeiros mitos da música indie, além de muitas e promissoras novidades.  Rir das figuras alheias, fazer rir porque também somos figuras…




Quarta-Feira 22 de Maio.

Tudo começou de mansinho, na quarta-feira 22 de Maio, dia em que o festival abriu suas portas de maneira gratuita para o público em geral.  
Horário oficial para o primeiro acorde se deu às 18:00 e para quem chegou com a intenção de assistir os jovens do The Bots, acabou surpreendido com a energia oferecida pelos "locais" do Aliment.  Grupo este que acaba de publicar o primeiro disco (Holy Slap) e que fez bonito com seus três acordes de seu garage/punk/rock e uma atuação que de cara te faz lembrar os Ramones.  Músicas rápidas, bem tocadas e se aguçássemos os ouvidos até dava para escutar o 1, 2, 3, 4, entre uma música e outra. Já a duplinha mencionada acima e totalmente influenciada por The White Stripes e Black Keys prezou por sua mistura de rock, blues e punk.  Após deslumbrar os Estados Unidos e arrebatar o prêmio do All Indie Music Awards ano passado, Mikajah e Anaiah Lei desceram a madeira na galera.  

Talvez a banda mais deslocada naquele momento foi o Guards, não que a apresentação tenha sido fraca, muito pelo contrário, mas seu som pop mais serviu de respiro para um público pra lá de aquecido naquele momento.  Mas quem definitivamente não deu respiro algum foi o The Vaccines.  Quem acompanhou nossa cobertura da versão de inverno do evento, chamado Primavera Club e mais ainda que esteve presente pela recente passagem da banda em terras tupiniquins sabe do que estamos falando.  Atitude de palco, musicas emendadas uma nas outras e seus refrões "chicletes", daqueles fáceis de decorar e que funcionam muito bem ao vivo como "Wrekin' Bar (Ra Ra Ra)", "If You Wanna" e "I Always Knew", entre outras.  Foram pouco mais de quarenta minutos em cima do palco, o suficiente para saírem ovacionados pelo grande público que já havia se formado no palco Ray-Ban para assisti-los, antes de finalizar a noite com Delorean mas que não acompanhamos por considerar que tínhamos uma verdadeira maratona nos dias que estavam por vir.    


Quinta-Feira 23 de Maio.

Começamos o dia de leve, conferindo parte da apresentação de Wild Nothing no palco principal do evento, o Heineken, que este ano assumiu o mando como patrocinador oficial.  Apesar da linda "Live in Dreams" ter ficado de fora do setlist, sempre será um prazer assistir ao quarteto liderado por Jack Tatum e entendemos bem que, diante do recém lançado Nocturne a vontade de tocá-lo seja maior do que relembrar "velhas" canções.  Outra que apareceu como novidade para parte do público foi White Fence, banda totalmente recomendável.  Liderada pelo guitarrista/vocalista Tim Presley e exibindo nítidas influencias de Velvet Underground, fizeram um show honesto e para não passarem despercebidos, um dos guitarristas mais parecia a Emilia do Sitio do Pica-Pau Amarelo, nada mais normal para quem vem de San Francisco e aterriza em Barcelona para um show no Primavera Sound, o coquetel era perfeito.  
Por falar em coquetel.  Recebidos como os novos queridinhos da imprensa indie, os australianos do Tame Impala exibiram todas as cores de seu psicodelismo no palco principal e para um público que apesar do dia e da hora, podia ser considerado como de bom tamanho.  Dependendo da música que se escuta, tanto podemos pensar que estamos diante de uma nova banda de Stoner Rock como é o caso de "Elephant" ou mudarmos de opinião diante de "Alter Ego".  Apesar de jovens, fizeram uma apresentação de gente grande.


Para finalizar o dia tivemos dois dinossauros do rock.  O primeiro leva faz referencia aos bichos já no nome, Dinosaur Jr. atravessou o oceano uma vez mais e tocou para seus velhos fans músicas como "The Lung" e "No Bones", passeou por "Feel the Pain" e brilhou com "Out There" e sua linda distorção melódica nas guitarras de J. Mascis.  Apesar do fundo de palco exibir a capa de seu último lançamento (I Bet On Sky) apenas "Rode" fez parte do set.  


Para finalizar em alto estilo e com a nostalgia lá em cima, conferimos o bom show de Bob Mould.  O ex-Sugar e Husker Du mostrou mais uma vez que está em ótima forma.  Talvez o único ponto negativo que podemos ressaltar e já antes de começar a apresentação foi a proibição de fotógrafos na barricada, que cá entre nós, nesta altura do campeonato, com uma carreira sólida construída aos riffs de guitarra que só Mr. Mould pode oferecer, esse pequeno detalhe ofuscou sua visita.  Talvez tenha se redimido por tocar meio álbum do Sugar já de cara.  Na mesma seqüência de estúdio, Copper Blue deu o tom primaveral que todos esperávamos, esquecemos do frio, cansaço e fomos cantar e relembrar bons momentos vividos em que este disco foi a trilha sonora favorita de uma geração e para quem não lembra da seqüência deixaremos por escrito "The Act We Act", "A Good Idea", "Changes", "Helpless" e "Hover Dam", covardia com os cardíacos de plantão.  Assim como o Dinosaur Jr., Mould chegou ao festival com o recém lançado Silver Age porém poucas canções foram aproveitadas, entre elas "The Descent" e "Star Machine" e sim, tivemos seqüência de Husker Du em reta final de apresentação.  


Sexta-Feira 24 de Maio.

Saindo do nada e já sendo considerado a "next big thing", uma especialidade da imprensa britânica e lá fomos nós conferir de perto o mais novo fenômeno de Birmingham, Peace.  Aquela postura marrenta ostentada por muitos frontmans britânicos já presente nos primeiros acordes e uma boa pedida para o mundio indie pop, porém teremos que esperar um pouco mais para saber se o êxito se repete nos anos que se seguem, de momento agradam e já com hit ecoando aos quatro cantos, "Follow Baby".


Como somos insistentes, corremos para conferir mais uma proposta da terra da rainha.  O Django Django surgiu daquele velho clichê, estudantes de arte numa escola em Edimburgo que resolveram fazer música de qualidade.  Com muito mais simpatia que seus compatriotas do show anterior, os uniformizados rapazes ofereceram ao público toda a mistura possível entre o rock, pop, indie, guitarras, teclados, num dos melhores shows daquela tarde.  Impossível ficar parado diante de "Hail Bop".  


Apesar do grande domínio Made in UK  do dia, outro momento esperado deste segundo dia oficial foi a apresentação do The Breeders tocando na íntegra seu disco de maior sucesso, Last Splash, que este sopra vinte velinhas.  Como as coisas mudam de um dia para outro, ou melhor dizendo, de alguns anos para outros.  Há poucos a banda tocou num já extinto festival espanhol, numa tarde ensolarada do mês de Julho e com apenas alguns curiosos dispostos a conferir o que as irmãs Deal tinham a oferecer, já naquela ocasião boa parte do Last Splash foi tocado e as palmas foram tímidas.  Desta vez a força das palmas foram mais fortes e o show foi à altura de sua celebração.  Disco tocado do inicio ao fim e com direito a algumas canções para completar o setlist entre elas "Shocker in the Gloomtown" do Guided By Voices, além da beleza de Invible Man para fugir um pouco do clichê de que Last Splash ser considerado álbum de um único sucesso, Cannonball.  


Antes da apresentação do The Jesus and Mary Chain, a palavra receio era a mais latente na mente de muitos.  Primeiro, havia uma cruz com luzes ao fundo do palco, para os fotógrafos o grande medo era de que aquelas fossem as únicas lâmpadas a serem acesas durante toda a apresentação, o que seria um desastre fotográfico.  Segundo, considerando todas as "desgraças" que falaram das últimas apresentações dos irmãos Reid nos últimos anos a coisa piorava porque além de não conseguir imagens ainda íamos conferir um show ruim.  Nada disso aconteceu e o sofrimento por antecipação foi desnecessário.  O show, em nossa opinião, foi de bom nível, com acordes bem encaixados em suas devidas distorções, a iluminação de palco esteve entre as melhores das aceitáveis e ainda tivemos a participação de Bilinda Butcher do My Bloody Valentine nos vocais de "Just Like Honey", talvez a única oportunidade de escutar a feminina voz em questão já que durante o show de sua banda, ou o microfone estava desligado ou foi completamente soterrada pelas distorções de Kevin Shield, optamos pela segunda conclusão.  "Snakedriver", "Head On" e "Cracking Up" foram algumas do bom cardápio oferecido ao público.  


Como de hábito o público metal não fica sem seu presente primaveral e este ano quem disse "hola" foram os californianos do Neurosis exibindo a criatividade que os diferenciam das demais bandas do estilo e com dez discos no currículo.  Talvez escutar ao Neurosis na sala de casa possa parecer uma eterna viajem, para alguns algo chato mas no palco entendemos em definitivo o significado e a proposta da banda.  Apenas seis músicas ocuparam os 60 minutos da banda no palco ATP, com certeza não passaram desapercebidos.

Logo ao lado, no palco da Heineken, chegávamos ao momento ápice do festival, a apresentação do Blur.  Banda esta que foi a primeira a ser anunciada pelo festival ainda no mês de Outubro do ano passado e num festival onde tem Blur, o cartaz não pode ser fraco.  Como bela surpresa, tivemos um pequeno momento com The Wedding Present que tocou num mini palco montado entre o ATP e o Heineken, bem diante de uma roda gigante de bom tamanho.  Apenas duas músicas foram tocadas mas para quem já estava posicionado para o show do Blur, ser surpreendido com esta bela banda, é realmente de tirar o chapéu, coisas do Primavera.  



Não faremos rodeios, apenas confirmaremos que o quarteto britânico fez o show mais redondo do festival.  A banda sabia exatamente o que o público esperava deles e vice-versa.  Damon Albarn e companhia ofereceram festa já na abertura com "Boys & Girls", um som mais rápido com "Popscene", uma volta ao passado da geração Madchestes com "There's No Other Way" apesar de não pertencerem oficialmente a este movimento.  Proporcionou gritos aos primeiros acordes de "Beetlebum", sorrisos abertos em "Coffee & TV", emoção em "Tender" e retorno à festa com "Parklife".  Damon, Graham, Alex e Dave confirmaram de vez que são os donos do Britpop, comandaram com maestria um grande público e não demonstraram estrelismo, tudo honestamente declarado até o grande finale ao som de "Song 2" quando público e banda se deram por satisfeitos.  Foi como ter a sensação de um aperto de mão onde um diz obrigado e outro responde, eu é quem agradeço.  

Sábado 25 de Maio.  

Chegar a um Sábado de Primavera Sound  após maratonas de shows, fotos e videos amadores como pequenos registros de sua existência passa a ser um ato heróico.  Totalmente derrotados pelo cansaço, frio, joelhos e tornozelos estourados de tanto subir e descer escadas, caminhar na terra, cimento, etc.  Uma das soluções oferecidas pelo evento este ano e que embarcamos de vez na idéia foi um serviço de "taxi".  Carros de diferentes modelos da marca Mini à disposição do público e que facilitava o deslocamento entre os palcos principais, num circuito que passava pelo backstage e que por alguns momentos foi de grande ajuda na economia de força motora humana para finalizar o evento.  
Uma das principais atrações do evento veio a cancelar a apresentação na última hora.  O grupo Band of Horses se viu obrigado a cancelar tanto o show do festival como outros que estivessem na agenda na mesma semana devido aos problemas climáticos na cidade de Oklahoma.  Sabemos que um furacão arrasou a cidade e cancelou todos os vôos.  Sendo assim, Deerhunter, grupo liderado por Bradford Cox e que já tinha oferecido um dos melhores shows do festival entrou como tapa buraco e de verdade, ninguém reclamou.  A escolha não poderia ter sido mais adequada.


Numa coisa podemos concordar, é sempre difícil num festival como  o Primavera Sound, consolidado como referencia do público indie, introduzir bandas de estilos marcados como o Metal e o Hip Hop e em mais uma destas apostas o Wu-Tang Clan subiu ao palco Primavera para oferecer  um pouco de suas rimas.  Diante de um público com boas intensões, porém relativamente difícil.  Digo difícil por não contar com um público especializado e amante do estilo.  Que o mesmo conheça e respeite as músicas do Wu-Tang Clan, disso não temos dúvidas mas ainda que este tenha boas intenções a recíproca não chega em alto nível.  Tecnicamente o show foi bom e até a inclusão de "C.R.E.A.M." entre as primeiras da noite não foi o suficiente para fazer a massar vibrar.  Mais adiante o coletivo investiu no público novamente com uma versão de  "Come Together" dos The Beatles.  A festa foi bonita, a animação foi positiva mas a tarefa nada fácil. 


Sábado também foi marcado como o dia das restrições entre bandas e imprensa.  Nick Cave and the Bad Seeds foi uma destas e isso era mais do que esperado já que muitos sabem que o velho australiano, declaradamente odeia aos fotógrafos.  Havia um contrato a ser assinado onde Cave, sua banda e empresa recebia o direito de, em caso utilizar uma de suas fotos em benefício próprio, pagaria ao fotógrafo a bagatela de 1 Libra.  Além disso, apenas 60 fotógrafos entrariam na barricada o que nos obrigaria em abandonar o bom show do Wu-Tang Clan para fazer fila na tentativa de fotografar Mr. mal-humorado Cave.  Encaramos como piada, dispensamos a fila e assistimos ao show sem estresse já que o senhor em questão visita Barcelona com certa freqüência.  Em cima do palco os Bad Seeds deram um show à parte junto a Nick que apesar de seus 56 anos exibe uma energia Iggy Popiana, hora dançando e jogando a perna ao melhor estilo Michael Jackson, hora tocando piano antes de se levantar com microfone em punho e descer ao público que o recebeu de braços abertos.  Lamentamos nos haver confundido com os horários e perder o show do Meat Puppets que rolou ao palco ao lado.
Após um momento de descanso, entramos nas voltas finais em busca de um lugar ao pódio.  Ignoramos advertências dos boxes, passamos reto em vários palcos e voltamos ao principal para conferir My Bloody Valentine com seu recém lançado MBV debaixo dos braços, mais de vinte anos após lançar o incomparável Loveless.  Assim como na edição de 2010, Kevin Shields e sua turma vetaram os fotógrafos.  Ainda assim, registramos um par de imagens para a posteridade.  Abriram com "I Only Said" soterrando vozes, estourando tímpanos e vimos até algumas pessoas saindo aborrecidas no meio do show, talvez por não escutar uma só letra do que era cantado, talvez por não aguentar a porrada que a parede sonora dava no público.  Nós não arredamos pé e por muitas vezes achamos lindas as melodias oferecidas, já valia tudo.   "When You Sleep" apareceu junto a "New You" do disco novo mas o público gosta mesmo é de receber "Only Shaloow" e "You Never Should".  Só achamos que o quarteto poderia ter tocado mais cedo porque diante do frio e do cansaço o público já era reduzido.


O mesmo podemos dizer para a apresentação de Hot Chip, mesmo sendo uma banda dançante e perfeita para um bom encerramento, entrar ao palco praticamente as quatro da manhã do último dia do evento foi o mesmo que entregar a alma, pernas, ouvidos e outras cositas mais para o além.  Animadíssimos, levantando o público desde a primeira música com "How Do You Do?", exibindo seu maior sucesso "Over and Over" e ainda assim poderia ter sido melhor se entrassem no palco um par de horas antes, seria perfeito mas como se comentava por lá, alguém tem que apagar as luzes.
Sempre lembrando que este ano o evento reuniu 170 mil pessoas somando os quatro dias de festival.  Ainda que pareça pouco se compararmos com outros mega festivais que existem pelo mundo afora, temos que considerar que são bandas pouco convencionais e que apenas uma pequena parcela destas tem vagas em rádios e televisão.  Não estamos falando de um festival que reúne bandas do mundo mainstream, salvo algumas exceções.  Por esta e outras é que o Primavera Sound continua sendo e será por muito referencia em matéria de festival independente.  
Até.       
  
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